Lua nova em Balança. Testes de poder nas relações
A lua nova acontece todos os meses quando a Lua se encontra com o Sol num determinado signo. Este começo de ciclo é o momento de semear o que queremos ver crescer nas próximas semanas.
Os dias estão carregados de tensão. A ansiedade e a frustração que nos queimam por dentro também saltam para fora de vez em quando e vão causando estragos à nossa volta.
A entrada do Sol em Balança, em vez de temperar os ânimos com alguma dose harmonia e conciliação, veio iluminar ainda mais os desequilíbrios e as discórdias nos relacionamentos e nas parcerias. Mas é necessário olhar para os problemas de frente se temos alguma intenção de os resolver.
A lua nova em Balança acontece na sexta-feira, dia 16 e dá o mote para uma lunação que se adivinha tempestuosa. As duas luzes no signo do equilíbrio e da ponderação deviam prometer-nos outra coisa, mas já sabemos que este não é um ano igual aos outros e que os desafios ainda não chegaram ao fim.
Sol e Lua estão sob grande tensão. Do lado oposto, em Carneiro, está Marte, que continua a puxar atrás o elástico da sua fisga e a aponta, desde há alguns dias, ao Sol e agora também à Lua.
Os ânimos estão exaltados e, apesar de tentarmos manter sob controlo a nossa irritação, Marte tem a sua própria agenda e esgueira-se pelo nosso inconsciente naqueles momentos em que baixamos a guarda.
Surpreendemo-nos connosco próprias, as relações sofrem, depois pedimos desculpa, mas o estrago já está feito. Agora resta-nos assumir as consequências e lidar com o prejuízo.
Em Capricórnio, Júpiter, Saturno e Plutão, os causadores dos grandes desafios deste ano, provocam um arrepio nos luminares e tornam a hostilidade de Marte mais presente e mais pesada. Estamos a atravessar território hostil.
Questões de controlo, de poder e de autoridade pesam-nos e é difícil descontrair, dialogar com leveza e ter em consideração o outro, como seria natural da energia de Balança. Sentimos que precisamos de nos defender, de definir os nossos limites para, logo a seguir, um novo confronto nos obrigar a testá-los e a redefini-los.
A lunação é recebida por Vénus, que está no signo ao lado, em Virgem, alheia aos tormentos dos seus hóspedes. O planeta do amor e da beleza, que procura relacionar-se e fazer ligações, fica deprimido num signo que favorece o isolamento e a introspecção analítica.
Além disso, Vénus opõe-se ao etéreo Neptuno que lhe rouba a definição e o realismo. A anfitriã do Sol e da Lua está incapaz de os apoiar durante este mês que se prevê tão intenso e nós estamos por nossa conta e risco.
A lua cheia, no dia 31 de Outubro, acontece bem perto do insólito Urano, o planeta dos cortes e das revoluções, e as semanas que se seguem vão trazer revelações e reviravoltas inesperadas e chocantes.
Estamos cansadas e desanimadas e não conseguimos esperar mais pelo futuro que nos foi prometido na lua nova de Touro no passado mês de Abril. Mas a nossa impulsividade pode abrir uma caixa de Pandora com consequências imprevisíveis.
Logo a seguir à lua cheia, Mercúrio, o planeta da comunicação e das deslocações, trava a sua marcha para, no dia 3 de Novembro, voltar ao seu movimento directo, trazendo confusão e desestabilização durante estes dias.
Quase no fim desta lunação, no dia 14 de Novembro, Marte também chega ao limite da sua retrogradação, pára e está a pronto a disparar a sua fisga… Mas isto já é tema da lunação seguinte.
Qual é a relação ou parceria que está a ser testada na sua vida? O que é que anda a tentar conter, mas já não lhe cabe no peito? A que é que se tenta agarrar, mas sente que lhe escapa por entre os dedos? Como é que pode reestruturar esse relacionamento de forma a que lhe pese menos, lhe exija menos esforço e que a faça sentir-se respeitada?
Estes são tempos de mudanças estruturais e profundas, é difícil ter certezas do que quer que seja e só conseguimos navegar à vista.
É legítimo, e até necessário, tentarmos segurar o pouco controlo que ainda temos e não deixarmos cair aquilo que é da nossa responsabilidade, mas não podemos impor as nossas decisões ao outro. Por isso, é igualmente fundamental reconhecer que há coisas que não estão sob o nosso domínio, mas pertencem à vontade do outro. E que cada um faça o seu próprio caminho.
Bárbara Bonvalot começou a estudar Astrologia em 2005 e inicia o seu percurso como astróloga profissional em 2009. Actualmente é consultora e formadora de Astrologia, membro da AFAN (Association for Astrological Networking) e da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia). Entende a Astrologia como uma linguagem que nos leva a um conhecimento profundo de nós mesmos, dos outros e da própria vida.