O que todas as grávidas devem saber. E as recém-mães também

O que todas as grávidas devem saber. E as recém-mães também

Futura mamã, neste momento deve estar a sentir uma mistura de medo e emoção perante esse momento extraordinário de ser mãe. Também não deve querer conselhos que não tenha solicitado. Mas se está a ler este artigo é porque está a tentar obter algumas respostas. A psicóloga clínica Clementina Almeida revela o que as grávidas devem saber.

Por Jan. 29. 2018

Clementina Almeida é cientista e psicóloga clínica, especialista em bebés, mas também autora do blogue My Lab ForBabies. Mãe aos 43 anos foi com a sua filha, confessa, que descobriu ainda mais assuntos para investigar! “Sim, eu digo o que estão a pensar: a minha filha é a minha cobaia!”. Quem melhor do que esta especialista em bebés para aconselhar o que as grávidas devem saber e as recém-mães também!

O que as grávidas devem saber: antes, durante e depois

 

O que as grávidas devem saber… antes da gravidez

A forma como cada uma chega à maternidade pode nem sempre ser fácil ou imediata. E, claramente, não é igual para todas as mulheres. Umas querem ser mães mais cedo, outras deixam para depois. Umas conseguem à primeira, outras têm que ter uma ajuda extra da ciência. Umas querem ser mães biológicas e outras optam por adotar. Cada uma à sua maneira, e com as suas circunstâncias, chega ao momento em que vai conhecer forças que não sabia que tinha e medos que desconhecia que existiam: bem-vinda à maternidade.

O que as grávidas devem saber… durante a gravidez

A gravidez traz consigo mudanças: mudanças de humor, mudanças no corpo e, por vezes, até mudança de casa.

Os desejos: Nem todas sentem, mas é normal que tenham súbitos apetites de coisas de que nem eram especialmente fãs. E até que se enjoe coisas que se gostava antes. Tenha sempre atenção aos seus desejos, porque podem indicar algum deficit nutricional, em particular de ferro.

As mudanças de humor: Por vezes, o estar constantemente com a lágrima no canto do olho e outras vezes os acessos de raiva, em particular no final do dia. Estas alterações de humor são mais vulgares no primeiro trimestre, quando as hormonas se encontram “todas aos saltos”. Tendem a acalmar dai em diante, mas toda a gravidez é um terreno fértil para emoções fortes. Em todo o caso conte até 10 e respire!

As mamas maiores (até dois tamanhos): O que é uma boa notícia para algumas mamãs, mas à custa de alguma dor, em particular nas primeiras 6 a 8 semanas. Para além de pingarem – por volta das 12 semanas irão começar a produzir o colostro, o primeiro leite que o bebé vai mamar e o mais nutritivo. Por isso, pode em alguns casos sair (pingar/verter) um pouco.

Aguarde pelas estrias: Aparentemente, 90% das mulheres terão estrias, tenham elas a pele bem hidratada ou não. Ter ou não ter, depende da genética, pois a pele de algumas pessoas é mais elástica. As boas notícias são que as marcas desaparecem gradualmente e tornam-se menos visíveis.

Uma grande “juba”: Porque o cabelo cresce… por todo o lado. Na verdade, o crescimento do cabelo é mais rápido na gravidez e abranda perto do final. São as hormonas as responsáveis ​​pelo crescimento do cabelo em lugares indesejados durante a gravidez.

Um olfato sofisticado: Capaz de detetar odores a quilómetros de distância.

Uma memória melhorada: Porque a gravidez estimula a massa cinzenta do cérebro para enfrentar os desafios da maternidade.

Sou mãe!

À medida que o grande dia se aproxima irá entrar em trabalho de parto. É necessário perceber o que significa esta expressão, até porque identificar os seus sinais vai tornar tudo mais fácil. Um desses sinais é a contração frequente que aumenta em duração e em intensidade. Nesta altura do trabalho de parto precoce é recomendado caminhar, porque isso faz com que se sinta mais à vontade.

Sabia que temer o parto pode atrasar o trabalho de parto, cerca de hora e meia?! O medo e a ansiedade aumentam as concentrações sanguíneas das hormonas (conhecidos como catecolaminas), o que enfraquece a capacidade do útero de se contrair. Por isso é tão recomendável que faça as aulas de respiração pré-natal.

Depois de ter o seu bebé nos braços vai sentir também um grande peso nos ombros, uma responsabilidade súbita de cuidar dessa pessoa pequenina que agora existe cá fora e depende e confia totalmente em si para se poder tornar a melhor versão de si próprio! Desde a amamentação ao sono passando por todos os marcos de desenvolvimento, muitas vão ser as duvidas que aparecerão: leia alguns livros, fale com especialistas, mas acima de tudo confie no seu instinto de mãe ele está programado há milénios para entender as pistas do seu bebé!

Durante todo o tempo, não se esqueça de…

Ter uma atitude positiva: A abordagem certa vai torná-la forte o suficiente para enfrentar os desafios em todas as fases da gravidez. Para além de que uma boa saúde mental materna tem um elevado impacto no feto. Se tem história de ansiedade ou depressão e está a sentir-se abalroada com todas as emoções, procure um especialista, não precisa de arrastar o sofrimento por si e pelo seu bebé. Seja tolerante consigo própria e conte com alguns erros de percurso, fazem parte da caminhada e só significam que está a tentar fazer o melhor!

Resistir ao Google: É quase impossível não querer procurar todos os malditos sintomas que pensa ter ou que quer ver, como o o estádio de desenvolvimento do seu bebé naquele preciso momento. Mas isso poderá torná-la hipervigilante, ao ponto de se convencer que tem aquela doença que apenas duas grávidas em toda a historia da humanidade tiveram…

Siga o seu instinto. E tente não ceder à tentação de saltar à jugular de todos os que vão tentar dar-lhe “bons conselhos”. Tendo isto em conta, saiba o que nunca deve dizer a uma grávida.

 Texto: Clementina Almeida
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