Muitas pessoas associam o conceito desperdício zero a uma vida com menos. Mas não tem de ser assim. Para Anita Vandyke, não tem nada que ver com privações ou sacrifícios.
“Trata-se apenas de efetuar umas quantas alterações criativas que o posicionem na direção de uma vida ‘eco- luxuosa’. Eu continuo a usar sapatos de marca (em segunda mão, claro), a desfrutar de coisas agradáveis (todas sem plástico), a ter uma vida atarefada nos subúrbios de Sidney”, afirma.
A chave para ter uma vida sustentável consiste em essa vida ser sustentável para si”, garante a autora no livro já citado. E foi por isso que para cada um dos 30 dias de ação criou um método de três passos:
- Desperdício reduzido;
- Desperdício baixo;
- Desperdício zero.
“Isto significa que não tem de começar logo pela opção desperdício zero; pode ir fazendo o seu trajeto progressivamente. Este método também lhe dá a possibilidade de subir de nível, aumentando o seu comprometimento com a causa num esquema temporal adequado a si”, defende Vandyke.
Concebido para lhe dar flexibilidade e liberdade, é um método que lhe permite combinar e conciliar diferentes opções, indo ao encontro das suas circunstâncias específicas. Pronta para deitar mãos à obra?
Como salvar o planeta em 30 dias
De dia 1 a 15: Pensar e Fazer
Esta fase pressupõe que avalie o estado das coisas para saber qual o seu ponto de partida e que desperte a curiosidade sobre o que é levar uma vida mais amiga do ambiente. Além disso, a primeira quinzena requer ação e mudanças simples que a direcionem para uma vida desperdício zero.
Na primeira parte do livro, Anita Vandyke aconselha o leitor a começar onde estiver. No seu caso específico, foi depois de se despedir e de tentar arranjar formas de conseguir comer e pagar contas só com um ordenado que decidiu abraçar um estilo de vida mais sustentável, questionando cada compra e tornando-se criativa face a um orçamento limitado.
Depois, é altura de passar à ação e investir num kit desperdício zero (saco reutilizável dobrado, chávena e garrafa reutilizáveis e palhinha em aço inoxidável), começar a compostar restos de comida, evitar o desperdício alimentar, substituir gastos em artigos supérfluos por experiências – é muito mais amigo do ambiente e prazeroso fazer o seu próprio creme e usar o dinheiro que gastaria nele numa ida ao cinema –, comprar em segunda mão e destralhar a casa.
De dia 15 a 30: Refletir e Rever
A segunda quinzena envolve introspeção e uma análise dos ambientes que a rodeiam.
São dias para se compreender o porquê da mudança, mais do que o como. Os últimos 15 dias irão insuflar em si a paixão necessária para uma mudança sustentável a longo prazo.
“Chegados a meio do caminho, parece-me uma boa altura para explorarmos o imenso mundo que existe lá fora, para nos recordarmos das razões por que precisamos de passar a ter uma vida desperdício zero”.
É assim que Anita Vandyke começa a segunda parte desta ‘viagem sustentável’, sugerindo ao leitor que se reconecte com a Natureza para conhecer a origem daquilo que come, saber quais os produtos característicos de cada estação ou qual o nome das árvores por onde passa. Para isso, basta almoçar num jardim, ir a pé para o trabalho, encher a casa de plantas ou passar o fim de semana ao ar livre.
Numa segunda fase, há que aprender a reduzir o consumo de carne, criando segundas-feiras sem carne, por exemplo, aprender a adotar o minimalismo (viver uma vida sem papel, prescindir do carro ou pedir livros emprestados são algumas das sugestões), espalhar a palavra, valorizar mais as experiências do que as coisas e criar em vez de consumir.