Colocar-se no papel do próximo; ouvir o que as outras pessoas têm a dizer; identificar-se com as pessoas ou ter a capacidade de as compreender. Tudo isto são exemplos do que é a empatia, uma característica que, segundo o projeto Making Caring Commons, da Harvard Graduate School of Education, nos EUA, é a chave do sucesso para a vida.
“A empatia é o núcleo daquilo que é ser humano. É um alicerce para agir de forma ética, para ter boas relações dos mais variados tipos, para amar e para ter sucesso profissional. É a chave para prevenir o bullying e muitas outras formas de crueldade”, explicam os investigadores deste projeto, Richard Weissebourd e Stephanie Jones.
5 passos para desenvolver a empatia no seu filho
1. Como criar empatia
“As crianças aprendem o que é a empatia, ao olhar para o comportamento dos pais e ao viver a sua empatia. Quando se cria empatia com os mais pequenos, eles desenvolvem relações mais seguras com os pais”, explicam os investigadores. “os pais vão notar se tratarem o empregado de um restaurante com indiferença ou se expressarem preocupação sobre um colega da escola que está a passar uma fase menos boa”, exemplificam.
O plano de ação
• Questione os seus filhos sobre o dia na escola, perguntando, por exemplo, se o que aprenderam é interessante; qual foi a parte do dia mais difícil; quais os colegas que mais respeitam e porquê.
• Demonstre empatia pelos outros, contribua para a sua comunidade e integre os seus filhos nessas tarefas.
• Arranje tempo para si, ou seja, para ler um livro, para dar uma caminhada ou meditar, isto baixa os níveis de stresse, o que é vantajoso para a sua relação com os seus filhos.
2. Cuidar dos outros tem de ser uma prioridade
“Se as crianças valorizam as perspectivas dos outros e demonstram compaixão por elas, é muito importante que os pais demonstrem que cuidar dos outros é uma prioridade”, sublinham Richard Weissebourd e Stephanie Jones.
O plano de ação
• Explique aos seus filhos sobre a importância de cuidar deles. Em vez de dizer “o mais importante é que sejam felizes”, deve dizer: “o mais importante é que sejam gentis e que sejam felizes”.
• Quando falar com outros adultos que estejam presentes na vida dos mais pequenos, pergunte se os seus filhos cuidam da comunidade onde estão inseridos.
• Faça com que os seus filhos percebam que o mundo não gira à volta deles. Dê-lhe tarefas domésticas e mostre-lhes que devem ser simpáticos para os outros.
3. Crie oportunidades para que as crianças possam criar empatia
Para os investigadores, a empatia aprende-se como uma língua ou um desporto. “Requer prática e orientação. Considerar regularmente as perspetivas de outras pessoas, ajuda a criar empatia através da tentativa e erro”, este é o caminho a seguir.
O plano de ação
• Faça reuniões familiares quando há desafios ou conflitos, e peça aos seus filhos para ouvirem atentamente a opinião de todos e faça o mesmo.
• Questione os mais pequenos sobre os seus colegas de escola. Se houver conflitos, peça-lhes para considerarem a perspectiva dos pares.
• Realce quando alguém mostra empatia ou falta dela em situações em que está com os seus filhos.
4. Alargue o círculo de preocupação dos seus filhos
Muitas vezes, fala-se da empatia como uma quantidade, mas isso não é correto. Richard Weissebourd e Stephanie Jones explicam porquê: “Para a maioria de nós, é fácil ter empatia com os membros da nossa família e amigos e pelas pessoas que se assemelham a nós. A questão principal é se as crianças (e até os adultos) conseguem criar empatia fora desse círculo e é importante que se ensine os mais novos a ter empatia por várias pessoas por mais diferentes que sejam delas próprias”.
O plano de ação
• Ajude as crianças a ajustarem-se aos outros e às suas perspetivas. Use os jornais e a televisão para conversar com os pequenos sobre as dificuldades e desafios das outras pessoas e as diferentes experiências de quem vive noutro país.
• Enfatize a importância de se ouvir os outros e de considerar os sentimentos daqueles que são mais vulneráveis.
5. Ajude as crianças a desenvolverem o autocontrolo e a gerir sentimentos
“Muitas vezes, as crianças não expressam empatia porque algum sentimento, como a raiva, a vergonha ou a inveja, as estão a bloquear”, esclarecem os investigadores.
O plano de ação
• Encoraje as crianças a falar do seus sentimentos negativos, como a frustração, a tristeza e a raiva.
• Uma maneira simples de ajudar as crianças a gerir os sentimentos é ensiná-los a parar. É importante respirar pelo nariz e expirar pela boca e contar até cinco.
• Pratique a resolução de conflitos com os mais pequenos, pegando em exemplos concretos.
O que achou destas dicas? Vai aplicá-las com os seus filhos? Veja também como educar crianças mais felizes.