Destruição por comparação: como conseguir focar-se apenas em si mesma

A única comparação que deve fazer é com a pessoa que era no passado, nada mais. Mafalda Almeida, coach e cronista da Saber Viver, explica tudo sobre o poder da comparação e como a eliminar.

Por Mar. 28. 2023

O tema é recorrente, mas não é por falar várias vezes sobre ele que, infelizmente, alguma coisa acontece. Sublinho o que digo com frequência: comparar diminui.

As comparações não se passam somente na cabeça de alguns. Elas estão presentes até no dia a dia de muitos executivos, por exemplo.

Temos a ideia que quem ocupa cargos superiores nas empresas não terá este tipo de “problemas” na sua vida. Bons cargos, estabilidade (suposta), carros de serviço, seguros de saúde, bons ordenados, viagens pagas pela empresa, entre outras condições.

Se tivermos plena consciência do nosso potencial e do nosso valor, mais facilmente não caímos nesta armadilha que nos próprios criamos
Mafalda Almeida

Isso são mais do que argumentos para pensarmos que estas pessoas (normais, como todos nós) não têm razões para se sentirem inferiores a alguém. E, de facto, ninguém deveria acreditar nestas mentiras que contamos a nós próprios.

Ninguém merece sentir-se inferior ao ponto de esconder o seu verdadeiro potencial, de se sentir extremamente infeliz, “pequeno” e uma fraude.

Mas este é um “mal” transversal a muita gente, independentemente do cargo, posição ou estrato social.

Com ou sem um cargo de “prestígio” (seja lá o que isso for nos dias de hoje), devemos sim comparar-nos com a nossa versão do dia anterior. Isso sim, é desenvolvimento pessoal, um progresso saudável e justo para nós.

Mas… isto é tudo muito fácil de se dizer.

Como é que conseguimos reduzir esta tendência que a grande maioria de nós tem de se comparar com os demais? Reforçando a nossa confiança. Se tivermos plena consciência do nosso potencial e do nosso valor, mais facilmente não caímos nesta armadilha que nos próprios criamos.

Reforcemos a nossa confiança e autoestima recordando, por exemplo, as nossas maiores conquistas até aos dias de hoje. Forçamos assim o nosso cérebro a recordar o nosso valor, a nossa força. Sentimos orgulho no nosso passado e, acima de tudo, maior confiança no que conseguiremos fazer pelo nosso futuro.

Tenho por hábito pedir aos meus clientes que escrevam 50 qualidades (ou mais) das quais se orgulhem. Todos eles começam por acreditar que não vão conseguir. Mas todos conseguem. E como?

Ao forçarmos, mais uma vez, o nosso cérebro a focar-se nas nossas boas características, estamos a programá-lo para nos dar mais do mesmo.

Podemos não escrever a lista das 50 qualidades logo nos primeiros dez minutos, mas o nosso cérebro ficará atento para encontrar mais dessas características, e acabamos por conseguir preencher a nossa lista. E isto vai fazer com que nos sintamos confiantes porque recordamos o quão especiais somos.

Hoje e sempre, compare-se consigo mesmo. Só assim será um desafio para si.

Mafalda Almeida é a coach pioneira em Desenvolvimento Feminino, afirmando-se assim no mercado do desenvolvimento pessoal. É a autora do livro Veja em si a Melhor Mulher do Mundo (Marcador, 2018) e pode acompanhá-la através do seu siteInstagram e Facebook.

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