Os seus filhos podem (e devem) errar. Evite dizer-lhes isto

Os seus filhos podem (e devem) errar. Evite dizer-lhes isto

É necessário errar para aprender. Educar para o erro é ajudar as crianças a lidar com a frustração, provendo assim outras competências como a resiliência e a resistência ao falhanço.

Por Abr. 27. 2018

Errar é humano. Toda a gente sabe. Mas nem todos acreditam no erro como forma de educação ou de melhor escolaridade.

Atualmente, pais, professores e educadores pouco valorizam o erro na aprendizagem das crianças. Existe muita pressão para que os filhos tenham sucesso em tudo o que realizam.

Presença em rankings escolares, quadros de honra e outras formas de destaque são muito ambicionadas. Os pais, que desejam, sem dúvida, o melhor para as suas crianças, querem, a todo o custo protegê-las, e para isso, o melhor é nem se aventurarem em atividades onde não são boas.

Errar é normal e toda a gente o faz

“Uma aprendizagem onde não há margem para erro é um processo de aprendizagem onde se é agente passivo. Ninguém aprende bem à primeira. O erro ajuda-nos a identificar forças e fraquezas, a perceber o que pode ser feito de diferente numa próxima oportunidade”, explica Inês Afonso Marques, psicóloga clínica e coordenadora da equipa infanto-juvenil da Oficina de Psicologia.

A palavra-chave para educar para o erro é a ‘aceitação’, refere a especialista.

“Se aceitar o erro como algo que faz parte de um processo de aprendizagem, vou lidar com ele de forma muito mais construtiva do que se encarar o erro como algo verdadeiramente grave”, diz

Assim, pode, de facto, existir alguma pressão, sobretudo no sucesso escolar, mas atenção que demasiada exigência conduz à ansiedade, que pode ter o efeito contrário. Pais que exigem filhos perfeitos acabam por criar crianças infelizes, inseguras, com baixa autoestima.

Manual de comunicação

Quando falar com os seus filhos evite: 

Usar expressões como “tens de…”, “deves…”
• Fazer comparações com irmãos, familiares e colegas.
Elogios que têm críticas encapotadas como: “Está muito bom, mas consegues melhor” ou “Parabéns. Está ótimo. Mas tens potencial para mais.”
Falar dos insucessos à frente de outras pessoas, pois a criança pode sentir-se humilhada, aumentando os níveis de ansiedade.

Opte, antes, por: 

Respeitar o ritmo da criança.
• Adotar um discurso de genuíno apoio, incentivo e compreensão.
Usar expressões como “experimenta…”, “escolhe…”, “tenta…”.
Apoiar a criança para dar o seu melhor, não para ser a melhor.
Fazer sempre um reforço positivo.


Costuma dizer alguma destas frases aos seus filhos? Saiba ainda como educar os seus filhos através do mindfulness.

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