#PowerWorkGirls. Isabel Silva, a jornalista que é também empreendedora (e muito mais)
É dona de um estilo de vida saudável, de uma vida ligada ao exercício físico e também de Caju, o seu pequeno Pug, também ele estrela das redes sociais. O empreendedorismo está bem vincado no seu ADN, não fossem todos os projetos que já lançou (e talvez não fique por aqui). Conheça melhor Isabel Silva.
* Na rubrica #PowerWorkGirls reunimos histórias de mulheres empreendedoras que todos os dias nos inspiram a perseguir os nossos sonhos. Mulheres que arriscaram sem medos, que trocaram o futuro por presente e o sonho por realidade, e iniciaram assim um árduo caminho em busca da felicidade, realização e reconhecimento.
É conhecida pela sua energia, boa disposição e por partilhar com os outros o estilo de vida que a define por natureza. Ligada ao fitness e à alimentação saudável, Isabel Silva assume-se também uma apaixonada pela comunicação e pela produção de conteúdos, o que originou o nascimento de diferentes projetos, desde o seu blogue I Am Isabel Silva a um estúdio de fitness e agora a uma revista.
Natural de Santa Maria de Lamas, Aveiro, começou a sua jornada na televisão, mais especificamente no Você na TV, depois de trabalhar na empresa A Vida É Bela, detentora da Odisseias. A partir daí e até hoje, não abandonou mais a vida de repórter. Continua na TVI e admite que não tenciona deixar a televisão.
Tem um lado filosófico, pensou em ir para Psicologia quando estava a escolher o curso para ir para a faculdade, mas a comunicação acabou por ganhar. Leia a entrevista e conheça melhor Isabel Silva.
Entrevista a Isabel Silva
Mudou-se para Lisboa aos 18 anos. O que sente quando olha para o seu percurso desde essa idade e para tudo o que alcançou?
Eu sempre fui assim desde criança. Lembro-me que um dia perguntei à minha mãe, numa das idas ao Norte, como é que eu era em criança e ela disse-me: “tu eras uma criança muito alegre, estavas sempre bem disposta, rias-te muito, por tudo e por nada, e estavas sempre a contar graçolas”.
Acho que às vezes, para encontrarmos respostas para determinadas dúvidas estruturais como “para onde é que eu vou?”, “o que é que eu quero fazer da minha vida?”, “para onde é que quero ir?”, temos de perceber como é que éramos na nossa adolescência e infância, porque nessa altura não tínhamos constrangimentos.
Eu levo muito a sério a minha alegria, este é um estado que eu preciso de manter diariamente e para isso preciso de ir ao encontro das coisas que me fazem feliz.
Quando escolhi Humanidades no 10.º ano, estava indecisa entre Desporto e Artes. Sempre amei desporto e alta competição, não de competir com os outros, mas sempre gostei da alta performance. Como acredito que muita da minha alegria vem da atividade física que pratico e de uma alimentação equilibrada, na altura considerei ir para Desporto.
Por outro lado, também gostava de arte, porque sempre gostei de desenhar e pintar, sempre fui muito ligada às Artes. Amava Português, gostava muito de ler e de escrever e, além disso, gostava muito de interpretar. Tinha muita energia e adorava comunicar. Apercebi-me que gosto e sei contar histórias.
Quando fui para a faculdade pensei: “posso não saber bem aquilo que quero, mas sei que gosto de comunicar e gosto de escutar os outros”. Decidi ir para Ciências da Comunicação porque podia fazer imensas coisas depois dentro desta área. Acabei por ir para a Universidade Nova de Lisboa.
Eu vinha de Santa Maria de Lamas, e quando cheguei à capital estava fascinada: conheci pessoas, espaços, concelhos. Além do curso, tudo isto era uma novidade.
Sempre fui atrás da minha intuição, mas nunca fui aquela mulher que sempre soube que queria ser apresentadora de televisão. Se me perguntarem “quem é a Isabel Silva?”, sabem que eu não sou só uma apresentadora de televisão. Sou apresentadora, sou repórter, mas acima de tudo produto conteúdos.
O que tem sido mais desafiante em todos os projetos que tem lançado?
A gestão de recursos humanos, a gestão de equipa. Sou uma pessoa muito emotiva, envolvo-me muito nas coisas e vivo tudo muito intensamente.
