Relações e família

Sugestões de jogos para fazer com as crianças em casa, no carro ou no restaurante

Quanto tempo “perde” a brincar com os seus filhos? E quantas vezes lhe falta imaginação para pensar em brincadeiras novas quando está em casa? Descubra seis ideias de jogos para fazer com as crianças e em família, que divertem e educam ao mesmo tempo.

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Sugestões de jogos para fazer com as crianças em casa, no carro ou no restaurante Sugestões de jogos para fazer com as crianças em casa, no carro ou no restaurante
© Getty Images
Carolina de Almeida
Escrito por
Out. 02, 2019

“Brincar é tão importante como lavar os dentes. É para fazer várias vezes ao dia”. A afirmação é da psicóloga clínica Inês Afonso Marques, no seu livro A Brincar Também se Educa.

Ser mãe e pai nos dias de hoje é um desafio constante, sobretudo no que respeita ao tempo passado com as crianças. Tempo de qualidade, diga-se. E segundo vários especialistas, aproveitar o tempo com os filhos da melhor forma deve incluir brincadeira.

“Enquanto brincam, as crianças expressam emoções e medos, diminuem ansiedades, mostram a forma como compreendem o mundo, fazem perguntas, partilham dúvidas, constroem sentidos e significados”, refere a especialista, no mesmo livro.

livro a brincar também se educa

Manuscrito, 14,90€

Para Inês Afonso Marques. com 14 anos de experiência a acompanhar crianças, adolescentes e famílias, brincar é o pilar para ensinar competências aos mais novos, estimular-lhes a imaginação e desenvolver a autoestima. Mais: acredita que brincar pode ser a resposta a muitas questões que nos vão surgindo ao longo da vida enquanto pais.

Falta de imaginação para brincar

Estamos cansadas, esgotadas e sem tempo para gerir todas as tarefas que acumulamos. Perante a pergunta: “mãe, vamos brincar a quê?”, muitas vezes despachamos o assunto passando os olhos pelos (mesmos) brinquedos de sempre e nem conseguimos puxar pela cabeça para desencantar uma nova brincadeira. Revê-se neste cenário?

A pensar nos momentos em que falta a imaginação e para fazer uma pausa aos aparelhos eletrónicos, reunimos ideias de jogos para fazer com os seus filhos em casa (e algumas também no carro, na sala de espera ou no restaurante), retiradas do livro A Brincar Também se Educa. Brincadeiras daquelas que criam memórias felizes e reforçam laços familiares, ao mesmo tempo que educam.

6 jogos para fazer com as crianças em casa

1. Caixa mistério

Para estimular os sentidos, a partir dos 3 anos

Comece por vendar os olhos do seu filho. Numa mesa, disponha vários recipientes com diferentes “objetos”. Nesta idade, podem ser introduzidos alimentos na brincadeira.

2Conduza o seu filho num desafio de tentar adivinhar o que escondem as caixas mistério. Varie também o sentido que deverá ser usado para chegar à resposta certa: “Nesta caixa mistério, podes usar o olfato e o tato. Toca, o que achas que é? Cheira, consegues adivinhar? Agora, nesta caixa podes tocar e escutar o som que faz. Esta vais ter de provar. A que sabe?”

Sugestões para colocar nas caixas: pau de canela, pétalas de flor, sal, areia, bolinhas de algodão, berlindes, gelatina…

2. Em vez de isto é aquilo

Para estimular a criatividade, a partir dos 3 anos

Selecione diversos objetos e em conjunto imaginem novas funções para eles.

Em vez de…

Uma bola vermelha
• Um sapato
• Um clip para os papéis
• Um casaco
• Uma cadeira
• Uma folha
• Uma caixa

… isto é…

3. Jogo das categorias

Para treinar a memória e a concentração, a partir dos 3 anos

Tendo em mente uma determinada categoria (objetos, nomes, cidades, marcas, frutos, personagens), um jogador começa por dizer uma palavra; o jogador seguinte tem de dizer essa palavra e acrescentar outra; o seguinte diz as duas palavras já ditas, pela ordem em que foram referidas, e acrescenta outra da mesma categoria.

Ganha quem conseguir dizer mais palavras, na ordem em que foram mencionadas pelos vários jogadores, sem se enganar e sem se esquecer de nenhuma.

4. “Quantos-queres” das emoções 

Para abordar o tema das emoções, a partir dos 3 anos

Pegue numa folha de papel e em marcadores e construa um “quantos-queres”. Na face exterior da folha escrevam o nome de emoções e na face interior diferentes desafios. Algumas sugestões:

• Confiante: Conta uma situação em que te tenhas sentido confiante, mas depois o que esperavas não aconteceu.

• Preocupado: Relata uma situação em que te tenhas sentido preocupado e como fizeste para te tranquilizares.

• Calmo: Que sítio tranquilo e feliz podes visitar nos teus pensamentos para te acalmares?

• Triste: O que podes fazer quando vês um amigo triste?

• Orgulhoso: Partilha uma conquista tua em que te tenhas sentido orgulhoso

• Zangado: Já aconteceu alguém ficar zangado contigo? Conta o que aconteceu.

5. O rei manda

Para promover a adesão a ordens/normas, a partir do momento em que controlam os seus movimentos

É muito importante que a criança tenha a possibilidade de ser o rei, ou a rainha, e o súbdito, para compreender como é estar em situações de controlo e de eventual contrariedade.

Para facilitar, definam logo à partida qual é a duração de um reinado. Reinados curtos, constituídos pela possibilidade de dar quatro ordens até outro rei assumir o controlo, tornam o jogo mais dinâmico.

Sugestões de ordens “O rei manda…”:

• Crianças pequenas: bater palmas, saltar, tocar nos dedos dos pés;

• Pré-escolar: bater palmas e saltar, dizer o nome de todos de olhos fechados, contar até 10 enquanto descalça os sapatos;

• Idade escolar: contar de forma decrescente, de 20 até 0, de olhos fechados, enquanto salta; dar três pulos, bater seis palmas e dizer o nome completo da mãe e do pai; dizer nomes começados pela letra i, depois tocar com o dedo indicador da mão direita na ponta do nariz e, finalmente, dizer o nome de três emoções.

6. Comer em modo mindful

Para desenvolver o autocontrolo e regular a impulsividade, a partir dos 3 anos

Desafiamos a criança a fingir ser um marciano que acabou de aterrar no planeta Terra e para quem tudo é novo e desconhecido. Damos à criança o alimento a ser explorado pelos cinco sentidos, deixando o paladar no final.

E pergunte: Que forma tem? Que cor? Como é a textura? Brilha? Qual é a consistência? A que cheira? Faz barulho? Que temperatura tem? Desfaz-se na boca? É mole ou duro? Que sensações provoca em contacto com os dentes? E com a língua? A que sabe?

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