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6 dicas para diminuir a tristeza de um Natal diferente

6 dicas para diminuir a tristeza de um Natal diferente

O que se pode fazer para diminuir a tristeza de um Natal diferente? Rita Salazar Dias, psicóloga clínica, dá-nos algumas dicas.

Por Dez. 16. 2020

Com 60% da população mundial a revelar algum ‘cansaço da pandemia’, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, eis que entramos na época festiva. Contudo, nem tudo são más notícias, uma vez que já foi encontrada a vacina para combater a Covid-19.

Num ano marcado pela diferença, saiba como gerir as suas emoções numa das alturas mais sentimentais e familiares do ano, o Natal.

6 dicas para diminuir a tristeza no Natal

1. Aceitar a realidade

Às famílias nucleares que este ano poderão não passar o Natal com a família alargada, Rita Salazar Dias aconselha a aceitar que este ano terá de ser assim.

“Se partirem deste pressuposto, será mais fácil depois arranjar estratégias de adaptabilidade para minimizar as dificuldades do afastamento físico. E quando as ligações são genuínas, é só mesmo desse afastamento que falamos – físico. Pois estaremos com todos eles no coração e no pensamento nessa noite”, garante.

Esta pode ser uma oportunidade, diz a nossa entrevistada, para “ter um momento de introspeção e reflexão sobre a forma como estamos a vivenciar as nossas relações – familiares, pessoais e profissionais”.

2. Adaptação e resiliência

Para Rita Salazar Dias, “a forma mais ou menos crítica com que cada um viverá esta época será definida em função da forma como cada indivíduo encarar a situação. Os que tiverem maior capacidade de adaptabilidade, resiliência e positivismo irão contornar mais facilmente um período difícil, face àqueles que são mais negativistas em relação às situações adversas e que, por esse motivo, se deixam envolver na tal nuvem negra e negativa”.

Se não conseguir lidar com a situação sozinha, procure ajuda especializada, a psicoterapia poderá ajudar.

Nem todos os afetados nesta pandemia foram (ou são) os infetados pelo novo coronavírus. São também “todas as pessoas que não estão a ter capacidade de se adaptar às novas circunstâncias, que estão com dificuldade na superação de crises, perdas afetivas, que têm conflitos emocionais e sinais de mal-estar (irritação, ansiedade, impulsividade, medos, depressão, apatia, isolamento…), em doses acima do que seria esperado ou acima daquilo que conseguem suportar”, explica a especialista.

3. Usar a tecnologia

Tal como aconteceu durante o primeiro confinamento, também neste Natal, “a tecnologia terá uma importância acrescida, pois será através dela que possivelmente vamos conseguir estar mais próximos uns dos outros, minimizando assim o vazio da ausência presencial dos que nos são significativos”, refere a psicóloga clínica.

Assumindo que não é de todo possível passar esta noite acompanhada, a psicóloga clínica sugere que “tenha consigo um aparelho tecnológico, preferencialmente que lhe permita fazer videochamadas, de forma a poder estar em contacto com outros familiares e, até porque não, poderem partilhar a refeição por essa mesma via (videochamada)”.

4. Pensar nos outros

Rita Salazar Dias lembra que “os familiares e a comunidade têm um papel importantíssimo de assegurar, sobretudo, junto dos mais idosos, que terão o mínimo para passarem o Natal com dignidade, mesmo que não estejam com a família”.

Aliás, sublinha a psicóloga, esse cuidado não deve ser só na noite ou dia de Natal, mas durante todo o ano. “É preciso estarmos conscientes de que também se morre ou se adoece de solidão.”

5. Ir para fora

Vai passar o Natal sozinha? Por que não ir para um hotel? “Se isso trouxer conforto à pessoa e se lhe minimizar o impacto da solidão, por que não? O importante é que a pessoa se sinta bem ou minimize a sua dor, o seu sofrimento ou o seu desconforto”, assegura a psicóloga.

Este conselho pode também ser para quem vai estar só com quem coabita.

6. Oferecer um mimo

Não estar com a família não significa não oferecer um presente se esse gesto for uma prática comum.

“Claro que todos gostamos de um miminho. E o verdadeiro valor de um presente é o tempo que dedicamos a pensar nele, para que seja à medida de quem o oferecemos. E hoje conseguimos fazer chegar por diferentes vias, de forma rápida e segura, o tal mimo que pode ser um pequeno conforto para quem o recebe”, diz Rita Salazar Dias.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 246, dezembro de 2020.
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