O grande desafio é o processo de aprendizagem enquanto empresária. Já percebi que tenho de dominar temas que não queria dominar e que são importantes.
Quando abriu o estúdio de eletroestimulação, em 2019, entrou numa área nova e diferente. Foi algo totalmente novo…
Sim, mas tem tudo a ver comigo. Gosto de criar projetos que influenciem a vida das pessoas pelo bem. Há sete ou oito anos que pratico a eletroestimulação e ainda para mais tenho uma ligação excelente com o meu amigo e sócio, Luís Santana.
Tenho ideias e sou empreendedora, mas para uma ideia vingar não se pode ser só boa a produzir conteúdos. Tem de se ter parceiros e sócios que acrescentem valor para o negócio andar para a frente.
Alinhei-me com ele e fizemos uma sociedade. Sou muito apologista dos baby steps, gosto de começar devagarinho, pouquinho e pequenino porque gosto de controlar as coisas.
Sendo a Isabel tão ligada ao fitness e à alimentação saudável, sente que tem conseguido fazer diferença na vida das pessoas? Costuma receber muitos pedidos de ajuda?
Às vezes, as pessoas chegam a confundir-me com nutricionista ou PT, isto sem maldade nenhuma. Mas eu apenas acredito que os pilares da felicidade são uma alimentação saudável e a atividade física, seja ela qual for. Como eu acredito nisto com todas as minhas forças, é o que eu transmito e acho que as pessoas sentem esta minha verdade. Sobretudo porque veem que tudo aquilo que eu digo, eu pratico.
Em relação à minha alimentação, eu como imenso, tenho é uma alimentação natural. Como muitos hidratos, como muito arroz, feijão, hambúrgueres, pizzas, lasanhas, tudo. O que eu privilegio é a boa matéria prima.
Se vou fazer uma pizza, faço-a com uma massa integral porque é aquela que vai atuar melhor na minha flora intestinal. Se fizer uma lasanha, tento não usar todo o tipo de queijos, em vez disso uso um queijo vegano.
As pessoas às vezes ficam chocadas por me verem a comer arroz ou feijão, mas como. E como acho que elas sabem que eu pratico aquilo que digo, perguntam-me muitas coisas e obviamente que eu respondo, porque gosto, mas eu estou a partilhar a minha experiência. O fundamental é escutar o corpo.
Qual é o seu top três de estratégias/regras para conseguirmos cumprir uma alimentação saudável?
Dormir. Quando não se tem um sono reparador e se dorme 5/6 horas por dia isto tem consequências nefastas no organismo. Provoca fome emocional, stresse, nervosismo e come-se o que não se deve…
Depois, há regras que eu privilegio. Faço todas as refeições, mas não como entre as refeições. Por exemplo, ontem o meu jantar foi uma massa de arroz com atum biológico, bróculos e molho pesto. Depois disto, não comi mais nada.
Esta parte é difícil, sobretudo porque as pessoas podem não estar a ter refeições equilibradas, se calhar estão a privar-se hidratos de carbono, de gorduras boas e depois o corpo vai querer ir buscar outras coisas e vai pedir açúcar.
Acredito, e isto é a minha verdade, que há várias coisas que intoxicam o corpo: o glúten, a caseína, a proteína do leite e o açúcar. O açúcar é o maior veneno. Eu como doces, com banana, tâmaras, o agave, em doses muito controladas, e depois é habituar o paladar ao açúcar natural dos alimentos.
Já disse várias vezes que o seu dia começa às 6h da manhã. Como é que mantém os níveis de energia em cima e continua motivada?
Eu deito-me às 21h30/22h30 e acordo quando o dia nasce, gosto de correr no silêncio e sou produtiva de manhã. Alimento-me bem e respeito a comida que me vem parar ao prato. Este estilo de vida não é uma regra, eu sigo-o porque sou mesmo feliz assim.
E em relação à quarentena? Sente que também para si foi mais complicado manter um plano de treino e uma alimentação equilibrada?
Não, foi super tranquilo. Continuei a ter o estilo de vida que me faz feliz. Estamos numa pandemia, não posso ir ao ginásio, mas posso correr isolada, então vou às 6h da manhã. Preciso de dormir 7 horas, então deito-me às 21h30. É claro que há um dia ou outro em que me deito mais tarde e durmo até mais tarde, não sou fundamentalista. Também há dias em que não como tão bem e abuso, mas ao menos quando eu erro já sei de onde vem o erro. Também sei aceitar quando erro e está tudo bem.
