O que costuma fazer com os brinquedos que os seus filhos já não usam? Em vez de os deixar dentro de caixas ou de os deitar fora nos contentores comuns, damos-lhe agora uma nova solução muito mais amiga do ambiente.
A Zero Wast Lab e o Precious Plastic Portugal, duas instituições com preocupações ambientais que pretendem reduzir o uso de plástico, são dois dos grandes apoios da primeira rede de recolha e triagem de brinquedos em fim de vida e a sua transformação em novos brinquedos.
O projeto intitulado Replay quer, desta forma, fazer um bom uso do plástico que já não é usado e pretende também criar um circuito de reciclagem nos municípios de Figueira de Castelo Rodrigo, Porto, Cascais, Lisboa e Évora.
O que tem de ser melhorado
Acontece que grande parte dos brinquedos são fabricados a partir de uma mistura de diferentes materiais, o que torna difícil a sua reciclagem no sistema de gestão dos resíduos, mesmo que a maioria do plástico e dos materiais de que são feitos sejam recicláveis.
Há ainda outro problema que é o aumento exponencial do número de brinquedos de plástico de baixa qualidade. Os dados mostram que em Portugal são vendidos 270 milhões de euros em novos brinquedos, mas pelo menos 30 milhões acabam em aterros ou são incinerados.
A solução que este projeto piloto apresenta é focado nesta problemática e o seu trabalho começa nas comunidades. O que o Replay propõe é que as famílias portuguesas realizem quatro passos em casa:
- Selecionem os brinquedos já velhos ou que não são usados;
- Desmontem-nos;
- Contabilizem-nos;
- E, por fim, entreguem-nos nos vários pontos de entrega nos cinco municípios parceiros – já acima mencionados.
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Depois disto, o plástico recolhido irá para cinco laboratórios da Precious Plastic e os estudantes de Design de produto da Escola Superior de Artes e Design , Matosinhos, e da Universidade de Évora serão desafiados a apresentar propostas para o desenvolvimento de um novo brinquedo.
Por fim, esta mesma organização dará vida a este brinquedo.
Durante este ano, o Replay irá organizar ciclos de conversas para sensibilizar e capacitar os cidadãos sobre tópicos ainda pouco discutidos publicamente, como é o caso da a toxicidade dos brinquedos ou os perigos do marketing infantil, entre outros temas.
O projeto ambiciona também recolher os primeiros dados qualitativos e quantitativos sobre brinquedos e os materiais usados.
Tudo isto é a pensar nos atuais problemas ambientais, de saúde pública e de desenvolvimento infantil que estes brinquedos podem estar a provocar.
