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Cuidados a ter com o seu animal de estimação durante a pandemia

Cuidados a ter com o seu animal de estimação durante a pandemia

Nesta altura, com a quantidade de (des)informação a circular, é natural que quem tem animais em casa se sinta assoberbado em dúvidas. Queremos esclarecê-la no essencial. Para começar, fique com esta ideia: ter um animal de companhia não é considerado um fator de risco.

Por Abr. 1. 2020

Desde o início de 2020 que o update acerca do coronavírus é constante. Assistimos consternadas, inseguras e atentas à sua evolução. Com o tempo, até já sabemos algumas coisas.

A importância de cumprir o distanciamento social; os principais mitos associados cuja disseminação devemos evitar ao máximo; como ocupar o nosso tempo em casa durante a quarentena e, claro, de que forma podemos controlar o pânico gerado.

Também sabemos como explicar a pandemia às crianças e até temos pistas de atividades para fazer com elas neste momento de crise. Por último, e não menos pertinente, vêm os nossos animais de estimação.

A verdade é que podem não ter sido o nosso primeiro pensamento com o despoletar deste surto global, mas com o tempo as perguntas multiplicaram-se. Aqui, todas as dúvidas são consideradas e, por isso mesmo, elaboramos um guia com o essencial a considerar. Esteja atenta.

O que se sabe até ao momento

A questão mais recorrente e mesmo pertinente aqui é: os animais domésticos podem transmitir Covid-19 ou ficar doentes com o vírus?

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por agora, nega esta possibilidade. Ou seja, apesar de um cão em Hong Kong ­– cujos donos estavam doentes – ter testado positivo, sem apresentar sinais clínicos da doença, esta informação não é suficiente para, de alguma forma, se afirmar que cães e gatos possam ser infetados ou agentes de disseminação do vírus.

O que pode ter a certeza, e reiteramos isto, é que a Covid-19 – doença provocada pelo coronavírus – se transmite de pessoa para pessoa através de gotículas produzidas quando alguém infetado tosse, espirra ou fala. Daí as medidas de higienização e contenção social de acordo.

A instituição continuará, pois, com a investigação neste campo, monitorizando as pesquisas mais recentes sobre este e tantos outros tópicos relacionados com a Covid-19 – nomeadamente ao nível da vacinação.

As atualizações surgirão à medida que novas descobertas estejam disponíveis. Não se preocupe, a informação chegará até si. Aliás, mais à frente, explicamos-lhe a que fontes fidedignas e seguras pode aceder.

Não abandone os seus animais

Pela explicação supracitada, fica clara a ideia – iremos repetir tanto quanto necessário – de que um animal de companhia não é considerado um fator de risco. Dito isto, não encontre razoabilidade na desculpa de deixar para trás o seu animal de estimação. Pouco ou nada o justifica num mundo normal, muito menos numa sociedade pandémica.

Aliás, esta pode ser mesmo uma altura para, tal como com a sua família e amigos, estreitar laços com estes amigos de quatro patas, ainda que a um metro de distância. Acredite, eles estarão felizes por passarem tanto tempo consigo dentro de casa e confesse, nunca antes lhe deu tanto prazer a si levá-los à rua.

Igualmente, esta fase também não lhes passa ao lado e pode ocorrer que estes se sintam mais agitados ou mesmo ansiosos. Mime-os muito, mas seja criativa na forma como o faz, é preciso ter atenção às principais regras. É para lá que seguimos.

Cuidados de higiene

Tal como acontece connosco, também no contacto e convívio com os animais de casa é preciso controlar a situação. Uma higienização adequada é a chave.

De acordo com a Ordem dos Médicos Veterinários “todos os que convivem com animais de companhia são aconselhados a lavar muito bem as mãos depois de interagir com os seus animais”.

O mesmo se aplica, evidentemente, ao contacto com a sua comida, mantimentos, brinquedos ou mesmo fezes e urina. Compartilhar alimentos com eles parece, igualmente, uma má ideia.

Da mesma forma “também não devem deixar os animais lamber a cara nem ter acesso às camas dos humanos. É ainda recomendável a higienização das patas dos animais após os passeios no exterior”. Detalhamos a última questão no tópico seguinte.

Passeios

Neste momento, mesmo com o estado de emergência, são possíveis as saídas à rua com os animais de companhia. Mas há cuidados imperativos.

Os passeios devem ser curtos e a socialização está fora de questão. Tanto entre humanos, como entre humanos e animais. Devem-se evitar, pois, locais com aglomerações.

Na verdade, os cães não transmitem o vírus, mas podem transportá-lo para dentro da sua casa nas patas e coleira. Daí a urgência, nada prática, mas muito necessária, de lavá-las assim que se chega a casa, com água e sabão. Use um borrifador, para simplificar.

Procure evitar o álcool neles, pode ser irritativo e provocar lesões. Se pretender uma limpeza mais profunda de tempos a tempos, a OMS disponibilizou aqui, distintas soluções caseiras para a desinfeção de mãos, que poderá usar no seu animal.

Situação de emergência

No caso de ficar infetado, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) recomenda que evite o contacto próximo com os seus animais de companhia. Isto deve-se ao facto de não existirem informações suficientes ainda sobre o vírus.

Assim, identifique um cuidador que possa ajudar nesta tarefa a curto ou longo prazo, caso não se encontre apta – deverá pensar com alguma antecedência. Poderá ser um membro da família, amigo, vizinho, de preferência alguém que o animal já conheça.

Para além disso, procure ter à mão os mantimentos como alimentos e medicamentos necessários ao seu animal para um período de pelo menos 15 dias.

Poderá ainda criar um dossier com os documentos do seu animal de estimação e ainda informações extra como o contacto do veterinário, hábitos, preferências alimentares, condições médicas ou tendências comportamentais.

Fontes seguras

Por vezes é difícil saber quando estamos perante uma informação credível ou falaciosa. Para isso, é muito importante verificar sempre a fonte de onde proveio tal conhecimento.

Assim, como fontes fidedignas de informação nacionais e internacionais, tem a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Direção Geral da Saúde (DGS), tantas vezes já aqui referidas.

Mais especificamente para os animais, esteja atenta à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) mas também à Ordem dos Médicos Veterinários  (OMV) e à Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC).

Poderá ainda recorrer à linha de apoio para animais por telefone da empresa portuguesa Barkyn ou mesmo ao seu veterinário de sempre. Também os hospitais e as clínicas veterinárias continuam a funcionar, embora seja dada prioridade às situações de maior urgência. Para alguma dúvida, não hesite em contactar um especialista.

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