Bem a propósito do São Valentim, quisemos saber como pensam o amor Capicua, Rita Redshoes, Miguel Araújo e Marinho, artistas conhecidos bem conhecidos do público português e cujo talento nos transcende a cada canção.
“Qual a sua definição de amor?” foi somente o que interrogámos para que pudessem discorrer nas suas mais sui generis interpretações.
Depois quisemos obviamente saber quais as suas músicas mais românticas e porquê. Isto é, quais as melodias próprias, que na sua opinião, mais lhes soam a amor. O resultado? Uma compilação singular de conversas ímpares, num tom casual mas intimista, romântico sem ser cliché, cativante ponto.
O amor, a música e as suas interpretações
Capicua
“O amor é demasiado intangível e íntimo para ser definido facilmente. Acho que é precisamente para isso que nasceu a poesia. Para tentar chegar perto do amor através das palavras e é isso que tento fazer também. É uma das forças motivadoras da minha música, mas não a única. A revolta pode ser uma motivação poderosa, mas acho que o fundamento dela é também o amor, ao próximo, por exemplo. Já falei de amor, de desamor, amor romântico, amor carnal, amizade, maternidade, amor-próprio… muitos e infinitos amores. O grande poder de uma canção de amor é o de nos fazer suspirar. O resto já vai depender do coração de cada um.”
Música mais romântica
“Acho que é Casa no Campo porque é romântica no sentido mais lato possível. Fala do amor pela Natureza, pela família, do amor-próprio, do amor a dois, tudo junto numa mesma utopia de futuro.”
Marinho
“Amor é um superpoder. Quando usado para o bem, na sua forma mais pura, acorda-nos mais do que café. Dá-nos força para enfrentar a vida e faz-nos querer ser melhores para os outros e para nós mesmos. Amor é o melhor remédio para as feridas da alma e é uma energia renovável infinita: quanto mais dele damos, mais ele se multiplica.”
Música mais romântica
“Já me foi dito que a Ghost Notes foi tocada como primeira dança de uns noivos no seu casamento. Isso é bastante romântico, a meu entender! Por outro lado, a I Give Up and It’s Ok é uma ode ao amor-próprio. Difícil escolher.”
Mayra Andrade
“Ao longo da vida, vamos descobrindo diferentes formas de amar e de ser amado, assim os contornos da palavra Amor vão evoluindo à medida que crescemos. Para mim Amor é abraçar o outro inteiramente e desejar vê-lo feliz acima de tudo.”
Música mais romântica
“Manga. Fala de uma estória de amor entre duas pessoas que vivem em continentes diferentes e do desejo de vencer essa distância com a força dos sentimentos que nutrem um pelo o outro. A manga é a minha fruta preferida e a metáfora que escolhi para falar do Feminino. A mulher, tal como o fruto, torna-se mais sensual quando amadurece, mais bonita, mais cheirosa e saborosa também! No fundo, é uma celebração da nossa sensualidade.”
Rita Redshoes
“O amor dá sentido à existência. A minha criação artística vem da contemplação desse sentimento, do questionamento da sua ausência e da esperança em encontrá-lo. É o que me motiva a escrever, o que me acalma e inquieta. Felizmente, expresso todo o tipo de amor nas minhas músicas, felizes e infelizes. Para mim, significa caminho feito e vivido e a isso chama-se riqueza. Hoje em dia, tenho muito mais histórias para contar, mais certezas e menos medos, graças a Deus. Uma delas é a de que uma boa canção, seja ou não de amor, pode salvar uma vida se for ouvida ou feita no momento certo. A música tem um poder infinito de tocar o ser humano em pontos que desconhecemos, de aliviar ou perturbar, esclarecer ou questionar. Também de ensinar e, porque não, ensinar o que é o amor.”
Música mais romântica
“Talvez seja o Choose Love. A letra é uma procura de um amor universal e reparador, mas é uma canção que partiu de um desamor.”
Miguel Araújo
“O amor é para onde tudo tende, todas as forças do Universo. Sem dúvida que é a minha principal motivação, mas o romantismo tem várias formas, não é só o que a gente encontra nos filmes românticos de domingo à tarde. Acho que o desgosto será sempre adubo mais fértil para a criação musical. Os povos cantam sobre o que não têm. A música popular nos povos das zonas secas fala sobre a água. A do mundo Ocidental tende a falar de amor. ‘Toda a canção é um poema ajudado que diz o que a alma não tem’. Mas música popular tem poderes terapêuticos. Pode até curar um coração despedaçado.”
Música mais romântica
“Anda Comigo Ver os Aviões, mas mais pela projeção idílica de sonhar com a América do que propriamente pela frase ‘mulher, tu sabes o quanto eu te amo’.”