Sim, ser o irmão mais velho ou mais novo reflete-se na personalidade
Não é só uma coincidência. Estudos mostram que a ordem de chegada à família tem impacto nas características pessoais de cada pessoa.
Cada pessoa é única e diferente, mas existem várias coisas que nos ligam. E se acreditamos que as nossas características são semelhantes a quem tem gostos ou signos iguais, o mesmo acontece com o facto de sermos os mais velhos ou mais novos da família.
Sim, de acordo com a ciência, a ordem de nascimento tem influência na nossa personalidade. Ou seja, não é por acaso que reconhecemos comportamentos e padrões noutros irmãos mais velhos ou mais novos, como nós.
Mas o que os distingue, segundo os cientistas?
Irmãos mais velhos
Provavelmente, já encontrou uma ou outra publicação em que dizia que os irmãos mais velhos têm um QI superior ao dos mais novos. Imaginamos que tenha achado engraçado, talvez até brincado com o seu irmão e seguido em frente, achando que não era mais do que uma piada.
No entanto, é mais do que isso. Um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, afirma que os primeiros a nascer têm realmente a tendência a apresentar um QI mais elevado.
Embora exista uma diferença, é tão insignificante que mal tem relevância nas vidas das pessoas, ainda assim.
Uma outra investigação da Universidade de Essex, no Reino Unido, que corrobora esta ideia, avançou ainda que os primeiros filhos são, estatisticamente, os mais ambiciosos e com formação superior, uma vez que “existem aspirações maiores” por parte dos pais.
Ainda que não seja clara a razão por trás disto, análises anteriores sugerem que estará relacionado, não com uma questão biológica, mas social.
“Os irmãos mais velhos são os primeiros com quem os novos pais aprendem como funciona a parentalidade e, consoante o estereótipo, são mais rígidos, envolvem-se mais e, quando têm mais filhos, percebem como tudo funciona, por isso têm uma abordagem diferente com os mais novos”, esclareceu Michelle Elman, coach, à Cosmopolitan.
Sam Jahara, psicoterapeuta, confirma-o, em entrevista à Glamour britânica: “O nível de atenção que os pais dão aos primeiros filhos é habitualmente muito maior, mas estas crianças também sentem os receios e ansiedades dos novos pais”.
Quando um segundo filho nasce, os mais velhos ficam muitas vezes encarregues ou tomam conta dos irmãos. Por isso, de acordo com um estudo da YouGov, “os mais velhos tendem a ser mais organizados” e “conscientes”.
Filhos do meio
Sem alguma vez saberem o que é ter a atenção exclusiva para si, os filhos do meio, sabem que lhes é esperado saber partilhar, desde o início. Mas, mesmo assim, tendem a competir por atenção, uma vez que, nem são os mais velhos, nem os bebés da família.
Muitas vezes, designam-os como “os negligenciados”. Todavia, não tem de ser algo “mau”, salienta Katrin Schumann, jornalista e autora do livro The Secret Power of Middle Children (obra sem tradução em português, de momento), ao Psychology Today.
“Apesar de os filhos do meio serem negligenciados, não só pelos pais, como pelos investigadores, na verdade, beneficiam disso a longo prazo. Tornam-se mais independentes, pensam fora da caixa, sentem menor pressão para se conformarem e são mais empáticos”, avançou Schumann.
Por isso, ganham boas ferramentas para aplicar no mundo do trabalho, tornando-os “excelentes colegas e parceiros”. Além disso, são “mais pacientes, habilidosos e manipuladores”, completa a autora.
Mais novos
Com pais mais relaxados quando chega o terceiro filho, as crianças tornam-se também elas mais descontraídas, diz um estudo da YouGov.
Significa isso, muitas vezes, que são mais rebeldes, “exploradores, pouco convencionais e tolerantes ao risco”. Além disso, têm, por norma, bom sentido de humor.
Os investigadores das Universidades de Reading e Birmingham, ambas no Reino Unido, concluíram que os mais novos têm uma maior tendência para correr riscos no que diz respeito à área dos negócios.
Aliás, de acordo com o The Sunday Times, existe uma maior probabilidade de se tornarem empresários.