“Não faças isso!”; “Fica aqui ao pé de mim!”; “Cuidado que vais cair!”; “Vamos estudar!” Estas são apenas algumas das frases que os pais demasiado protetores, também designados como ‘pais helicóptero’ no mundo anglosaxónico, repetem constantemente aos filhos.
Será este comportamento negativo para os mais pequenos? De acordo com um estudo publicado na revista Developmental Psychology, sim. A razão é porque compromete a capacidade de as crianças gerirem as emoções e o stresse e até influencia negativamente a sua prestação escolar.
Dos 2 aos 10 anos
O estudo seguiu 422 crianças durante oito anos. A primeira experiência aconteceu quando as crianças tinham 2 anos e foi pedido aos mais pequenos e às mães que brincassem em conjunto, para avaliar até que ponto as mães eram protetoras e controlavam os filhos.
Aos 5 anos, os pequenos foram submetidos a vários testes para analisar a sua capacidade de resolver adivinhas e as suas reações em várias situações concretas.
Entre os 5 e os 10 anos, os professores dessas mesmas crianças foram questionados sobre a prestação escolar de cada um e se tinham notado algum comportamento depressivo, ansiedade e solidão nos mesmos.
Menos proteção
A investigação revelou que o comportamento mais protetor dos pais estava associado a crianças que tinham mais dificuldade em controlar as emoções, interagiam menos com os outros e tinham um rendimento escolar mais baixo do que as crianças filhas de pais menos protetores.
Uma das líderes da investigação, Nicole Perry, do Instituto de Desenvolvimento Infantil da Universidade do Minnesota, aconselha que os pais deixem os filhos experimentar uma panóplia de emoções, deem espaço para eles se mexerem e para gerirem as emoções de forma independente.
Revê-se neste artigo? Veja ainda os cuidados que o seu filho deve ter com a mochila da escola.