Aproximamo-nos do fim deste ano e estamos todas ansiosas para que venham 12 meses novinhos em folha que nos ajudem a integrar toda a agitação que 2020 nos trouxe.
A lua nova em Sagitário, que nos brinda com um eclipse solar total e acontece na tarde da próxima segunda-feira, vem com o entusiasmo e a intensidade dos inícios, mas para podermos abraçar a novidade precisamos de nos desapegar de velhos paradigmas.
Sagitário é um signo de fogo, cheio de energia e de boa disposição. É mutável, gosta de se movimentar, de se aventurar por novas paisagens e precisa de saciar a sua sede de conhecimento e de verdade.
Mas também pode ser dogmático nas suas certezas e tem tendência a esconder as suas vulnerabilidades com um excesso de optimismo e de confiança.
Lua e Sol estão próximos do Nodo Sul, o causador do eclipse, o gerador da escuridão. Sagitário fala-nos de futuro, mas a Cauda do Dragão avisa-nos que o passado também se faz presente.
Mercúrio, o planeta da informação prática e analítica, junta-se aos luminares e está numa conjunção apertada com o Nodo Sul. Em Sagitário, ele perde a sua objectividade e fica inebriado com a amplitude da sua visão e com o arrebatamento das suas convicções.
O presente ainda nos pesa e nós já estamos com os olhos postos no futuro. Mas precisamos rever as nossas certezas, aquilo que acreditamos ou que deixámos de acreditar.
Os eclipses trazem sempre revelações sobre os nossos impulsos mais instintivos e este vem expor crenças bem enraizadas lá no fundo do nosso inconsciente.
Talvez estejamos demasiado agarradas a uma visão do que queremos da vida e precisamos largar essa expectativa para podermos avançar. Talvez possamos resgatar alguma aprendizagem antiga que nos ajuda a orientarmo-nos neste novo território.
De qualquer das formas, precisamos de olhar para os valores que nos orientam e perceber se são largos o suficiente para nos acompanharem numa nova vida ou se, pelo contrário, nos encurralam em becos sem saída e sem futuro.
O destemido Marte, que está em Carneiro, empresta a esta lunação uma boa dose de iniciativa de coragem. A energia dos inícios, implícita a Carneiro, e a determinação de Marte empuram-nos a abandonar velhos dogmas e a aventurarmo-nos a descobrir outras visões possíveis para a vida.
Júpiter é o professor que orienta este eclipse e segue ainda em Capricórnio, signo onde se sente limitado na sua vontade de crescer. No entanto, recebe uma graça de Vénus, ela própria também num signo que lhe é desconfortável. Confortam-se um ao outro na desgraça, sabendo que está para breve o fim do seu martírio – logo a seguir à lua nova os dois mudam de signo e podem respirar de alívio.
O próximo mês lunar é um marco importante no nosso percurso tanto colectivo como pessoal. Não só porque inclui a passagem de ano, que é sempre um momento que nos inspira mudança e renovação, mas também porque durante esta lunação Saturno e Júpiter saem de Capricórnio para entrar praticamente juntos em Aquário, deixando a companhia do sombrio e denso Plutão.
Assim, as primeiras semanas deste ciclo são um prelúdio para os meses que se seguem até ao próximo eclipse, em Maio de 2021.
O encontro de Júpiter e Saturno no início de Aquário marca o começo de um novo ciclo civilizacional de cerca de duzentos anos que terá como temas a informação, o trabalho em rede e a justiça social.
De uma forma mais individual podemos pensar no que queremos alcançar nos próximos vinte anos e se souber qual a área de vida que está associada a Aquário no seu mapa natal poderá ser ainda mais focada nas suas intenções.
Este ciclo de lunação começa com um eclipse solar que nos confronta com a nossa bagagem moral e com crenças do passado. Uma semana depois temos vários eventos, praticamente em simultâneo, que trazem o simbolismo de uma nova vida.
No dia 21 de Dezembro o solstício de Inverno no hemisfério Norte marca o regresso da luz a esta metade do mundo; a Lua faz-se crescente e começa a ser mais luz do que sombra; e os dois planetas sociais, Júpiter e Saturno, inauguram uma nova era para a humanidade.
Que convicções precisa desconstruir para poder ser mais tolerante e aberta a uma nova visão de vida? Que valores a ajudam a olhar para o futuro com confiança e optimismo? Que projecto pode começar agora que a vai fazer crescer e ajudar a abrir novos caminhos ao longo dos próximos anos?
Nos últimos meses fomos confrontadas com as nossas limitações, sociais e individuais, com a nossa resiliência e com a nossa humanidade. Em 2021 vamos testar a nossa capacidade de inovar e de nos reinventar.
Precisamos de nos guiar por valores que sejam suficientemente abrangentes e consistentes para nos darem o apoio e o espaço necessários para uma esperança renovada.
Bárbara Bonvalot começou a estudar Astrologia em 2005 e inicia o seu percurso como astróloga profissional em 2009. Actualmente é consultora e formadora de Astrologia, membro da AFAN (Association for Astrological Networking) e da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia). Entende a Astrologia como uma linguagem que nos leva a um conhecimento profundo de nós mesmos, dos outros e da própria vida.