O que a linguagem não verbal diz realmente sobre si (e como melhorá-la)

O que a linguagem não verbal diz realmente sobre si (e como melhorá-la)

A linguagem não verbal é tão importante como a verbal, mas muitas vezes esquecemo-nos disso. Está na hora de mudar esta visão e deixar o corpo falar, mas apenas aquilo que quer transmitir.

Por Abr. 30. 2018

Os nossos gestos, a nossa postura, a expressão facial, o contacto visual e a nossa imagem podem denunciar tudo aquilo que queremos esconder. Além disso, podem dar a imagem errada daquilo que queremos transmitir.

“Comunicamos muita informação através da linguagem não verbal e não apenas através daquilo que dizemos e, infelizmente, não temos consciência disso”, realça Irina Golovanova, especialista em linguagem não verbal, fundadora da The Body Language Academy e autora do livro O Poder dos Seus Gestos.

O Poder dos Seus Gestos, Porto Editora

Dizemos-lhe, segundo a especialista, o que a linguagem corporal diz sobre si e como ajudar a melhorar a nossa comunicação com os outros.

O que a linguagem não verbal transmite (e como melhorá-la)

Postura

Se Irina Golovanova tivesse de salientar um dos itens da linguagem corporal, destacaria a postura. “É uma das primeiras impressões que transmitimos e influencia também o tom da nossa voz”.

A especialista lembra um estudo da Harvard Business School que diz que as pessoas que ocupam mais espaço e esticam os braços e um outro que refere que quem tem costas direitas confia mais no que diz. “Há pessoas que enchem uma sala, não deixando espaço para mais ninguém, têm costas direitas e transparecem confiança.”

Gestos

“As pontas dos pés costumam indicar qual é o nosso objeto de interesse quando estamos numa conversa. Se estiverem virados para a pessoa com quem estamos a conversar, é ela que é importante; se estiverem virados para uma porta, significa que nos queremos ir embora”, explica a especialista.

Acrescenta ainda: “Os gestos das mãos, como brincar com o anel, muitas vezes, não têm qualquer significado, mas são percecionados pelos outros como manifestações de insegurança ou nervosismo, tal como morder os lábios. Já os braços cruzados costumam ter uma conotação negativa, enquanto quando inclinamos a cabeça e a abanamos, mostramos que estamos a ouvir a outra pessoa.”

Contacto visual

Olhar os outros nos olhos é muito importante. Irina Golovanova confirmou-o em dois estudos que fez sobre o tema. O resultado foi o mesmo. “O contacto visual é fundamental e os líderes civis ou militares só têm a ganhar com ele. Os comandantes que não fazem contacto visual perdem a imagem de líderes e o desempenho dos subordinados está correlacionado com isso”.

As pessoas mais expressivas conseguem criar mais empatia com os outros, porque dão a sensação de conseguirem controlar o que está a acontecer

Voz

“A voz é um canal muito expressivo e há estudos que mostram que não influencia apenas a perceção que os outros têm de nós, mas também o nosso estado emocional. Se falarmos num tom mais grave, tornamo-nos mais confiantes”, realça a especialista. O tom da nossa voz depende muito da nossa postura. “É impossível termos uma voz forte ao ter um corpo fraco. Por isso, temos de ter atenção ao nosso corpo e treiná-lo”, diz Irina Golovanova.

Expressão facial

“As pessoas mais expressivas conseguem criar mais empatia com os outros, porque dão a sensação de conseguirem controlar o que está a acontecer”, esclarece a autora do livro O Poder dos Seus Gestos.

No entanto, pode haver um reverso da medalha: “Também transparecem mais facilmente o que não devem e o que não querem”. Por outro lado, “há quem não transpareça nada, nem positivo, nem negativo, como Putin. Nesses casos, o ponto forte é não transparecerem nada do que não querem”, salienta a especialista.  O sorriso é um aspeto importante da expressão facial e abre portas em qualquer parte do mundo. “Até no militar, os líderes que sorriem são percecionados como mais confiantes, mais empáticos, o que faz com que os seus subordinados se esforcem mais. Quem não gosta de estar com pessoas felizes?”, questiona a especialista em linguagem não-verbal.

Imagem

A especialista sublinha que a imagem faz parte das primeiras impressões. Aqui insere-se as roupa e as cores, que influenciam a forma como os outros nos veem e como nos sentimos.

Se precisamos de mais energia e de nos sentirmos mais confiantes, vestimo-nos de vermelho, porque este aumenta o nosso batimento cardíaco e o da pessoa que está à nossa frente, ensina a especialista. “O azul-escuro, que também é uma cor forte e está associada à competência, condiz muito bem com vermelho, é um misto entre confiança e competência.”


Depois de ler o artigo, ficou claro o que transmite com a sua linguagem não verbal? Veja ainda como pode melhorar a sua inteligência emocional.

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