Se as séries e filmes sobre o universo da moda sempre a fascinaram, então aqui está mais uma para se juntar à lista. Halston é uma minissérie disponível na Netflix, com apenas cinco episódios, que regressa aos luxuosos anos 70 na América para mostrar como se deu a evolução da carreira do famoso Roy Halston Frowick, mais conhecido por apenas Halston.
É uma série com os ingredientes certos para chegar ao top da plataforma de streaming: tem Ryan Murphy como produtor executivo; Ewan McGregor tem não só o nome na ficha técnica como produtor, como ainda é a grande estrela, interpretando o próprio Halston; e todos os cenários, guarda-roupa e caracterização merecem ser apreciados ao detalhe.
A série é baseada no livro Simply Halston: The Untold Story, publicada em 1991, e percorre a vida pessoal e artística do designer norte-americano que começou por desenhar chapéus na década de 60 para a alta sociedade nova-iorquina. Halston foi transportado para a fama quando a própria Jacqueline Kennedy usou uma das suas criações na tomada de posse do marido, John F. Kennedy, como presidente dos Estados Unidos.
O nome do estilista rapidamente começou a ser procurado, mas não demorou muito até que os chapéus caíssem em desuso e deixassem de fazer parte do guarda-roupa feminino. Foi aqui que teve de se reinventar. Halston saltou para o mundo do pronto a vestir e desconstruiu o guarda-roupa americano para silhuetas mais fluídas, femininas, mas também mais minimalistas.
Em 1970 era impossível não conhecer o seu nome. Não só Halston foi autor dos vestidos camiseiros, do ultrasuede (uma camurça lavável na máquina), abriu uma loja na Madison Avenue, como ainda fazia parte da elite americana. Liza Minnelli, por exemplo, era uma das suas grandes amigas e chegou até a atuar em desfiles seus, em Paris.
Nos tempos áureos de Halston, as festas no icónico Studio 54 tornaram-se uma referência na vida de celebridades. Foi por lá que aconteceram festas que contaram com a presença de Andy Warhol, Cher, Bianca Jagger ou Elizabeth Taylor, mas a fama do uso de drogas começou a ser mais latente e, consequentemente, a afetar a vida do designer.
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Com clientes como Anjelica Huston ou Lauren Margaux Hemingway, a marca estava em todas as montras das lojas americanas. Além do pronto a vestir feminino, o nome Halston chegou à perfumaria (com um famoso frasco que esgotou em apenas algumas horas após o lançamento), à moda masculina, a malas de viagem e até a roupa de cama. O sucesso foi longo.
Em 1983, o designer viu a sua vida a tomar um rumo totalmente diferente que ditou o fim do seu império. Neste mesmo ano, foi feito um contrato milionário com a cadeia J. C. Penney que o afastou de vez da marca. Não só deixou de ser Diretor Criativo, como não pôde produzir nem lançar mais nenhum projeto que tivesse o nome Halston.
Hoje, a marca ainda existe, mas não tem a expressão que tinha na era de ouro em que o estilista estava no leme. Roy Halston Frowick acabou por falecer aos 58 anos, na Califórnia, vítima de SIDA.