O primeiro filme de uma das mais conhecidas trilogias do cinema, O Padrinho retrata a história de Don Corleone, o chefe da família Corleone e líder da máfia, e foi um êxito sem precedentes. Mas o que tornou este filme um sucesso? Temos várias apostas.
Altamente aclamado pela crítica e considerado por muitos um dos melhores filmes de sempre, conquistou 11 nomeações para os Óscares, das quais venceu três, na categoria de Melhor Filme, Melhor Ator Principal e Melhor Argumento Adaptado.
Baseada na obra homóloga de Mario Puzo, esta longa metragem de Francis Ford Coppola é um dos mais fascinantes marcos da história do cinema. Do início ao fim do filme, o espectador assiste às conturbadas relações entre a família da máfia siciliana na América do século XX.
Com o universo do crime organizado como pano de fundo, O Padrinho influenciou fortemente a esfera política em todo o mundo.
Do elenco fazem parte nomes como Marlon Brando, Robert Duvall, Robert De Niro, Andy Garcia, Diane Keaton e Al Pacino.
No ano em que O Padrinho de Francis Ford Coppola faz 50 anos de existência, reunimos 50 curiosidades sobre a produção, elenco e lançamento do filme.
Aproveite para ver (ou rever) esta obra-prima do grande ecrã (disponível na SkyShowtime).
50 curiosidades sobre a trilogia de O Padrinho
Sobre a produção
1. Peter Bart, da Paramount, comprou os direitos cinematográficos de O Padrinho de Mario Puzo quando ainda era apenas um projeto de 20 páginas e não estava acabado.
2. Albert S. Ruddy tornou-se o produtor de The Godfather depois de o ter apresentado a Charles Bluhdorn como “um filme aterrorizante sobre as pessoas que amas”.
3. O chefe do crime Joe Colombo e a sua organização, a Liga Italo-americana dos Direitos Civis, iniciaram uma campanha para impedir que o filme fosse feito.
4. Frank Sinatra intercedeu junto dos seus amigos da máfia para ameaçarem as pessoas envolvidas no filme O Padrinho.
5. Coppola realizou sessões de ensaio improvisado em que o elenco principal se sentava para refeiçoes em família. Como os atores não conseguiam deixar de encarnar os personagens, Coppola via estas refeições como uma forma de o elenco estabelecer organicamente os papéis da família.
6. Coppola convenceu, com sucesso, a Paramount a fazer do filme uma peça de época, apesar de custar mais do que o estúdio queria.
7. Marlon Brando queria fazer Don Corleone parecer “um bulldog“, e para tal encheu as bochechas com algodão para a audição. Para as filmagens reais, usou uma peça feita por um dentista; este aparelho está em exposição no American Museum of the Moving Image em Queens, Nova Iorque.
8. A cena do casamento demorou quatro dias a filmar e empregou pelo menos 350 figurantes.
9. O cineasta Gordon Willis chamou à imagem do filme “uma fotografia de jornal de má cor” e assegurou que a visão distintiva seria preservada no negativo através da sua própria técnica de exposição fotoquímica.
10. A frase “vou fazer-lhe uma oferta que ele não pode recusar” aparece tanto no O Padrinho como no O Padrinho: Parte II.
11. Foram usados 120 locais diferentes em Nova Iorque e arredores.
12. O exterior da casa de Jack Woltz foi filmado em Beverly Hills, na propriedade Hearst.
13. O sangue foi criado com xarope de Karo combinado com corante de alimentos vermelho e verde.
14. O gato que Marlon Brando segurava na cena de abertura era um vadio que Coppola encontrou no Estudio Filmways em Harlem, NYC. Ronronava tão alto durante a cena que o diálogo teve que ser regravado.
15. Naquela época, provavelmente não houve cena mais violenta na história do cinema do que a morte de Sonny Corleone. James Caan usou 127 mini explosivos cheios de sangue para simular as balas que o atingiram e o carro tinha mais de 200 buracos de mini explosivos pré-perfurados.
16. O estúdio queria originalmente deitar fora o agora icónico logótipo “cordas de marionetas” (que foi criado pela primeira vez pelo designer gráfico S. Neil Fujita para o lançamento do romance) com o nome de Puzo em cima do título para o lançamento do filme, mas Coppola insistiu em mantê-lo porque Puzo coescreveu o guião com ele.
17. A morte do Sonny foi a cena mais cara do filme, custou 100 mil dólares.
18. Existe um mito urbano que diz que laranjas são presságio de futuros acontecimentos negativos, mas a razão pela qual o designer de produção Dean Tavoularis as usou foi porque sabia que o cineasta Gordon Willis filmava com pouca luz e que algo seria necessário para trazer pontos de brilho. Além disso, para Coppola, a laranja era um símbolo de Itália.
19. O famoso argumentista Robert Towne trabalhou na icónica cena do jardim entre Vito e Michael, em que Vito ensina ao filho como ser o próximo Padrinho. (Na verdade, ele tinha esperanças de que um dia o filho se tornasse senador ou governador).
Sobre o elenco
20. Puzo escreveu uma carta pessoal a Marlon Brando, dizendo-lhe que era a única pessoa que podia interpretar O Don.
21. Os executivos da Paramount viam Brando como um actor que, apesar de já ter sido famoso, não era um sucesso de bilheteira e não o queriam no filme.
22. Marlon Brando usou cartões de deixa no set, possivelmente porque preferia a espontaneidade de não decorar as suas falas e possivelmente porque Coppola insistiu neles uma vez que Brando não memorizava as suas linhas.
