Num ano repleto de desafios, graças à pandemia que se propagou pelo mundo inteiro no início de 2020, o regresso às aulas não é hoje tão pacífico como seria habitual.
Distanciamento social, higienização das mãos, álcool gel e máscaras são hoje palavras que fazem parte do quotidiano dos portugueses. E claro, o mesmo se aplica às crianças neste novo ano letivo.
Se para uns a reabertura das escolas é vista de uma perspetiva positiva, para outros é uma fonte de ansiedade e nervosismo, provocado pela incerteza dos tempos.
Ísis Antunes, coach de parentalidade consciente, deixa dez dicas para que o regresso à escola seja à prova de stresse
e ansiedade num ano desafiante como o que estamos a viver.
10 dicas para um regresso à escola sem stresse
1. Regras e rotinas
O regresso às aulas significa regresso às regras, rotinas e horários e estes têm de existir, mas podem levar a desentendimentos, pois lida-se com as dificuldades diárias (sair de casa de manhã, deitar à noite, hora do banho, desligar o tablet…), às quais se junta este ano a Covid-19.
O ideal é haver disciplina, mas sempre que possível, torne as rotinas divertidas e agradáveis, introduzindo uma brincadeira ou uma novidade.
2. Reuniões de família
É importante criar um momento neutro, onde a família para e fala sobre tudo sem julgamentos. Isto fomenta a conexão entre pais e filhos. Devem ser marcadas com antecedência e ajustadas à dinâmica de cada família.
Permitem falar de algo que está a correr bem ou mal, discutir a divisão de tarefas, fazer planos, expor necessidades ou mágoas, saber como está a correr a escola, como estamos a lidar com a ansiedade… É um termómetro do estado da família.
3. O lixo individual fica à porta
Ao entrar em casa, certifique-se de que os problemas, a ansiedade e os conflitos do trabalho ficam à porta. A nossa casa deve ser o porto seguro onde carregamos baterias.
4. Necessidades e limites
É essencial conhecer-se bem e aos seus filhos, tentando antecipar necessidades que estejam em falta ou limites que poderão ser ultrapassados. Com isto, impede que se instale o conflito.
É importante comunicar os limites de uma forma pacífica e sem reatividade, assegurando que se respeita os limites dos filhos.
5. Boca fechada
Pode parecer contraditório, mas o silêncio é uma forma poderosa de se conectar com os seus filhos.
Muitas vezes, as avalanches de perguntas servem mais para focar as suas preocupações do que para chegar a eles. Em vez de um interrogatório, comece por partilhar algo do seu dia e espere que depois eles façam o mesmo.
6. Autocuidado
Ter tempo para si, seja dez minutos de silêncio no parque de estacionamento, seja uma hora no ginásio, seja um jantar com amigos.
É tentar, com aquilo que é a sua realidade, arranjar momentos para carregar baterias, o que lhe vai devolver a tranquilidade para estar bem consigo e, depois, com os seus filhos.
7. Parar e respirar
Pare com alguma frequência durante o dia para respirar com calma e serenidade. Isso faz com que se sinta mais tranquila.
Transmita essa tranquilidade aos seus filhos, dando-lhes o espaço e tempo de que precisam.
8. Aceitar o que não podemos mudar
Estamos de facto numa pandemia e temos limitações, mas temos de aceitar a realidade tal como ela é. Isto darnos-á uma certa tranquilidade e torna-nos mais conscientes e, por consequência, os nossos filhos vão imitar-nos.
9. Estar onde está
Foque-se no trabalho quando está no trabalho e, em casa, foque-se na família. Desligue notificações do e-mail e à hora de jantar evite ver notícias que possam criar ansiedade.
10. Ser grata
Em momentos de crise e desafiantes, existem aspetos positivos e oportunidades. A sugestão é que no final de cada dia possa refletir sobre o que a fez sentir-se bem.