Na lunação anterior o nosso entusiasmo tropeçou em contrariedades e bloqueios que despertaram pequenas irritações, raivinhas ou até mesmo grandes frustrações.
Em algumas situações assumimos abertamente o confronto e marcámos a nossa posição, noutras não tivemos outra escolha senão conformarmo-nos com a indesejada realidade.
No próximo dia 17, o encontro da Lua com o Sol no signo de Virgem aponta o início deste mês lunar.
Virgem é terra mutável e o seu objectivo maior é o aperfeiçoamento da matéria. O seu sentido crítico, a sua atenção aos detalhes e sua busca pela eficiência podem ajudar-nos a organizar e a simplificar a vida ou, de forma menos produtiva, podem complicar tudo e criar um labirinto de caos.
À medida que o Sol vem fazendo o seu caminho pelo signo de Virgem, desde o dia 22 do mês passado, nós também vamos tacteando esta nova paisagem à procura de previsibilidade, de algo conhecido e familiar.
Mas a nossa frustração cresce com cada sinal de que nada vai voltar ao “normal” e a cada indício de que a confusão e a incerteza continuam na ordem do dia.
Este mês dá continuidade ao tema da frustração, dos bloqueios e da insatisfação que já conhecemos da lunação anterior, simbolizado pela tensão entre o impetuoso Marte em Carneiro e intransigente Saturno em Capricórnio.
Mas agora o nosso ponto de vista muda. Já não é a ousadia e a coragem de Marte que nos anima. Nesta lua nova o nosso suporte está na solidez e na segurança de Saturno.
Na semana passada, quase a chegar ao fim do seu percurso por Carneiro, Marte travou a fundo e começou a sua marcha atrás. Isto quer dizer que a briga dele com os planetas em Capricórnio (Júpiter, Saturno e Plutão) já presente na lua nova anterior, está apenas a começar.
Com Marte retrógrado a nossa capacidade de afirmação, o nosso impulso de seguir em frente e a nossa coragem para enfrentar batalhas ficam virados do avesso. Afinal corro em direcção a quê? Será que quero aquilo que penso que quero?
Lua e Sol aperfeiçoam o trígono com Saturno, o senhor dos limites e das regras, e isso faz-nos olhar para as coisas sem a empolgação e o entusiasmo do mês passado, mas de forma mais realista e objectiva.
Talvez não precisemos de deitar abaixo todas as estruturas. Talvez seja mais inteligente e até eficiente fazer primeiro um trabalho de reconhecimento daquilo que funciona, daquilo que, apesar de tudo, neste momento ainda nos sustenta.
Virgem é território de Mercúrio, a mente que procura respostas para tudo. Este adianta-se ao Sol e está já em Balança, de onde vai fazer quadraturas aos planetas em Capricórnio.
O primeiro que encontra é Júpiter que está desconfortável naquele signo, pois fica com a sua generosidade comprometida e mais sóbrio do que lhe é habitual.
Ainda assim, Júpiter cumpre o seu papel de benéfico e este encontro serve-nos como uma espécie de aviso sobre o que podemos esperar a seguir.
Nos próximos dias, primeiro Mercúrio e depois Marte vão apertar as suas quadraturas a Plutão e a Saturno e nós também vamos sentir esse aperto de forma mais ou menos pessoal, dependendo do nosso mapa natal.
Por um lado queremos preservar a nossa individualidade e não queremos que ninguém nos diga o que fazer. Por outro estamos dispostas a ceder, a negociar e a fazer compromissos desde que isso nos devolva algum sentido de normalidade.
Mas a verdade é que nenhum dos caminhos nos leva de volta à segurança e à previsibilidade que um dia conhecemos. As limitações impostas à nossa vida quotidiana são reais e não vão desaparecer tão depressa.
Este mês lunar pode pôr na sua lista de tarefas “organizar a despensa”, tanto a nível prático como emocional.
Como é que pode simplificar as suas tarefas de modo a aliviar um pouco as suas responsabilidades? Até que ponto a sua disponibilidade para com os outros interfere com a sua rotina? Será que pode facilitar certos aspectos da sua vida apenas pedindo ajuda?
Depois de tantos meses a inventar novas soluções para a vida, estamos longe de ter os nossos níveis de energia no seu pico e precisamos fazer uma gestão cada vez mais eficaz das nossas reservas. Vamos precisar delas para os meses que se avizinham.
Bárbara Bonvalot começou a estudar Astrologia em 2005 e inicia o seu percurso como astróloga profissional em 2009. Actualmente é consultora e formadora de Astrologia, membro da AFAN (Association for Astrological Networking) e da ASPAS (Associação Portuguesa de Astrologia). Entende a Astrologia como uma linguagem que nos leva a um conhecimento profundo de nós mesmos, dos outros e da própria vida.