Depois de algumas semanas fechadas dentro das nossas quatro paredes, estamos ainda a tentar encontrar um sentido de normalidade ou uma noção de previsibilidade no meio da incerteza e da inquietação que nos rodeiam. Mas nada neste momento é previsível, nem a normalidade voltará a ser o que era. Para já, estamos confinados entre um passado que já não existe e um futuro do qual ainda não conseguimos distinguir os contornos.
Na noite de 22 para 23, às 3h25 de quinta-feira em Lisboa e às 23h25 de quarta-feira em Brasília, Lua e Sol encontram-se nos 3° de Touro e dão início a esta lunação. Touro é um signo lento e paciente, tem a estabilidade do elemento terra e a constância do modo fixo.
Mudança, especialmente na dimensão daquilo que estamos agora a viver, é a maior causa de ansiedade para este signo.
Esta lua nova anuncia um mês difícil. A meio de Março fomos inesperadamente atiradas para dentro de casa e a imobilidade, que nos foi imposta para nos protegermos de uma ameaça invisível, é vivida cada vez com mais dificuldade e com mais impaciência.
Queremos que tudo isto acabe o mais depressa possível para podermos voltar às nossas vidas e continuarmos tudo o que estávamos a fazer antes de este desassossego começar. Mas nada vai voltar a ser o que era.
Os luminares aproximam-se de Urano, um dos responsáveis por toda esta convulsão. Touro é a nossa relação com a terra no seu nível mais básico – sustentabilidade e território. Urano, que está neste signo desde meados de 2018 e até 2026, tem como missão inovar, democratizar e conduzir para o futuro todos os temas que toca.
Urano em Touro vem fazer uma revolução na forma como lidamos com os nossos recursos e com os do nosso planeta. Mas, apesar de nos estarmos a preparar para uma sociedade que desejamos melhor e mais equilibrada, o momento charneira que estamos a viver não é fácil, desestabiliza-nos e traz-nos um turbilhão de emoções como inquietação, ansiedade, insegurança, zanga ou frustração.
Esta lunação vem acentuar toda esta instabilidade e ainda pode trazer novos imprevistos para o nosso já precário quotidiano.
Acabado de entrar em Aquário, Saturno faz uma primeira e muito curta passagem por este signo, para regressar depois em Dezembro para a sua visita oficial de cerca de três anos. Saturno representa as estruturas e os limites, as paredes que nos suportam e que nos delimitam enquanto sociedade.
Em Aquário, como em Capricórnio, o signo que o precede, o austero planeta está em casa. Afinal, os dois territórios são apenas lados diferentes do mesmo muro. Do lado de Capricórnio está a segurança e o conhecido, mas também a rigidez decrépita que nos bloqueia o progresso. Do lado de Aquário está a surpresa do desconhecido, o frio do isolamento, mas também a vida em comunidade, a solidariedade e a responsabilidade social.
Algumas das soluções que precisámos de descobrir para nos adaptarmos ao confinamento vieram para ficar. A tecnologia digital revelou-se um grande aliado neste processo e a nossa forma de estar em sociedade nunca mais será a mesma.
Mais do que estruturas e hierarquias, vamos precisar de redes, mais do que ter, vamos precisar de conhecer e mais do competir, vamos precisar de colaborar. Mas o sério Saturno faz uma tensa quadratura com a Lua e o Sol e, ao mesmo tempo que concretiza as mudanças, também resiste a elas.
Este mês, enquanto uns constroem o futuro, outros agarram-se teimosamente a um passado que já não nos serve e já não nos sustenta.
A forma como produzimos, como consumimos, como nos alimentamos, como nos deslocamos e como funcionamos em sociedade não vai mais ser a mesma.
Será que pode simplificar a sua vida e aligeirar a sua carga de maneira a tornar esta transição mais positiva e mais benéfica para todos? Que atitudes e escolhas estão ao seu alcance para poder tornar a sua vida mais sustentável e para se conectar de forma mais simples e directa com o chão que a sustenta e com a rede que a apoia?
A revolução está aqui e este mês pode ser surpreendente e excitante e, simultaneamente, cansativo e difícil. Acha que consegues despedir-se do passado enquanto constrói o futuro?
Bárbara Bonvalot começou a estudar Astrologia em 2005 e inicia o seu percurso como astróloga profissional em 2009. Actualmente é consultora e formadora de Astrologia, membro da AFAN (Association for Astrological Networking) e da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia). Entende a Astrologia como uma linguagem que nos leva a um conhecimento profundo de nós mesmos, dos outros e da própria vida.