O amor não traz consigo apenas borboletas na barriga e a sensação de andar sempre nas nuvens. Também há coisas más. Com o sorriso inebriado e a felicidade constante dos primeiros meses de uma relação, vem também a falta de produtividade no trabalho e a dificuldade na concentração.
Um estudo, realizado por investigadores das Universidades de Leiden e Maryland, concluiu que as pessoas apaixonadas têm menos facilidade em levar a cabo tarefas que requerem atenção.
Os 43 participantes, pessoas envolvidas numa relação amorosa há menos de seis meses, executaram algumas tarefas específicas e os resultados foram claros. Quando existem níveis elevados de amor e paixão entre dois indivíduos numa fase inicial da relação, o controlo cognitivo é reduzido.
Ao estarem apaixonados, os participantes deixavam que pensamentos sobre as suas caras-metades ocupassem as suas mentes, perdendo a capacidade de concentração e foco.
A explicação prende-se com o facto de o cérebro estabelecer prioridades em relação àquilo em que se concentra. Isto é, ao ter recursos limitados, o nosso cérebro tem de determinar o que é mais importante: será que é o trabalho que temos para fazer, ou o nosso date ao final do dia com a pessoa de quem tanto gostamos?
A boa notícia (para nós e para os nossos chefes) é que, assim que a fase inicial da relação fica para trás e os níveis de paixão acesa diminuem, a capacidade de sermos produtivas volta ao normal.
De acordo com os autores do estudo, o efeito negativo vai diminuindo à medida que a relação avança, em especial quando a relação em causa é feliz e duradoura.
Isto significa que deixamos de estar apaixonadas com o passar do tempo? Não necessariamente. Está provado que níveis elevados de controlo cognitivo são benéficos e necessários, quando o que queremos é manter uma relação a longo prazo. Por isso mesmo, é saudável que a paixão esmoreça (mesmo que seja apenas um pouco) de modo a que o cérebro volte a encontrar o equilíbrio e redefina as suas prioridades.