Pulam sem parar, há movimentos que parecem chutos no ar, noutros as pernas parecem torcer-se, não faltam rodopios e slides, tudo isso com muita rapidez e ao som de música eletrónica. Falamos do shuffle dance, que teve origem na década de 1980, nas raves em Melbourne, na Austrália, e foi-se espalhando pelo mundo até se tornar um estilo de dança, que só agora começa a fazer furor em Portugal.
O TikTok deu-lhe visibilidade e são muitos os vídeos que mostram como se dança. Se está à procura de uma nova modalidade para incorporar o exercício neste regresso à rotina, após as férias, o shuffle dance pode ser o que anda à procura. O movimento e a diversão estão garantidas.
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Depois de ter feito ballet, ginástica, dança contemporânea, jazz e hip hop, Filipa Carvalho apaixonou-se pelo shuffle dance, estávamos em plena pandemia. “Precisava de ocupar o tempo e descobri este estilo. Comecei a ver vídeos e a aprender sozinha, tendo depois feito a certificação online da Shuffle Academy, de Barcelona”, explica a professora, que é também designer gráfica de profissão.
Como na dança a formação é continua, em novembro, faz as malas para um retiro de shuffle dance em Tulum, no México. Filipa Carvalho começou a dar aulas em setembro de 2023, depois de muitos pedidos de quem via os vídeos que postava nas redes sociais. “O meu objetivo é dinamizar o estilo como acontece noutros países, onde vários grupos se juntam para dançar e há um verdadeiro espírito de comunidade”, realça.
O shuffle dance foca-se no trabalho de pés, e a rapidez destes é fundamental, explica Filipa Carvalho.
Junção perfeita
Quando questionada sobre o que a entusiasmou neste estilo de dança, Filipa Carvalho começa por falar na música: “Foi juntar a dança a um estilo de música de que já gostava, a eletrónica. Pareceu-me a junção perfeita e, definitivamente, este é o estilo que mais me completa”. O que difere o shuffle dance de outros estilos? “Foca-se no trabalho de pés, e a rapidez destes é fundamental. Estamos sempre aos saltinhos, como dizem os meus alunos. Claro que, depois, movemos todo o corpo e os movimentos são muito dinâmicos”, explica a dançarina e professora.
O objetivo é que os movimentos pareçam improvisados, como o próprio significado de shuffle indica, apesar de cada aula ter uma coreografia nova. A música eletrónica que acompanha as aulas varia pelos vários subestilos deste tipo de música, por isso vai do techno ao house e ao debstep. “Procuro variar sempre o tipo de música para chegar a todos os gostos”, conta Filipa Carvalho.
Benefícios para a saúde
É um estilo de dança exigente a nível cardíaco, o que lhe traz benefícios para a saúde. “Trabalha muito a parte cardio e também a coordenação”, afirma a dançarina. Além de ser excelente para a mente. “Os meus alunos dizem que preferem mil vezes estar ali uma hora e meia do que estar na passadeira ou a correr na rua. É uma boa alternativa para quem não gosta muito de ginásio. Os alunos acabam por se divertir, estão a ouvir música da qual gostam e acabamos também por construir uma comunidades”, explica.
Qualquer pessoa pode praticar shuffle dance, mesmo que não tenha conhecimentos prévios de dança. “Até muitos dos shufflers conhecidos tinham zero background de dança”, refere Filipa Carvalho. Para quem nunca fez shuffle dance e queira juntar-se à turma de Filipa Carvalho, a professora vai dar um workshop para iniciantes em novembro, nos dias 6, 13, 20 e 27, para ensinar as bases. “É suficiente para depois acompanharem as aulas e perderem a vergonha”, diz.
Aulas
Quando: Quinta-feira, das 20h30 às 22h.
Onde: Dance Factory, Campolide, Lisboa.
Preço: 45€ (pack mensal); 15€ (aulas avulsas).
Contacto: shufflewithpi@gmail.com ou através do seu Instagram.