Lançou a revista digital Do Bem durante a pandemia. De que forma acha que este projeto se vai destacar dos restantes relacionados com lifestyle?
Todas as revistas têm o seu ADN, mesmo aquelas que são da mesma área. Não há melhores nem piores. A grande diferença da Do Bem é que é uma revista que vive muito do ADN de uma pessoa. A nível de conteúdos de desporto, alimentação e ambiente terá conteúdos gerais, informativos e rigorosos produzidos por jornalistas que estão alinhados com o meu ADN.
Esta é uma revista que nasce de um blogue, ou seja, nasce de uma pessoa que vai continuar a partilhar as suas experiências e vai continuar a escrever para os leitores, a partilhar desabafos, a dar informações e a continuar a enaltecer o capital humano. Esta é uma revista muito humanizada porque é a revista da Isabel.
Isto não nasce porque quero entrar no mercado competitivo, nasce porque adoro produzir conteúdos. Além disso, eu gosto de depender de mim. Sinto que quero fazer televisão para o resto da vida, mas a televisão tem altos e baixo.
Amo comunicar, seja através da televisão, da rádio, da Do Bem, das minhas plataformas digitais, de palestras… A minha paixão é a comunicação. A Do Bem pretende assumir-se como uma boa revista de lifestyle, mas com o ADN da Isabel.
É difícil ser empreendedora e empresária nesta altura? Que obstáculos enfrentou durante o lançamento deste projeto?
Nenhum, foi tudo fácil, estava tudo na minha cabeça. A minha equipa é a minha família. O segredo é ter uma boa equipa e a melhor equipa é aquela que está alinhada com o ADN.
Eu sou a Diretora Geral da revista e a Publisher, mas o responsável pela linha editorial é o Ricardo Martins Pereira, ou seja, ele é o meu braço direito. Além disso, gosto muito de trabalhar com ele porque ele também é jornalista. Gosto muito dos valores da minha equipa.
A sustentabilidade é um tópico muito importante para a Isabel. Que passos simples, mas importantes, dá no seu dia a dia a fim de conseguir um estilo de vida mais verde?
Há muita coisa que já faço e há muita coisa para aprender.
No meu dia a dia tento fazer coisas que estejam ajustadas com o ADN da nossa natureza. Por exemplo, na alimentação tento respeitar a sazonalidade dos produtos, consumir aquilo que é local e o que é nosso. Tento privilegiar os produtos da época e aproveitar tudo aquilo que tenho no frigorífico.
Sou apologista do desperdício zero na cozinha. Só compro na medida certa. Na pandemia, quando houve a corrida aos supermercados, nunca comprei a mais, comprei sempre na dose certa.
Depois, tento cumprir a política dos R’s: recuso o que é descartável, reduzo o consumo de plástico, reutilizo o que já tenho e reciclo. Uma das regras para sermos cada vez mais verdes é reciclarmos cada vez melhor. Ao reciclarmos estamos a dar uma segunda vida à garrafa que acabámos de beber que, um dia, pode vir a ser uma t-shirt.
Mas ainda há muita gente que não faz reciclagem…
A reciclagem é importante, mas é importante também fazer um uso consciente do plástico. Por exemplo, ando sempre com um tea cup, para o caso de me darem um café num copo plástico. Quando vou às compras, levo os meus sacos de pano.
Outra coisa que tento fazer, comprar peças com smart design, ou seja, comprar umas boas calças, de uma marca portuguesa, saber de onde vem o que se está a comprar, olharmos para a etiqueta e pensar “vou usar esta peça mais do que 30 vezes?”. Deixar de comprar por impulso é uma atitude verde.
Sente que há projetos que ainda faltam ser concretizados?
Claro! Não há nada melhor na vida do que estarmos sempre a aprender. Quero ter 80 anos e estar a aprender e a criar coisas. É quando estamos a criar coisas que desenvolvemos a nossa veia empreendedora e percebemos que só não fazemos aquilo que não queremos.
É importante estarmos sempre alinhados com o nosso propósito, não nos esquecermos de quem nós somos, o que é que nos faz feliz e qual é o caminho para onde temos de ir. Aqui o dinheiro não pode ser o mais importante. É importante ganhar dinheiro? É, mas nada faz sentido se não se fizer o que se gosta.