Dicas para criar crianças confiantes, de acordo com culturas antigas
Num mundo de comparações, body shaming e filtros, pode parecer impossível crescer com confiança. É uma tarefa complicada, sem dúvida, mas não impossível. Sem gritos, castigos ou discussões, descubra como criar crianças com convicção.
Apesar de ainda estarem em crescimento, as crianças podem ser atenciosas e sentir preocupação, ainda que tenham alguma dificuldade em expressar esses sentimentos. Por isso, é essencial ter extra atenção aos comportamentos dos mais pequenos, e dar um empurrão na direção certa.
Foi com este objetivo em mente que, em 2021, Michaeleen Doucleff lançou o livro Hunt, Gather, Parent. A autora viajou pelo mundo com a filha de três anos e conduziu várias entrevistas a famílias das culturas mais antigas sobre os seus estilos parentais. Estas são as dicas que reuniu.
3 dicas para desenvolver a confiança
Incentivar o pensamento
Ainda que dar ordens pareça o mais indicado para ensinar às crianças a ter a atitude certa, pode nem sempre ser o caso.
Depois de conversar com inuítes, membros da nação indígena esquimó no território canadiano de Nuvanu, Michaeleen Doucleff concluiu que “existem muitas ferramentas usadas (por este povo) para fazer as crianças parar e pensar”.
Uma delas é questionar as atitudes dos mais novos, em vez de os repreender. “O objetivo disso é fazer com que a criança pense e tome a decisão certa por si mesma”, acrescenta.
Esta técnica é útil para o desenvolvimento da força de vontade, já que explica as consequências de uma ação em vez de presumir que a criança tomará a decisão errada.
Participação nas tarefas domésticas
De acordo com a autora, “é fundamental nunca enxotar uma criança quando esta demonstra interesse nas tarefas de casa”. A razão?
Com o tempo, a criança assume que o seu esforço não é necessário em tais tarefas, o que a torna menos propensa a ajudar à medida que cresce.
Tarefas pequenas, como ajudar a cozinhar, cortar a relva ou estender a roupa, são alguns exemplos de atividades que os maias confiam aos filhos. Desta forma, potencializam responsabilidade e independência nos mais novos.
Incluir as crianças no mundo adulto
Depois de viajar até Yucatán, no México, a autora percebeu que aos fins de semana não existiam atividades direcionadas especificamente às crianças, como festas temáticas ou de aniversário.
O mundo infantil é fundido com o mundo adulto, onde as crianças são vistas como um elemento fundamental para a concretização de tarefas domésticas.
“Elas (crianças) vão querer ajudar a arrumar a mesa depois de jantar ou fazer as camas de manhã, porque se elas fazem parte do seu mundo e estão consigo a toda a hora quando realiza estas tarefas, veem a ajuda como o seu papel na família”, afirma Michaeleen Doucleff.