São muitas as histórias que Evan Rachel Wood conta sobre a sua relação com Brian Warner, mais conhecido como Marylin Manson, que começou quando ela tinha apenas 18 anos e ele 37. Na altura, o músico era casado com a atriz Dita Von Teese, mas após ter conhecido Rachel numa festa, em Los Angeles, os dois tornaram-se próximos e não demorou muito até começarem uma relação que viria a ser polémica.
Agora, quase 10 anos depois de ter terminado, Evan Rachel Wood conta, num documentário de duas partes (disponível na HBO Max), todos os contornos desconhecidos sobre Marylin Manson, ao mesmo tempo que mostra a luta para a aprovação da lei Phoenix – esta lei visa estender o prazo de prescrição dos crimes relacionados com violência doméstica e psicológica, na Califórnia, para dar oportunidade às vítimas de fazerem queixa após os três anos.
O desenrolar a Phoenix Rising
Durante anos, a atriz protagonista da série Westworld, nunca tinha revelado o nome do seu abusador, embora isso não tenha impedido os fãs de Manson a juntarem as peças do puzzle e, posteriormente, a ameaçarem com violência e morte.
Em 2021, Rachel Evan Wood teve a coragem de dizer publicamente que foi o irreverente cantor que abusou de si, durante vários anos, isolando-a da família e dos amigos, e cometendo variadíssimos atos de violência e abuso emocional.
Mas Rachel não foi a única. O seu testemunho e luta para o sucesso da lei Phoenix levou a que muitas ex-namoradas da estrela de rock tivessem a coragem de denunciar os crimes cometidos por ele. Hoje, todas, incluindo Rachel, sofrem com os fantasmas do passado, nomeadamente com stresse pós-traumático, devido aos atos de violência doméstica e até de violação.
Entre os muitos atos terroríficos que a atriz conta, estão os atos de tortura, de privação de sono a que Manson a sujeitava, forçava-a a tomar drogas e chegou a violá-la diversas vezes enquanto Rachel estava sob o efeito de comprimidos. Os castigos, segundo o seu testemunho, estariam muitas vezes relacionados com o facto de ser judia e de Manson ser apoiante do partido nazi, tendo até em sua posse um chicote com a suástica, símbolo do partido extremista.
Agressão sexual, assédio sexual, violência doméstica e abuso sexual são alguns dos crimes que o cantor enfrenta, apesar de já ter vindo a público desmentir todas estas acusações.
Numa publicação no seu Instagram oficial, escreveu: “Obviamente, a minha arte e a minha vida têm tido um magnetismo para a controvérsia, mas estas acusações contra minha são distorções horríveis da minha realidade. As minhas relações íntimas com as minhas parceiras sempre foram consensuais. Apesar de não saber como ou o porquê de agora decidirem deturpar o passado, esta é a verdade”.
Phoenix Rising estreou em janeiro deste ano no Sundance Film Festival e, em março, o cantou processou a atriz e a diretora artística Illma Gore, que também participa no documentário, por difamação, alegando que está a ser vítima de uma “conspiração”.
O documentário tem apenas dois episódios com mais de uma hora e está disponível na HBO Max.