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The Time Traveler's Wife: a história de um amor que deambula no tempo

The Time Traveler’s Wife: a história de um amor que deambula no tempo

The Time Traveler’s Wife retrata a vida de Claire e Henry, um casal cuja história de amor é também feita de perdas e de viagens no tempo. O livro de Audrey Niffenegger já sofreu duas adaptações, mas a minissérie da HBO traz-nos uma nova perspetiva.

Por Jul. 12. 2022

A narrativa desenrola-se em torno de uma amizade prematura entre uma criança inocente e o seu companheiro para a vida, que vive uma realidade ampliada. Claire (Rose Leslie) tem apenas sete anos quando conhece Henry (Theo James), o seu futuro marido. Mas Henry tem 43 e já se encontra casado com Claire. Como se explica isto?

A verdade é que desde pequeno que Henry De Tamble sofre de uma condição que o leva a viajar no tempo. O que é para muitos um superpoder, para a personagem principal é um momento constrangedor, pois acaba sempre nu, numa realidade alternativa e com uma vontade constante de vomitar.

A principal regra do time travelling é: não é possível transportar nada, a não ser memórias e um profundo conhecimento do que está para vir.

Assim, Claire cresce com três diferentes versões de Henry, que a visitam em alturas distintas. Mas, é aos 20 anos, no meio dos livros de uma biblioteca em Chicago, que dá de caras com o jovem de apenas 28, isto é, a versão que nunca conheceu.

Imaturo e despreocupado, Henry não é mais a mesma pessoa e a crença de que pertencem um ao outro começa a desvanecer. Contudo o tempo não para e o destino já se pronunciou mais do que uma vez.

Ao longo dos episódios, o casal procura contar ao espectador a história do seu relacionamento. Numa narrativa desalinhada temporalmente, viajamos até ao passado e presente, no qual se revela a constante vontade de avançar até ao futuro.

Passado e futuro da série

The Time Traveler’s Wife já conquistou milhões com a sua visão sincera, e distorcida, do que significa amar alguém vezes e vezes sem conta. Com uma coleção completa de prémios, o livro de Audrey Niffenegger foi primeiro adaptado em filme, em 2009, com o mesmo título e história, na altura interpretado por Eric Bana e Rachel McAdams.

Steven Moffat, diretor da série, admite que embora o conceito de “viajar no tempo” possa ser absurdo, o modo como a autora o descreve precisava de muito mais do que apenas um filme para ser desconstruído.

“Todos estão habituados à versão em que se pode voltar atrás e consertar as coisas, e esta é literalmente uma história sobre não haver segundas oportunidades. Este momento é o que tens”, contou o diretor ao Entertainment Weekly.

Moffat explicou também que “a viagem no tempo é como um dispositivo (…), uma maneira de lembrar que o amor está inextricavelmente ligado à perda”. Estes são dois dos pilares que seguram a série: o amor entre Claire e Henry, que cresce e nunca desaparece; em contraste com a perda não só de Henry, mas da constante lembrança de uma vida que não pode acontecer.

A morte, o medo do futuro, não deixa de causar inquietação em quem já tem conhecimento do que está por vir. Esta minissérie mostra-nos que é muito mais assustador ver já o que está escrito, sem oportunidade de alterar aquilo que, para nós, está errado.

Apesar de bem recebida pelos eternos amantes da história de Claire e Henry, The Time Traveler’s Wife recebeu muitas críticas do público em geral, acusando a autora de fazer nascer uma história baseada em child grooming (quando um adulto estabelece uma amizade suspeita com um menor).

Pode, para já, encontrar os seis episódios disponíveis na plataforma da HBO. Contudo, por cá também já se conhece o futuro e a produtora já confirmou que não irá haver uma segunda temporada.

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