As últimas semanas renovaram-nos a esperança, trouxeram avanços científicos e tecnológicos e, em Portugal e noutros países, já se fala em desconfinamento.
Nos últimos dias, algumas situações que pareciam estar presas há algum tempo começaram a desbloquear e a encontrar resolução. Voltamos a olhar para o futuro e vamos reinventando formas de nos ligarmos uns aos outros, enquanto sentimos que a vida recupera movimento.
Signo de Peixes
Sábado, dia 13, logo pela manhã, Lua e Sol fundem-se nas águas infinitas e mutáveis de Peixes. O último signo do zodíaco é o mais sensível de todos e pode ter dificuldade em enraizar-se e em encontrar sentido num mundo que fica tão aquém da perfeição.
Peixes tem tendência a fugir da realidade, dispersando-se em sonhos, fantasias e contemplação. Mas é também essa a sua grande dádiva, a capacidade de ligação ao lado intangível da nossa existência e que pode ser traduzida numa manifestação artística ou numa fé infinita na vida.
Vénus e Neptuno em conjunção à lua nova
Vénus, o planeta da beleza e da união, aproxima-se dos luminares e está ainda mais perto do elusivo Neptuno, aperfeiçoando o aspecto ainda no próprio dia da lua nova.
A sensibilidade estética, a compaixão e a união a algo maior do que nós próprias são os temas desta lunação. O nosso lado mais contemplativo, artístico e sonhador é incentivado por esta energia tão etérea e tão subtil.
Ao nível das relações podemos sentir uma atracção que nos foge do controlo, como se fosse um feitiço do qual não podemos nem queremos escapar. De outra forma, essa ligação pode ser vivenciada com o colectivo e sentimo-nos a afundar em emoções maiores do nós próprias.
Há tendência para fugir do chão e para nos dispersarmos na fantasia. Enquanto o nosso olhar vai para o alto, para os ideais e para as infinitas possibilidades do que ainda não existe, torna-se difícil focarmo-nos no lado mais prático e nas tarefas que surgem no inevitável corrupio das demandas terrenas.
Lua nova sextil a Plutão
O outro aspecto forte desta lua nova é um sextil ao superlativo Plutão. Este planeta intensifica tudo o que toca e aumenta a profundidade do sentimento, das emoções e da conexão a dimensões inconscientes, tanto internas quanto colectivas.
Podem surgir lágrimas inexplicáveis, que parecem não ter uma razão lógica, mas que vêm de um lugar escondido, onde enterramos tudo o que nos é desconfortável, difícil ou ameaçador.
Ainda que essas emoções transcendam a nossa esfera individual, deixar que elas nos atravessem dá-lhes um significado pessoal. Esse choro pode ser profundamente libertador, catártico e até produtivo.
Júpiter em Aquário
O anfitrião desta lua nova é o condescendente Júpiter, que está em Aquário, ainda sob as directrizes de Saturno. “À vontade não é à vontadinha” e, apesar de os números da pandemia estarem a descer e a vacina estar, mal ou bem, a ser administrada à população, ainda não podemos respirar de alívio.
Já percebemos que não vamos voltar ao antigo “normal”, mas ainda nos é difícil aceitar os contornos que vamos vislumbrando desta nova normalidade.
Com muita cautela e ainda alguma desconfiança, continuamos a atravessar esta mudança de paradigma que foi catalisada por um vírus invisível há precisamente um ano.
Marte e Saturno em trígono
O intrépido Marte entrou em Gémeos no início de Março e deixou para trás a tensão com Saturno, o planeta do realismo e dos limites. O atrito entre estes dois planetas esteve presente na maior parte dos últimos doze meses e traduziu-se nas limitações e constrangimentos que todas sabemos.
A relação entre Marte e Saturno torna-se agora mais produtiva e construtiva, mas isto não contraria a falta de foco e a tendência para a dispersão de que falei acima.
No entanto, se tivermos um objectivo claro e definido que implique inovar em alguma área da nossa vida, este é o momento para juntar informação, experimentar ideias e testar soluções. Não significa que tudo o que fizermos vá vingar, mas ficaremos a saber o que funciona e o que é para deixar para trás.
Síntese da lua nova
As expectativas do futuro são grandes e os sonhos ocupam-nos os dias. Mas há também espaço para experimentarmos as ideias que temos para fazer deste um mundo melhor do aquele que tínhamos antes.
Que emoções são estas que a inundam? Em que relações se afoga e que relações a salvam? O que é que está a fazer para ajudar a construir um mundo em que vale a pena viver?
Esta lua nova pode parecer pouco produtiva, mas é um fantástico momento para escrever poesia, compor música ou pintar uma aguarela.
Estamos mais distraídas e mais desfocadas, mas partilhamos sonhos e ligamo-nos às aspirações colectivas. Aproveitemos então para sair do nosso umbigo e fazer algo pelo bem comum. Afinal, pode alguém ser feliz se outro alguém não é?
Bárbara Bonvalot começou a estudar Astrologia em 2005 e inicia o seu percurso como astróloga profissional em 2009. Actualmente é consultora e formadora de Astrologia, membro da AFAN (Association for Astrological Networking) e da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia). Entende a Astrologia como uma linguagem que nos leva a um conhecimento profundo de nós mesmos, dos outros e da própria vida.