Relações e família

Crónica. De quem é a culpa?

A culpa não é de ninguém, se decidirmos que não nos vamos responsabilizar pela nossa vida e pelos nossos resultados. Ou, assumindo também esta postura de desresponsabilização, a culpa pode ser de toda a gente menos de nós mesmos.

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Crónica. De quem é a culpa? Crónica. De quem é a culpa?
© GRAFISMO: SARA MARQUES/ © unsplash
Mafalda Almeida, coach
Escrito por
Jul. 25, 2023

Podemos seguir um destes dois caminhos. Mas o que é que isto nos traz? Nada de satisfatório. Não somos os condutores das nossas vidas e nem somos responsáveis pelo nosso futuro.

Andamos por aí, à mercê de apetites de outras pessoas (e empresas, por exemplo!), à mercê da nossa motivação (que por vezes tira looooongas férias de verão), à mercê dos acontecimentos da vida e das atitudes de outras pessoas. Todos decidem por nós, menos nós.

E aqui, lamento dizer: a culpa é nossa. Quando nos tentamos desresponsabilizar de atitudes e resultados, estamos a trazer a culpa para o nosso lado. É uma responsabilidade com cara feia, se assim lhe pudermos chamar.

Sentir responsabilidade é algo bonito e nobre. É algo que reforça a nossa autoestima, confiança e poder pessoal. Sentir a responsabilidade pela nossa vida, pelos nossos resultados, faz com que a nossa energia mude completamente. Não concorda comigo?

Faz com que lidemos com maior clareza com os desafios da vida. E sim, muitos deles surgem e não são nossa responsabilidade, mas nestes casos somos “culpados” pela forma como reagimos a esses acontecimentos menos bons.

Que a culpa seja nossa sempre. Que seja uma opção. Que essa opção nos responsabilize pelos nossos resultados.
Mafalda Almeida, coach Mafalda Almeida, coach

Todos acabamos por enfrentar e lidar com eles. A grande diferença é a nossa atitude, a responsabilidade que decidimos assumir.

E quando decidimos “assumir a culpa” (leia-se: responsabilização), assumimos também colher as coisas boas daquilo que andamos a fazer. Sim, sermos culpados por algo bom que acontece também é possível. E bom. E esquecido com frequência.

Assuma a “culpa” daquilo que corre bem. Arrisque, desafie-se e a “culpa” reforçará a sua autoestima, bem como a confiança em passos futuros melhores, maiores, mais ambiciosos.

No nosso emprego, se não nos sentimos realizados, de quem é a culpa? Não vamos culpar o chefe.

Em casa, no nosso casamento, se não nos sentimos felizes, de quem é a culpa? Não vamos culpar (só) a pessoa com quem estamos.

Conseguiria dar-lhe muitos mais exemplos, mas acredito que já entendeu onde quero chegar.

Que a culpa seja nossa sempre. Que seja uma opção. Que essa opção nos responsabilize pelos nossos resultados. Porque, quando assim é, estamos no caminho da construção da nossa melhor versão.

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