Para Grace Dubery, o ioga é muito mais do que uma prática física. É um meio através do qual conseguimos atingir vários fins. Para nós mesmas e para o mundo.
Foi em 2002 que descobriu esta prática, tendo começado a ensinar Ashtanga Vinyasa há 12 anos atrás. “As minhas aulas têm evoluído no sentido de incluírem várias influências e tradições, que tenho tomado conhecimento ao longo dos anos”, refere.
A sua formação em Ciência Política e Estudos Africanos levou-a até ao Quénia, onde experimentou o sentido de comunidade que o ioga pode proporcionar. Integrou várias iniciativas e projetos sociais, como Africa Yoga Project ou Off the Mat Into the World, e tudo contribui para a sua visão bastante distinta desta prática milenar.
Para Grace, “o caminho interior de cada um terá que vir a traduzir-se num exteriorizar a posteriori como fim último de comunhão com a comunidade. E adianta: “esta noção inspira-me a aprofundar o meu empenho no desenvolvimento de projetos, não só localmente mas no estrangeiro, na certeza que os objectivos finais do ioga não se finalizam no tapete.”
Atualmente a viver em Nova Iorque, onde ensina e estuda no Kula Yoga Project, Yoga Shanti e no Sky Ting, Grace Dubery participa em inúmeros eventos internacionais e estará em Lisboa, dia 30 de setembro, como uma das protagonistas do cartaz do Wanderlust.
Na verdade, ela já é uma habitué deste evento que junta ioga, meditação e corrida. A Saber Viver falou ela para perceber melhor quem é e o que podemos esperar da sua aula de ioga no próximo domingo.
9 perguntas a Grace Dubery
1. O que podemos esperar da sua participação no Wanderlust?
Após 12 anos de formação e carreira fora do país, sinto que posso contribuir positivamente para o bem-estar das pessoas. Há dois anos que participo no tour Wanderlust, mas a minha presença em Lisboa terá um significado muito especial.
2. Na verdade, Portugal foi o primeiro país do mundo a celebrar o Dia Internacional do Ioga (2002). Como é regressar ao seu país de origem para praticar e ensinar a sua paixão?
Encaro-o quase como uma participação umbilical. Lisboa é a minha terra natal, e eu desejo mais que tudo partilhar um momento especial e sensibilizar as pessoas para a prática de ioga, demonstrando que, independentemente, das várias sensibilidades, todos poderão comungar desse momento sem uma doutrina imposta em que o espírito de comunidade sobressaia.
3. Na sua opinião, quais são as melhores razões para não perdermos o Wanderlust?
O Wanderlust é um festival já estabelecido internacionalmente que tem contribuído para a promoção da prática do ioga. Pelas minhas participações anteriores, sinto que a energia emanada neste evento é contagiante para todos os participantes. É uma atividade que engloba uma participação total de cada um, em que o bem-estar é um resultado inequívoco.
“O ioga é, sem dúvida, uma ferramenta essencial no controlo do stresse da vida moderna e na busca de uma vivência de paz interior. Na minha experiência pessoal consigo distinguir o que me é essencial na vida, eliminando tudo o que prejudica o meu bem-estar.”
4. Para quem nunca participou no evento, que dicas deixaria para aproveitar ao máximo?
Diria que a concentração física e espiritual é essencial. Aconselharia a estarem totalmente presentes para que se possam sentir imersos e terem o máximo proveito desta oportunidade.
5. Como descreveria o seu tipo de ioga?
A minha prática tem sido essencialmente em Vinyasa ou Flow. Diria que uma das minhas competências reside na oferta duma prática acessível a todos. Apesar de abordar o ioga de forma séria, acredito que o devemos encarar com uma certa leveza e espontaneidade. Procuro atrair pessoas de vários níveis e práticas, oferecendo uma aula inclusiva.
6. O nosso dia a dia é muitas vezes frenético, passado entre trabalho-casa-filhos, a tentar gerir o tempo da melhor forma, muitas vezes em stresse, sempre online… Como é que o ioga nos pode ajudar diaraiamente?
O ioga é, sem dúvida, uma ferramenta essencial no controlo do stresse da vida moderna e na busca de uma vivência de paz interior. Na minha experiência pessoal consigo distinguir o que me é essencial na vida, eliminando tudo o que prejudica o meu bem-estar.
7. No âmbito dos projetos que desenvolveu em África, em que medida o ioga pode ter um poder transformativo também em termos sociais?
África é um continente que está a acordar para um maior equilíbrio social e o ioga tem demonstrado efeitos positivos. Em todos os países em que já trabalhei nota-se uma inclusão socioprofissional da juventude através do desenvolvimento desta prática. Na sua base é positivo para a construção de comunidades coesas, em qualquer contexto.
8. Qual é a melhor hora para praticar ioga?
Tradicionalmente, o ioga é para ser praticado logo de manhã, mas diria que pode ser praticado em qualquer local e horário. No mundo ocupado de hoje, cinco minutos a qualquer hora são benfazejos.
9. Qual o melhor conselho que pode dar para quem quer começar a praticar ioga?
Não hesitar e não esmorecer às primeiras dificuldades. Encarar a prática do ioga como um momento de alegria e diversão.