Os portugueses são quem mais valoriza os afetos depois da pandemia
Estar, abraçar, beijar, viajar: o que valorizamos mais depois de um ano de pandemia.
O que antes era considerado normal ou dado por garantido, como a possibilidade de estar com quem mais gostamos, foi-nos interdito. A nossa vida sofreu alterações nunca antes vistas e o retorno dessa liberdade fez com que reconhecêssemos o valor de poder estar com quem mais amamos.
Segundo um estudo realizado pela Free Now, que contou com uma amostra de 1000 portugueses, 65% afirmou dar hoje mais valor aos afetos, posicionando-se à frente da Espanha (57%), Roménia (43%) e Polónia (41%). Tais conclusões demonstram que 6 em cada 10 portugueses passaram a valorizar mais o abraço e o beijo depois da pandemia.
Mas há outros dados relevantes a ter em conta. Por exemplo, depois de se verem privados do habitual convívio com a família e conhecidos, 62% dos inquiridos dizem valorizar mais um simples encontro entre amigos e 46% a liberdade para fazer planos à última da hora.
O mesmo estudo revela ainda que, a juntar-se aos afetos e almoçaradas, os portugueses prezam a possibilidade de estar com os avós ou familiares mais idosos, ir a um restaurante ou simplesmente viajar. Quem é que não sente vontade de poder viajar em segurança e sem preocupações novamente?
“Os portugueses são realmente um povo de afetos e este estudo vem comprovar isso mesmo. Vivemos tempos muito conturbados que nos colocou a todos à prova, tanto a nível pessoal como profissional, e os portugueses não baixaram os braços e manifestaram uma grande onda de solidariedade e entreajuda”, afirma Sérgio Pereira, general manager da Free Now, em comunicado.
E que mudanças sofremos mais?
O estudo apurou ainda que 27% dos portugueses passou a preferir andar a pé, no entanto, somos o país da Europa em que esta opção teve menos adesão. Já em Itália, por exemplo, esta forma de mobilidade aumentou significativamente (50%).
No que toca aos novos hábitos que os portugueses passaram a ter com a chegada da pandemia, em primeiro lugar está ver televisão, em segundo cozinhar e em terceiro manter contacto com pessoas online.
Ver séries ou filmes em casa passou assim a ser uma forma de passar o tempo para a maioria dos portugueses (52%), enquanto que 41% afirma que manteve a mesma frequência anterior. Relativamente ao segundo e terceiro lugar, cozinhar e falar com familiares ou amigos online, são hábitos que se mantiveram inalterados para a grande maioria da população (52% e 53%, respetivamente).
Depois de mais de um ano de pandemia, em que fomos privados do convívio e do toque, seria de esperar que houvesse alterações notáveis nos hábitos e comportamento das pessoas. Mas será que esta alteração de prioridades se vai manter no tempo ou é apenas um reflexo das circunstâncias atuais?