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Life coach: o que é e como pode ajudar na sua vida

Life coach: o que é e como pode ajudar na sua vida

Não é um psicólogo, nem um conselheiro. Contudo, é alguém que lhe irá dar ferramentas para trabalhar algumas partes da sua vida que precisam de ser melhoradas. Saiba o que é um life coach.

Por Fev. 13. 2020

Por várias razões, quando falamos em life coaching, a expressão “mudar de vida” surge sempre – seja para quem procura perceber o seu significado, seja para quem o pode ajudar a fazê-lo.

Por exemplo, Paula Abreu trabalhou no Brasil como advogada parte da sua vida e confessa que já se sentia infeliz há mais de 10 anos. Bastou, em 2012, ter o ‘empurrão’ que precisava para conseguir – lá está – mudar de vida.

A empresa onde trabalhava sofreu uma reestruturação e acabou por ser despedida, o que resultou na reavaliação não só da sua carreira, como da vida em geral.

Hoje, Paula Abreu é uma das mais bem sucedidas life coaches de alta performance (um vertente mais ambiciosa do life coaching, tanto na área pessoal, como na profissional) e treinadora de desenvolvimento pessoal do Brasil, que tanto faz sessões de coaching como dá formações online.

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O que é o life coaching e como pode ser útil

“O coaching é uma parceria criativa entre o coach e o cliente, em que o cliente aprende uma nova forma de pensar e encontrar soluções para os seus desafios”, explica Paula Abreu à Saber Viver. “Na alta performance, trabalhamos um currículo específico para garantir níveis elevados e sustentáveis de clareza, energia, coragem, produtividade e influência.”

A missão de um life coach é dar alguma orientação a alguém que pode estar a precisar dela, nas mais variadas áreas da vida, e a alcançar os seus objetivos  pessoais ou profissionais. No seu caso em específico, a ex-advogada admite que a carreira, as finanças, a saúde e os relacionamentos são os temas para os quais os seus clientes mais procuram a sua ajuda.

No entanto, é importante salientar que existem diferentes tipos de coaches, e para diversos fins. Estamos a falar de coaches de relacionamentos, saúde, produtividade, entre outros.

No caso do coaching de alta performance, é indicado para “qualquer pessoa que queira viver com mais propósito, aprender a gerar sua própria energia e motivação, tornar-se mais produtivo no trabalho, ter relacionamentos mais profundos e conectados.”

Segundo Paula Abreu, quando se procura por um life coach, “deve ter em conta a sua experiência e os resultados de seus clientes”. Além disso, como se trata de uma parceria entre duas pessoas “também é importante procurar alguém que esteja alinhado consigo”.

Mudar de vida é real e é possível (mas com cautela)

Embora seja aliciante pensar que se pode mudar de vida facilmente, é preciso ter a noção que não o pode fazer de um dia para o outro. Mudar de trabalho, por exemplo, e fazer uma atividade que traga uma verdadeira satisfação pode ser algo ambicioso. Há passos que devem ser dados antes.

“Cada pessoa precisa de traçar seu próprio plano, de acordo com suas atuais circunstâncias de vida”, refere Paula Abreu. De seguida, a life coach dá-nos três conselhos, para agir consoante as diferentes situações:

Para alguém que esteja atualmente endividado: “O primeiro passo será o de se reorganizar financeiramente e encerrar suas dívidas, antes que possa pensar numa transição”

Para quem está empregado, mas ainda não tem uma reserva financeira: “Deve começar a fazer esta reserva, ao mesmo tempo que já pode ir experimentando novas atividades ou criando novas fontes alternativas de receita em paralelo”

Para quem já tem uma reserva financeira: “O primeiro passo é ganhar coragem para criar uma vida diferente. Em todos estes momentos, ter um coach pode acelerar muito o processo”

Há diferenças entre um life coach e um psicólogo

É importante perceber que as duas áreas coincidem, mas não são idênticas. O coaching psicológico é uma especialidade que já foi reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses, mas ainda assim há quem se faça valer das funções de coach, quando na realidade não tem este diploma.

Numa entrevista dada ao Diário de Notícias, o vice-bastonário da Ordem dos Psicólogos, Samuel Antunes, alertou para o facto de muitos destes profissionais terem feito apenas alguns workshops, o que não os elege como coaches. Acrescentou ainda que “não há em Portugal nenhuma entidade oficial que fiscalize a qualidade e o rigor dessas formações”. Por estas razões, deve procurar sempre profissionais credenciados.

Quanto às verdadeiras funções entre um e o outro, Paula Abreu garante que “são áreas muito diferentes e o coach não deve atuar na área do psicólogo, que é treinado para lidar com dores emocionais, dentre outras coisas”.

A verdadeira diferença está no passado e no futuro, literalmente. “A terapia olha os problemas atuais e busca no passado os traumas que o causaram, para ajudar o cliente a encontrar solução. Já o coaching, foca no que o cliente deseja para o futuro, e com isso define o que deve ser feito agora, no presente, para que essa meta futura se realize.”

Além disso, deve realçar-se que “o coach não trabalha traumas, dores emocionais, depressão ou outras questões de saúde mental que são exclusivas do terapeuta.”

Como é uma sessão de coach?

Esta foi uma das questões que colocámos a Paula Abreu. Por norma, dura cerca de 60 minutos e tanto pode ser individual como em grupo.

O coach faz perguntas e aplica ferramentas para ajudar o cliente a gerar clareza sobre o assunto que está a ser discutido”, esclarece

“No meu método, temos um currículo pré-definido que é trabalhado ao longo do processo de coaching (normalmente 12 sessões), e trabalhamos coisas como foco, coragem, prosperidade e presença”, completa.

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