Quando se sente mal por provocar algum tipo de mal-estar, a solução passa por pedir desculpa. Este ato de quase compaixão tornou-se a melhor forma de reconfortar alguém quando algo não corre da forma como esperávamos. Utilizamo-lo para que a pessoa (e nós) não se sinta triste, desgostosa ou magoada.
Segundo um novo estudo publicado no jornal científico Frontiers of Psychology, quando as pessoas ouvem a palavra “desculpa” sentem-se na obrigação de perdoar, mesmo que não tenham predisposição para o fazer. Isso faz com que se sintam pior e ainda mais confusas consigo mesmas.
Pedir desculpa faz mal? Talvez…
Os investigadores analisaram 100 pessoas em diferentes cenários sociais. A um dos grupos foi pedido que escrevessem como fariam para rejeitar um pedido hipotético. Por exemplo, se tivessem de dizer que não queriam ter um encontro com alguém ou que não iam poder partilhar a mesma casa com quem viviam no próximo ano.
Resultado: 38% dos participantes incluíram um pedido de desculpa nas suas respostas. De seguida, foi pedido aos participantes para lerem uma carta de rejeição. Os que tinham nessas cartas um pedido de desculpa disseram que se sentiam mais magoados do que os que tinham apenas recebido uma rejeição.
Muitas vezes, um pedido de desculpa (ainda que bem intencionado) não serve para que a outra pessoa fique feliz. A frontalidade pode ser o melhor caminho.
Gili Freedman, investigador do Dartmouth College, em Nova Hampshire, nos EUA, justificou o porquê deste ato ao site da revista Real Simple. “Se a sua motivação é sentir-se melhor consigo próprio, então não peça desculpa. Se está mesmo preocupado com os sentimentos da outra pessoa, tem de perceber que pedir desculpa não vai ajudar muito. E é possível que a pessoa se sinta ainda pior”.
Atenção que não se aplica em todas as situações. Um pedido de desculpas sincero pode ajudar a reconquistar a confiança que a outra pessoa tinha ou tem em nós. As boas intenções são sempre bem-vindas.
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