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Estará o meu animal de estimação deprimido?

Estará o meu animal de estimação deprimido?

A pandemia alterou e muito os nossos hábitos e as nossas rotinas, assim como as dos nossos animais. Será que eles também sentem as consequências destas mudanças? Diana Lourenço, veterinária do Dr. Bigodes, explica tudo sobre a depressão nos animais de estimação.

Por Fev. 16. 2021

O surgimento da atual pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2, em março de 2020, e os sucessivos confinamentos a que todos temos estado sujeitos veio alterar as nossas rotinas e, por consequência, os hábitos dos nossos animais. O tema depressão tem estado, desde então, muito em voga nos seres humanos. E, nos nossos animais, será que também podemos falar em depressão?

Pois bem, tal como no caso dos seres humanos, também os nossos animais podem sofrer de estados depressivos. É importante sabermos o que lhes pode desencadear esse estado, assim como identificar os comportamentos depressivos em causa.

Causas para a depressão no cão e no gato

Existem uma série de fatores que podem levar a um estado depressivo do seu animal, entre eles destacam-se:

  • As perdas por morte ou abandono;
  • Introdução de um novo animal sendo ele da mesma espécie ou não;
  • Mudança de ambiente ou de rotina subitamente;
  • Fome;
  • Frio;
  • Sede;
  • Exposição a situações traumáticas.

Desta forma e a título de exemplo, se durante este confinamento passeia o seu cão três vezes por dia e se, futuramente, por motivos profissionais, quando o confinamento terminar e voltar à rotina que tinha anteriormente, o passeio com o seu cão for somente de uma vez por dia, saiba que esta mudança pode desencadear um estado depressivo no seu animal de estimação.

Por outro lado, se atualmente passa o dia inteiro com o seu gato no sofá e após terminar o confinamento vai deixar de o fazer, estando ausente de casa durante a maior parte do dia, pode notar alterações no comportamento do seu gato.

A diferença entre cães e gatos é que os cães precisam mais dos proprietários por serem mais dependentes, ao contrário dos gatos que são mais independentes, contudo também estes apresentam depressão e sinais clínicos semelhantes aos do cão.

No que diz respeito aos gatos, e à semelhança dos cães, é necessário dedicar tempo para brincar com eles e acariciá-los, criando durante o dia momentos lúdicos entre o dono e o seu animal de estimação
Diana Lourenço, veterinária Dr. Bigodes

Como identificar os sinais de depressão?

Os sinais manifestam-se de forma variável e individual, não sendo, portanto, nada fácil identificá-los. Contudo, poderá ficar atento a sinais como:

  • Lamber excessivamente as patas;
  • Urinar ou defecar em locais diferentes do habitual;
  • Pequenas mudanças no comportamento;
  • Escavar buracos;
  • Destruir objetos;
  • Comportamentos agressivos com pessoas e outros animais que até então não tinha;
  • Anorexia;
  • Vómitos;
  • Diarreia;
  • Prostração;
  • Recusar festas;
  • Estados mais sérios de doença que decorram das alterações anteriores.

Como tratar?

Sem dúvida que o ideal seria evitar que a depressão do seu animal aconteça. E como?

Desde o momento zero em que decide adotar um animal terá de ter em conta vários fatores da sua vida que podem determinar a felicidade do seu futuro animal de companhia, como por exemplo se consegue despender o tempo necessário para passear o seu cão duas a três vezes por dia. Se, por outro lado, possui uma casa com condições a nível de espaço adequadas ao tamanho do animal, nomeadamente no que diz respeito a cães de porte médio/grande.

Mais ainda, no que diz respeito aos gatos, e à semelhança dos cães, é necessário dedicar tempo para brincar com eles e acariciá-los, criando durante o dia momentos lúdicos entre o dono e o seu animal de estimação que enriqueçam a relação entre os dois.

Importa também perceber que, tendo em conta a atual situação pandémica que vivemos e os inúmeros confinamentos que se têm sucedido, as mudanças nas rotinas dos cuidados prestados aos nossos animais de companhia, como número de refeições e de passeios e até a duração destes, deve ser mínima, de forma a evitar que futuramente o nosso animal de companhia possa padecer de algum estado depressivo decorrente destas mudanças na sua rotina.

Posto isto, depois de descartadas outras patologias que poderão levar o animal a ter sintomas semelhantes, o tratamento a instituir terá por base os vários fatores que desencadearam o estado depressivo, podendo até ser necessário o recurso a determinados medicamentos.

O Dr.Bigodes nasceu para facilitar a vida aos donos dos animais de estimação. Se vai de férias e não sabe onde deixar o seu melhor amigo de quatro patas ou uma simples ida ao veterinário é um stresse, então este projeto diferenciador foi criado a pensar em si. Conheça todos os serviços e acompanhe tudo através do Instagram e Facebook.

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