#desafioaceite é uma rubrica que tem como objetivo mostrar como podemos desafiar-nos a nós próprias, explorando situações fora da zona de conforto. Este desafio também pode ser seu. Partilhe connosco a sua experiência.
Não tenho carro, nunca tive. Para me deslocar na cidade costumo andar a pé e, quando tal não é possível, recorro aos transportes públicos, tais como metro, Uber e, mais recentemente (desde que instalaram o serviço Gira em Lisboa, para ser mais precisa), às bicicletas elétricas da cidade e também às trotinetes.
A explicação é simples, para além do custo associado à utilização do carro na cidade (é necessário mencionar o preço da gasolina e do parquímetro no centro da cidade?), razão pela qual nunca pensei em adquirir um, a dificuldade em arranjar estacionamento, o tempo dispendido no trânsito e, claro, a questão ambiental, foram fatores decisivos para encontrar outras alternativas para as deslocações urbanas.
Felizmente, as soluções multiplicam-se e, hoje em dia, adquirir uma trotinete ou bicicleta elétrica é uma opção a ter em conta.
Sabia que, desde 2017, existe um compromisso do Fundo Ambiental, o Incentivo pela Introdução no Consumo de Veículos de Baixas Emissões, que pretende implementar medidas que acelerem o processo de forma a que se recorra cada vez mais a energias de tração alternativas e ambientalmente mais favoráveis, como a tração 100% elétrica? É verdade, pode ter uma ajuda do Estado de até 1500€ na compra de uma bicicleta elétrica.
Aqui ficam algumas vantagens da utilização deste meio de transporte:
- Poupa tempo, pois evita o trânsito;
- É uma opção mais ecológica;
- Como é um gasto único, é também mais económica;
- Impulsiona a prática de exercício físico.
A escolha do futuro
Para embarcar neste desafio, utilizei o modelo FX+ da Trek, uma bicicleta elétrica urbana pensada para que as deslocações diárias sejam mais rápidas e, claro, confortáveis.
Com um sistema de pedalada assistida intuitivo, auxilia até aos 25 km/h. Embora seja uma grande ajuda, principalmente nas acentuadas subidas da cidade, é necessário continuar a pedalar como numa bicicleta manual. Tal não só torna a viagem interessante e dinâmica, como une a componente desportiva associada à bicicleta ao propósito deste desafio, que é utilizá-la como meio de transporte.
É leve, tem luz incorporada e o acento é extremamente confortável. Fiz um total de 40 minutos de viagem seguidos e nunca fiquei desconfortável ou com dores.
Um dos pontos que considero menos positivos está relacionado com o carregamento da bateria, de 250 Wh. Uma vez que não é possível retirar a bateria, e a mesma deve ser carregada ligada à corrente, tive de subir alguns degraus com ela (tranquilamente, pois é mesmo leve) para conseguir ligar o cabo à tomada.
Como tinha estado a chover, acabei por sujar o chão todo. E porque a minha casa em pleno centro de Lisboa é pequena, foi igualmente difícil encontrar um canto para a deixar a carregar. Mas no final, tudo correu bem.
O que considero um ponto menos positivo é também, em boa verdade, um benefício, pois torna-se impossível roubar a bateria do veículo elétrico.
Outra vantagem é a sua duração. Usei-a todos os dias da semana e carreguei-a apenas uma vez.
5 dias úteis
Foi este o tempo que durou o meu desafio (um pouco mais, na verdade). Ao contrário do que esperava, não foi assim tão complicado resistir à tentação de chamar um Uber.
Optei por fazê-lo apenas durante a semana de trabalho, pois é quando faço mais deslocações na cidade. Apesar de estar em teletrabalho, há sempre muitas deslocações fora do horário laboral, seja por necessidade de manter a vida social ativa, seja para realizar tarefa domésticas básicas.
Com uma vida cada vez mais agitada na capital, perco horas no trânsito simplesmente à espera de chegar a algum lado. O verdadeiro desafio aqui foi perceber até que ponto esta mudança no meio de transporte afetou o meu bem-estar de forma positiva.
À primeira vista, não só tornou-me fisicamente menos sedentária, como ganhei tempo para desfrutar dos momentos com mais calma. Aliado a isto tudo, o fator ambiental tem também um grande peso, uma vez que as alterações climáticas cada vez se notam mais, basta pensar que em pleno novembro ainda conseguimos sair à rua de t-shirt.
Pontos positivos deste #desafioaceite
O facto de ter a ajuda elétrica, fez-me sentir que podia contar com a bicicleta para percorrer caminhos mais longos. Fiz tarefas tão simples como ir ao supermercado ou aos correios deixar encomendas, mas também aventurei-me mais, em percursos de 30 a 40 minutos só ida, para ir ter com amigos e familiares.
No final da semana, senti-me mais leve fisicamente, uma vez que pratiquei exercício com uma regularidade à qual não estava habituada, mas também na carteira, pois poupei bastante em apenas cinco dias. Numa semana comum, só em transportes públicos gastava cerca de 10€ no mínimo, por vezes até mais.
Como a bicicleta é muito leve, arrumá-la em casa também não foi de todo exigente. Já na rua, escusado será dizer que nunca foi tão fácil arranjar estacionamento para uma viatura própria como foi para a bicicleta.
Pode não parecer, mas Lisboa tem imensos parques à disposição, com um ferro que torna o processo de prender a sua bicicleta elétrica mesmo rápido e fácil.
Se está a pensar numa alternativa ao carro para utilizar durante a semana, aconselho-a vivamente a dar uma oportunidade à bicicleta elétrica. Acredite, é possível viver a vida com mais calma.