23. Marlon Brando baseou a voz distintiva do seu personagem Don Vito Corleone no mafioso da vida real Frank Costello.
24. O tempo total de Marlon Brando no ecrã é inferior a uma hora.
25. Muitos atores famosos não foram escolhidos para o filme. Warren Beatty, Dustin Hoffman, Jack Nicholson, Robert Redford e Robert De Niro foram considerados para o papel de Michael.
26. Al Pacino assinou um filme chamado The Gang That Couldn’t Shoot Straight, que entrou em conflito com a agenda de O Padrinho. Conseguiu sair do contrato e foi substituído por Robert De Niro.
27. Para trabalhar em The Gang That Couldn’t Shoot Straight, Robert De Niro desistiu do papel de ‘Paulie Gatto’ em O Padrinho.
28. Al Pacino ganhou apenas 35 mil dólares por protagonizar o filme — o mesmo que James Caan e Diane Keaton e mil dólares a menos que Robert Duvall.
29. Os avós maternos de Al Pacino emigraram para a América vindos de Corleone, Sicília, tal como Vito Corleone.
30. James Caan e Al Pacino eram apenas dez anos mais novos do que a cantora de jazz americana Morgana King, que interpretou o papel de mãe deles. John Cazale (Fredo) era apenas cinco anos mais novo do que ela.
31. A frase “Deixe a arma, pegue o cannoli”, dita por Richard Castellano no papel de ‘Clemenza’, foi improvisada, não estava no guião.
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32. Muitos membros da família de Coppola participaram nos filmes:
- Talia Shire (irmã) interpretou ‘Connie Corleone’ nos três filmes;
- Italia Coppola (mãe) fez de figurante na cena da reunião no restaurante;
- Carmine Coppola (pai) – interpretou o ‘Pianista’ na sequência do colchão e compôs a música para aquela cena;
- Sofia Coppola (filha) – interpretou o ‘bebé Michael Rizzi’ na cena do batismo de The Godfather (tinha três semanas na altura das filmagens), foi figurante no The Godfather: Part II, e interpretou ‘Mary Corleone’ em The Godfather, Coda: The Death of Michael Corleone, de Mario Puzo.
- Gian-Carlo Coppola e Roman Coppola (filhos) – Fizeram de figurantes na cena do batismo; Roman interpretou o jovem Sonny na Sicília em O Padrinho: Parte II;
- Eleanor Coppola (esposa) também está na cena do batismo;
- A música de Francesco Pennino (avô) foi usada em The Godfather: Part II para a cena do teatro de imigrantes.
Sobre o lançamento do filme
33. Coppola foi instruído a entregar um filme com não mais do que 2 horas e 15 minutos, ou então o estúdio mudaria a edição de São Francisco para Los Angeles. Ele cumpriu o tempo, mas foi-lhe dito que ‘filmou um filme, mas deitou abaixo um trailer‘. No final, o estúdio apoiou uma longa metragem, mas a edição foi na mesma transferida para Los Angeles.
34. A duração final do filme é de 2 horas e 55 minutos.
35. A data de lançamento original era por volta do Natal, mas foi atrasada para que os editores pudessem finalizar a versão mais longa
36. As filas para ver O Padrinho quando foi originalmente lançado são lendárias. Em Westwood, estudantes empreendedores da UCLA cobraram 5 dólares para manter um lugar na fila.
37. O produtor Al Ruddy roubou uma cópia da Paramount para realizar uma exibição exclusiva de The Godfather para a máfia.
38. O Padrinho foi o filme mais rentável de 1972 e, por um tempo, foi o filme mais rentável de sempre até ao lançamento do O Exorcista no ano seguinte.
39. O Padrinho foi nomeado para 11 Óscares e ganhou três: Melhor Filme, Melhor Ator em Papel Principal (Marlon Brando) e Melhor Escrita, Argumento baseado em Material de Outro Médio (Coppola e Puzo).
40. O Padrinho ganhou Melhor Filme, e Coppola ganhou O Melhor Realizador para O Padrinho: Parte II.
41. Marlon Brando e Robert De Niro são os únicos dois atores a ganhar Óscares por interpretarem exatamente a mesma personagem, Vito Corelone (Heath Ledger e Joaquin Phoenix ganharam Óscares por interpretarem diferentes versões da mesma personagem em dois filmes distintos, The Dark Knight e Joker respetivamente.
42. Sacheen Littlefeather recusou o Óscar de Marlon Brando em protesto contra a forma como Hollywood e os EUA tinham tratado os nativos americanos.
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43. Robert Duvall, James Caan e Al Pacino foram todos nomeados para Melhor Ator Secundário.
44. A holding da Paramount na altura, Gulf & Western, recebeu muitos comentários negativos da comunidade italo-americana por fazer O Padrinho.
45. O Padrinho foi selecionado para preservação no Registo Nacional de Cinema da Biblioteca do Congresso em 1990, sendo considerado “cultural, historicamente ou esteticamente significativo”.
46. O Padrinho está em segundo lugar na lista do American Film Institute dos Melhores Filmes Americanos de Todos os Tempos.
47. A partitura de Nino Rota foi nomeada para um Óscar, mas foi retirada como inelegível quando se soube que partes da música eram originalmente compostas para o filme italiano Fortunella, de 1958.
48. O produtor Al Ruddy abdicou dos seus direitos de sequela para fazer o The longest Yard.
Outros temas
49. O nome do chapéu tradicional siciliano usado pelos guarda-costas de Michael é chamado de “coppola”.
50. As palavras “máfia” e “mob” (sinónimo de máfia) não são proferidas em O Padrinho.
