Os 16 melhores livros de 2019, segundo a nossa editora de bem-estar

Leva-nos ao universo de José Saramago, que aqui é uma personagem, mas a fazer dele próprio. Ele, o escritor consagrado, e José, um jovem escritor, são protagonistas de uma história desafiante, que caminha entre a realidade e a ficção. Nunca se sabe quem conta o quê da história, que anda sempre cruzada.

É um romance autobiográfico comovente e muito íntimo, no qual Manuel Vilas, premiado escritor espanhol, escreve sobre a morte dos pais, o divórcio e a sua dependência do álcool, três momentos marcantes da sua vida. “Oxalá fosse possível medir a dor humana com números claros e não com palavras incertas” é uma daquelas frases que fica na memória.

Ganhou o The Man Booker Prize 2018, mas só em setembro chegou a Portugal pela mão da Porto Editora e é um livro extraordinário. Retrata a Irlanda no auge dos conflitos internos e mostra o poder que um boato pode ter. Um facto curioso: as personagens não têm nome, nem mesma a narradora, uma rapariga de 18 anos que é assediada pelo leiteiro e é conhecida como a irmã do meio.

Este livro revela-nos quatro histórias todas ligadas ao amor e à falta deste contadas pelo mesmo número de mulheres que inesperadamente têm muito em comum. Um livro brilhante de João Tordo que nos leva a três cidades diferentes ao longo de um século.

Tem como protagonista a longa e preenchida vida de Manoel Oliveira, as suas paixões e convicções inabaláveis. O cineasta, que também foi artista de circo, campeão de salto à vara, corredor de automóveis, gestor de fábricas e lavrador, teve uma vida como poucos. Depois de ler o livro de Paulo José Miranda, fica-se com vontade de rever ou ver os seus filmes.

É a sequela dos Meninos da Camorra e leva-nos novamente até Nápoles e à vida do grupo de jovens que sonha dominar a caótica cidade italiana, correndo riscos, porque para eles a vida na verdade vale pouco. Neste segundo livro, alianças e traições vão desfazer o grupo e os sonhos. O autor, o jornalista Roberto Saviano, vive sob escolta policial desde que escreveu o bestseller Gomorra.

Escreve como poucos e tem novo livro. Falo de Miguel Esteves Cardoso e de No Passado e no Futuro Estamos Todos Mortos que reúne 200 crónicas, onde a vida está no centro de tudo. Como o autor diz, “pensar na morte é a melhor maneira de dar valor à vida” e “sabemos como nascemos. Sabemos como morremos. Só nos resta viver”.

“Não é o futuro, é o passado que nos mata, que volta para nos moer e nos minar, e que acaba finalmente por nos matar”. Esta frase é quase um resumo deste que é o mais recente livro de Michael Houellebecq, e que retrata a nossa sociedade de forma excecional. Para isso, construiu uma personagem, que resolve deixar tudo para trás e se isola ainda mais do que já estava ao ritmo de um antidepressivo que liberta serotonina, à medida que lhe rouba o desejo sexual e ele nos vai contando a sua história.

Considerado a grande revelação da literatura brasileira, Geovanni Martins escreveu um livro que nos transporta para o Rio de Janeiro e para as suas favelas. Os invisíveis canarinhos, que vivem entre a esperança e o desespero, aqui ganham visibilidade. São várias histórias soltas deixadas em aberto.

É a primeira incursão de João Tordo nos thrillers e entre recuos e avanços no tempo, a história anda à volta do assassinato de Noah Walsh, mas também do amor entre Pedro e Laura, a filha do primeiro. Os dois vão embarcar numa investigação, que nos mostra caminhos bem diferentes dos esperados, entre personagens muito bem desenhadas.

Escrito no comboio, no trajeto casa-trabalho-casa, este livro pôs Espanha em alvoroço pelo seu ritmo frenético. Foi o livro de estreia de Javier Castillo, que nem sequer esperou pelo sim das editoras e editou o livro na Amazon espanhola (Kindle Direct Publishing). Só mais tarde é que o livro foi editado em papel. Tudo começa quando um homem nu caminha pelo centro de Boston com a cabeça de uma jovem mulher na mão… depois é difícil largar o livro antes de o terminar.

Criou polémica quando foi editado, tendo sido mesmo responsável pelo afastamento de Albert Camus e de Jean-Paul Sartre, já que este criticou ferozmente esta obra. Nele, navega-se entre dois conceitos importantes na obra daquele que foi um dos maiores pensadores do século passado, o absurdo e a revolta.

Este livro marca o regresso de Afonso Cruz aos livros infantis e traz todos os ingredientes para cozinhar os mais pequenos, uma delícia de livro, como o autor já nos habituou.

A bióloga molecular, Sabina Radeva decidiu recontar e ilustrar A Origem das Espécies, de Charles Darwin, publicado originalmente em 1859. O resultado é um livro educativo.

Este livro volta a colocar os mais pequenos aos comandos do Avião da Pena Branca e desafia-os a fazerem da Terra um sítio melhor para toda a Humanidade.

É uma coleção de livros infantis que tenho acompanhado desde o primeiro número. Este dá a conhecer Ella Fitzgerald, a lenda do jazz norte-americano, mais uma mulher extraordinária.