Há mulheres que optam por beber um ou outro copo de vinho de vez em quando durante a gravidez, mas será que não há mesmo problema? Vamos primeiro analisar o porquê de ser errado consumir álcool durante a gravidez.
Segundo o nosso Serviço Nacional de Saúde, “o tabaco, o álcool e drogas são produtos altamente prejudiciais para o futuro bebé, devendo por isso ser proibidos durante toda a gravidez”. A decisão é perentória. Ainda assim, há quem ache que um copo de vinho pode ser uma boa opção para os dias de maior ansiedade e stresse.
Embora o vinho possa parecer uma opção mais acertada comparada a uma bebida branca, por exemplo, a verdade é que ambos contém os mesmos químicos. Falamos de álcool etílico ou etanol, que provocam efeitos no cérebro cinco minutos após serem consumidos.
A quantidade de álcool que se bebe afeta diretamente a gravidez, mas ainda não é possível afirmar que um copo de vinho prejudica o feto
À semelhança de Portugal, a maioria das organizações de saúde de países como o Reino Unido, Dinamarca, França, Noruega e Itália, têm um o álcool na lista de drogas que as grávidas devem evitar. E porquê? Segundo o site de saúde Healthline, estas são algumas das razões:
- O álcool pode entrar na sua corrente sanguínea, através da placenta, chegando ao bebé;
- O álcool pode bloquear o oxigênio e interferir parte nutricional que seu bebé precisa para um crescimento saudável;
- Em alguns casos, e especialmente em grandes quantidades, o álcool pode retardar ou prejudicar o crescimento dos órgãos e causar danos cerebrais permanentes ao bebé em desenvolvimento;
- Em termos físicos, o álcool pode causar também deformações.
O que é que os estudos dizem?
Já foram feitos muitos estudos em relação a este tema. Chegou-se à conclusão que a quantidade de álcool que se bebe afeta diretamente a gravidez, mas ainda não é possível dizer com toda a certeza que um copo de vinho prejudica o feto.
Um estudo britânico, realizado em 2013, analisou perto de sete mil crianças com 10 anos, cujo as mães beberam diferentes quantidades de álcool durante a gravidez (a maioria de forma moderada). O estudo revelou que as pequenas quantidades ingeridas não tiveram um efeito negativo nestas crianças. Porém, os especialistas alertaram que neste estudo só foi tido em atenção o bem-estar geral das crianças e não os possíveis indicadores de desordens do espectro alcoólico fetal.
Um outro estudo dinamarquês, descobriu que o consumo leve a moderado de álcool durante a gravidez não afetou o funcionamento cognitivo (relacionado com a capacidade de realizar atividades, planear, organizar, criar estratégias ou lembrar detalhes) em crianças de cinco anos.
Também em 2013, um estudo britânico mostrou que ingerir pequenas quantidades de álcool antes das 15 semanas de gestação não afeta o desenvolvimento do feto. Porém, outras investigações já revelaram que quem bebe pouco álcool durante as primeiras 10 semanas de gravidez tem muito mais risco de sofrer um aborto.
Embora não haja uma opinião final, nem consensual, sobre o assunto, deverá sempre seguir as recomendações do seu médico.
