Restaurantes no Porto: os espaços que não pode deixar de experimentar
Nascem novos restaurantes no Porto como cogumelos. Por isso, para garantir que não perde os melhores da invicta, reunimos alguns para si, aqui.
Pode não ser a maior cidade do mundo (nem perto disso), mas é fácil perdermo-nos por entre as suas ruelas. E, claro, é normal que alguns dos melhores restaurantes do Porto nos passem despercebidos.
Ainda assim, mesmo que reparemos em todas as entradas, existem tantas opções que escolher uma parece ser tão complexo quanto uma equação matemática. Mas é por isso que estamos aqui.
De modo a facilitar a sua escolha, reunimos alguns dos restaurantes no Porto que tem mesmo de conhecer. Pode pegar já no telemóvel e preparar a reserva.
Restaurantes no Porto: os que tem mesmo de conhecer
Tenro by Digby
A vista sobre o Douro é desconcertante e, por isso, à mesa, vamos dividindo a atenção entre os pratos e a paisagem que nos envolve. Mas apenas por segundos, porque é impossível tirarmos os olhos (e os talheres) das refeições que vão chegando, do início ao fim.
O dashi de cavala, XO pão e beldroegas, uma das entradas, é um primeiro e claro exemplo disso. Servido num caldo aconchegante, tenta-nos com o seu aroma, impossível de resistir. O mesmo acontece com o tamboril & bulhão pato, um cremoso arroz com ameijoas e ervas holófitas, acompanhado pelo peixe que intitula o prato.
Também as opções de carne criam este efeito. Afinal, a aposta neste alimento seria, se não óbvia, obrigatória, dado o nome do restaurante conduzido pelo chef João Figueirinhas. As peças maturadas, oriundas do produtor espanhol El Capricho, de José Gordon, como o lombo e o chuleton de vaca, destacam-se na carta, ao lado da perdiz em vinha de alho e a costeleta de porco. Para acompanhar, é numa espécie de baú que são apresentadas as opções. Se apenas puder escolher uma ou duas, faça questão de experimentar a batata beurre blanc e algas ou a beringela & miso. Não se vai arrepender.
Aliás, garantimos-lhe que apenas irá lamentar se não pedir sobremesa. Afinal, a pera cozinhada em vinho do porto, com creme de lavanda e gelado de fava tonka é uma autêntica obra de arte da gastronomia. Mas não lhe fica atrás o soufflé de chocolate, banana e caramelo, embora não tenha o fator “uau” que o primeiro.
Onde: Torel Avantgarde, na Rua da Restauração 336, Porto.
Quando: Todos os dias, das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h30.
Almeja
O Almeja é, desde a abertura, um casual fine dining, um restaurante que prima pela técnica, mas muito descontraído. É um projeto muito pessoal do casal João Cura, o chef, e Sofia Amaral Gomes, responsável de sala.
“Procuramos utilizar produtos portugueses e de proximidade e da estação. A cozinha é técnica, mas influenciada pela nossa gastronomia e pelas viagens que fazemos”, explica o primeiro.
Com a chegada o do outono, a carta tem novos pratos. Nas entradas, destaca-se o creme de cebola com cogumelos, brioche e massa folhada. “Uma reinterpretação da clássica sopa de cebola com a capa de massa folha, mas muito mais caramelizada e mais intensa”, realça o chef.
Nos pratos principais, as novidades são uma feijoada vegetariana, o javali ou bochechas ao vinho e as costelinhas com arroz de cogumelos e trufas.
Uma rabanada com ameixa em calda e gelado de cardamomo é uma das sobremesas novas, mas, para os adeptos do caril doce já tão conhecido, continua na ementa.
O que se mantém também é o menu de degustação (10-12 momentos, 85€) e os menus executivos de almoço, estes com uma cozinha mais de conforto (entrada e prato principal, 10,90€, com sobremesa, 16€).
Onde: Rua de Fernandes Tomás, 819, Porto.
Quando: De terça-feira a sábado, das 12h30 às 14h30 e das 19h30 às 21h30.
Gastro by Elemento
Em 2019, Ricardo Dias Ferreira, chef, e Patrícia Lourenço, responsável pela hospitalidade, surpreenderam o Porto com a abertura do Elemento, onde tudo era e é cozinhado no fogo.
Quatro anos depois, voltam a inovar na Invicta, com o Gastro By Elemento. A diferença é que o novo restaurante tem um conceito de alta-cozinha, mas o recurso exclusivo ao fogo mantém-se. É aquilo a que se chama um fire dining, com uma cozinha sazonal, criativa, disruptiva e com identidade.
O menu de degustação (85€, por pessoa) varia de acordo com a sazonalidade e a surpresa faz parte da experiência.
Tartelete de ervilha, pudim de amêijoa e macarron de lula; pargo capatão, dashi beurre blanc e ervas da ria; salmonete, molho de carabineiro, tapenade de tomate; espargo grelhado, mayo de ervas, abacate, gema de ovo grilled; presa de porco preto à Bairrada, alho assado e cantarelos; bolo da Madeira, caramelo, granita de cidra artesanal são alguns dos pratos que têm surpreendido os comensais.
O espaço com paredes de betão e apontamentos vintage tem, além das mesas, um balcão virado para a cozinha através do qual é possível ver a equipa trabalhar.
“Sempre quis mostrar que a cozinha a fogo é bem mais do que pôr um frango no churrasco e, no Gastro, posso fazer coisas que no Elemento não fazia e sempre quis fazer”, afirma Ricardo Dias Ferreira.
Outra das novidades é a localização na zona das Antas e isso tem uma explicação: “É a próxima zona do Porto a expandir”, assegura o chef.
Onde: Rua Maria Adelaide Freitas Gonçalves, 13, Porto.
Quando: De terça-feira a sábado, das 19h às 23h.
Fava Tonka
Se ainda tem a ideia de que a cozinha vegetariana é pouco criativa, é porque não foi ao Fava Tonka, em Leça da Palmeira, onde mais de metade dos clientes nem segue este regime alimentar.
Nuno Castro agarra nos produtos da estação e dá asas à imaginação. “A base é o bom produto, depois, há muita tentativa-erro e não temos medo de experimentar e provar”, diz-nos o chef.
Outra premissa do restaurante é caminhar para o desperdício zero. “Estamos a desperdiçar apenas dois a três por cento”, comenta.
Em vigor, está a carta primavera-verão, que tem pratos como a beterraba com stracciatella e alho negro; o gaspacho com legumes da horta e focaccia de pimento e queijo da ilha de S. Miguel de 24 meses – dele, Nuno Castro diz que, “se o gaspacho e o minestrone tivessem um filho, seria este prato”; a batata nova, fermento assado e jus de stout, este último faz lembrar o dos assados de carne, mas sem esta.
Onde: Rua de Santa Catarina, 100, Leça da Palmeira.
Quando: De quinta a segunda-feira, das 12h30 às 15h e das 19h30 às 23h.