À semelhança das carraças, as pulgas são outro dos principais parasitas externos que podem comprometer o bem-estar não só do companheiro de quatro patas, mas também de quem com ele coabita.
Este parasita é um tipo de inseto sugador de sangue, sem asas. Embora existam durante todo o ano, a atividade reprodutiva das pulgas intensifica-se na primavera e no verão. Uma das condições que favorecem o seu desenvolvimento e reprodução é a combinação de temperatura (28ºC) e humidade (80%) elevadas.
As pulgas passam por quatro estados de desenvolvimento – ovo, larva, casulo (ou pupa) e adulto – mas é apenas na última que são consideradas parasitas. Esta evolução, em condições ambientais favoráveis, pode acontecer em apenas 14 dias.
São os adultos que vivem maioritariamente no corpo dos hospedeiros e representam 5% da população total das pulgas. Isto significa que os restantes estados podem estar no exterior ou até mesmo dentro das nossas casas.
Ctenocephalides felis, também conhecida como pulga de gato, é a espécie que se encontra com mais regularidade em cães e gatos.
Como saber se o seu animal apanhou pulgas
Tem reparado que se coça muito? Então, é muito provável que tenha pulgas. É um dos efeitos principais da picada deste parasita, que irrita a pele do seu companheiro, provocando bastante comichão e mal-estar.
Vai conseguir, sem grande dificuldade, identificar as pulgas a olho nu se a infestação for grave. Se notar que zonas como costas, cauda, atrás das orelhas e na parte interna das coxas estão avermelhadas, é outro dos sinais de que o seu animal tem pulgas.
De pequenas dimensões – 0,8 a 8 mm de comprimento e cor acastanhada – estes parasitas picam, em média, dez vezes por dia. Em animais com pelagem mais escura e comprida, as características das pulgas dificultam a sua identificação.
Há outros indicadores que podem ajudá-la a perceber se o seu animal tem pulgas:
- Presença de partículas pequenas no pelo, castanhas escuras ou avermelhadas. Estes pequenos pontos correspondem às fezes e sangue das pulgas;
- Aparecimento de manchas vermelhas na pele;
- Desenvolvimento de dermatite;
- Perda de pelo.
Há animais que não apresentam qualquer sintoma, pelo que pode passar despercebido a muitos donos.
Implicações na saúde dos animais
A ténia intestinal (parasita Dipylidium caninum) e a anemia felina infeciosa (produzida por um microrganismo do sangue) são duas das doenças que o animal poderá contrair através das pulgas.
As picadas das pulgas podem tornar os animais mais inquietos, pelo que – e como mecanismo de defesa – acabam por causar lesões a si próprios.
Em alguns casos, o contacto com a saliva das pulgas poderá provocar uma reação alérgica. Se o animal se coçar intensamente, podem ainda aparecer lesões inflamatórias na pele.
Esta alergia à saliva das pulgas é uma das dermatites mais comuns encontradas nos cães. A picada da já referida espécie Ctenocephalides felis poderá resultar em inflamações, uma vez que há componentes da saliva do parasita que penetram na pele do cão durante a picada.
Além da saliva, as pulga possuem também alergénios nas próprias patas, pelo que o simples caminhar pode causar irritabilidade cutânea no animal.
Além de se coçarem muito, há mesmo animais que chegam a mordiscar a pele. Consequentemente, surgem pequenas feridas e zonas da pele muito expostas que acabam por favorecer a entrada de bactérias e fungos.
No caso de o seu animal engolir o pelo com ovos ou a pulga, estes ovos podem acabar por desenvolver-se nos seus intestinos.
Cuidados a ter
As pulgas podem estar por toda a sua casa e onde menos espera. Tapetes, móveis, sofás, almofadas ou até em frinchas e rodapés. Não se surpreenda se encontrar pulgas em qualquer outro compartimento que ofereça condições adequadas de temperatura e humidade que favorecem seu crescimento e reprodução.
Desta forma, há hábitos que pode (e não deve) dispensar da sua rotina. Quanto mais limpo for o ambiente, mais longe manterá as pulgas.
Aspirar a casa e o carro, trocar o saco do aspirador ou lavar a cama dos animais em altas temperaturas são algumas das medidas que deve tomar para expulsar o parasita de sua casa. O sítio onde os seus animais costumam dormir são altamente prováveis de terem ovos de pulgas, por isso é importante que os lave com grande frequência.
Não podíamos deixar de relembrar a importância da desparasitação, durante todo o ano. Esta medida vai evitar que apareçam infestações repentinas e maciças, mas também vai contribuir para a diminuição da contaminação ambiental.
Não espere apenas pelas estações do ano – primavera e verão – em que a atividade reprodutiva das pulgas se identifica. Em Portugal, há pulgas de janeiro a dezembro.
Deve ainda usar sprays ou pulverizadores desparasitantes para a casa. Nos patudos, também se deve aplicar com regularidade produtos contra pulgas, como coleiras, comprimidos ou sprays.
Por último, mas não menos importante, inspecione com frequência o pelo do seu patudo. Assim, vai conseguir identificar, antecipadamente, a presença de pulgas. Esta tarefa assume um papel ainda mais importante depois de chegar do passeio com o seu cão ou gato.
A não esquecer:
- Além das carraças, as pulgas são outro tipo de parasitas externos que podem pôr em causa o bem-estar dos animais de estimação.
- As pulgas são um tipo de inseto sugador de sangue, sem asas.
- Deve estar atento ao comportamento do seu patudo. Caso note que se coça muito ou encontre zonas do corpo avermelhadas, provavelmente é porque o seu cão ou gato apanhou pulgas.
- A desparasitação, assim como um ambiente limpo, são dos principais cuidados que ajudam a manter as pulgas longe do seu animal.
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