© GRAFISMO: SARA MARQUES
10 escritores revolucionários para assinalar o 25 de abril

10 escritores revolucionários para assinalar o 25 de abril

Este ano celebra-se o 50º aniversário da Revolução dos Cravos que marcou o fim da ditadura em Portugal e para assinalar o dia, sugerimos-lhe livros de escritores que foram revolucionários e lutaram contra o regime com as suas obras.

Por Abr. 22. 2023

Durante os 41 anos que durou o Estado Novo, foram muitos os livros censurados e proibidos em Portugal, mas nem isso fazia com que os escritores os deixassem de os escrever e de com eles lutar pela liberdade do País.

São várias as obras que nos relatam o que se passava no País, tendo sido, na altura, considerados imorais, contrários aos bons costumes e atentados ao pudor. Nunca é demais lembrar, sobretudo, numa altura em que os populismos estão a crescer, que direitos que hoje parecem inquestionáveis não o eram no nosso País, há apenas 50 anos.

Celebre o 25 de abril com estes livros

  • Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta

    Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta

    Dom Quixote

    22,20€

    Em plena ditadura três escritoras juntaram-se para escrever a obra feminista mais marcante da nossa literatura. Reescreveram as cartas da Mariana Alcoforada, freira enclausurada no convento de Beja que se apaixonou por um oficial francês. Nas Novas Cartas Portuguesas reúnem vários estilos e criticam a condição da mulher no Estado Novo, bem como o papel da Igreja Católica. O livro foi publicado em 1972, mas depressa foi recolhido e destruído por conter “conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública” e só a revolução de abril impediu que as autoras fossem julgadas.

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  • A Paixão, Almeida Faria

    A Paixão, Almeida Faria

    Assírio & Alvim

    14,40€

    A Paixão, de acordo com a PIDE, tinha ideias revolucionárias, já que abordava temáticas como a luta de classes, a desigualdade social, a injustiça tendo como cenário uma vila alentejana. A este livro, seguiram-se Cortes, Lusitânia e Cavaleiro Andante, compondo assim a Tetralogia Lusitana, na qual se acompanha uma família de proprietários agrícolas em tempos de ditadura e no pós-revolução.

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  • Praça da Canção, Manuel Alegre

    Praça da Canção, Manuel Alegre

    Dom Quixote

    12,90€

    Símbolo da resistência e da luta pela liberdade em Portugal, apelidado por Manuel Alegre neste livro, como “pátria parada/à beira de um rio triste”, Praça da Canção foi publicado originalmente em 1965 e apesar de ter sido proibido os poemas nele contidos sobreviveram e continuaram a serem lidos por uma geração ávida de mudança.

    3 / 8
  • Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, Seleção de Natália Correia, Ilustrações de Cruzeiro Seixas

    Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, Seleção de Natália Correia, Ilustrações de Cruzeiro Seixas

    Ponta de Fuga

    24,40€

    Este livro nasceu da vontade de Fernando Ribeiro de Mello, editor da Afrodite, que convidou Natália Correia (que teve vários livros censurados) para organizar esta antologia que seria publicado em 1965. Ousadia esta que fez com que ambos e até alguns poetas fossem julgados e condenados, já que a obra ofendia “os bons costumes”, “o pudor geral” e “a moralidade pública”. Luís de Camões, Fernando Pessoa, Mário Sá-Carneiro, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny e Herberto Helder são alguns dos poetas que pode encontrar na revolucionária Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica.

    4 / 8
  • Bichos, Miguel Torga

    Bichos, Miguel Torga

    Dom Quixote

    13,90€

    Os 14 contos que compõem este livro colocam humanos e animais perante os mesmos problemas e até lhes dão características semelhantes. Em Os Bichos, ambos lutam pela liberdade e pela vida. Publicado, pela primeira vez, em 1940, este foi apenas um dos livros de Miguel Torga, que era apelidado de escritor comunista pela PIDE, que foi censurado.

    5 / 8
  • Quando os Lobos Uivam, Aquilino Ribeiro

    Quando os Lobos Uivam, Aquilino Ribeiro

    11 X 17

    8€

    “Romance panfletário” foi desta forma que a censura categorizou Quando Os Lobos Uivam, sublinhando que o livro era “um odioso ataque à atual situação política”. Aquilino Ribeiro transporta-nos até à serra dos Milhafres, nos finais dos anos 40, altura em que o Estado Novo expropriou os terrenos baldios que sempre tinham sido utilizados para bem comunitário. Apesar do medo, dá-se uma revolta liderada por Manuel Louvadeus, que tinha estado emigrado no Brasil, e muitos homens são presos.

    6 / 8
  • Um Homem não Chora, Luís de Sttau Monteiro

    Um Homem não Chora, Luís de Sttau Monteiro

    Areal Editores

    15,10€

    A sociedade do Estado Novo é retratada em Um Homem Não Chora, a partir do conflito interior de um homem. Os holofotes da censura foram colocados em Luís Sttau Monteiro, jornalista escritor e dramaturgo, quando publicou a peça Felizmente há Luar!, que foi de imediato proibida de ser levada a cena. Depois disso, nunca mais a PIDE o deixou em paz.

    7 / 8
  • Dinossauro Excelentíssimo, José Cardoso Pires

    Dinossauro Excelentíssimo, José Cardoso Pires

    Leya

    10€

    Dinossauro Excelentíssimo é uma sátira de Salazar e da ditadura que instituiu no País. Tudo se passa no Reino do Mexilhão cujo imperador acabou por ficar entrevado com a paralisia da mentira. Foi publicado em 1972, pouco depois da morte do ditador, e não foi alvo de censura, porque foi apontado como exemplo de que aquela não existia em Portugal na Assembleia da República pelo deputado fascista Casal Ribeiro. Na verdade, foram essas palavras incautas que impediram que o livro fosse retirado do mercado e que José Cardoso Pires fosse preso.

    8 / 8
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