11 mitos sobre alimentação em que tem de parar de acreditar
Quantas vezes ouviu que não se deve comer hidratos de carbono à noite? E para não misturar alimentos de grupos diferentes? Vamos acabar com estes e muitos outros mitos sobre alimentação.
Estamos constantemente a ouvir o que é certo e errado no mundo da alimentação. Mas será que podemos – ou devemos – acreditar em tudo? Possivelmente, não.
Decidimos, por isso, tirar as teimas e esclarecer os principais mitos sobre alimentação. Conheça-os, abaixo.
Mitos sobre alimentação
1. Tem de parar de comer os seus pratos preferidos
Não leve isto à letra. Pode comer o que quiser, desde que o faça nas quantidades adequadas. O equilíbrio é que deve reinar numa alimentação saudável, não o sofrimento por não comer.
Aliás, ao privar-se daquilo que lhe dá prazer, pode acabar a comer um mundo inteiro do que se proibiu de consumir. Assim, em vez de comer apenas, por exemplo, um quadrado de chocolate, vai terminar uma tablete inteira em segundos.
2. Não deve comer entre as refeições
Esta teoria parou no tempo. Na verdade, deve comer cinco a seis vezes por dia, uma vez que os pequenos snacks que consome ao longo do dia ajudam a manter estável o nível de açúcar no sangue e impedem-na de devorar tudo o que lhe aparece à frente.
Opte por uma peça de fruta, frutos secos, um iogurte ou uma barra proteica (mas não se esqueça de ler a lista de ingredientes, antes de a comprar).
3. Não se deve combinar proteínas e hidratos de carbono
Há o falso princípio de que o sistema digestivo não consegue processar alimentos associados. Afirma-se que existe um choque entre proteínas e hidratos de carbono que, se conjugados, causam problemas digestivos e engordam.
Mas é uma afirmação falsa. Poucos alimentos são proteínas ou hidratos de carbono em estado puro: na sua maioria, são mistos. E as enzimas digestivas são suficientemente competentes para decompor tudo o que coma, seja em conjunto ou em separado.
4. As dietas proteicas são uma maneira saudável de perder peso
Ainda não se conhecem os efeitos a longo prazo deste tipo de dietas na saúde. O que já se sabe é que obter a maioria das calorias diárias a partir das proteínas da carne, dos ovos ou do queijo não é saudável.
Porquê? Primeira contraindicação: excesso de gordura aumenta o risco de complicações cardíacas. Segunda: pouca fruta, legumes e cereais integrais podem causar prisão de ventre por falta de fibras e essa carência está associada, em grande medida, ao aparecimento de alguns tipos de cancro.
Como se não bastasse, a acumulação de cetonas também pode provocar mau hálito, dores de cabeça, náuseas e enjoos.
5. Saltar refeições é uma boa estratégia para perder peso
Este é outro dos mitos sobre alimentação que deve chegar ao fim. Existem vários estudos que demonstram que as pessoas que saltam refeições tendem a pesar mais que as que não o fazem, porque acumulam mais fome e petiscam com maior frequência.
Quando salta refeições, o seu corpo entra em modo de preservação e o seu metabolismo desacelera.
Comer três grandes refeições por dia, além de outros tantos snacks, ajuda a manter a fome controlada e a matar o apetite. O facto de comer equilibradamente também estabiliza o açúcar no sangue, mantendo-o afastado das tentadoras bolachas.
6. Deve evitar o amido
Na realidade, muitos alimentos ricos em amido (como o pão, arroz, massas, cereais, batatas e feijões) têm pouca gordura e são baixos em calorias.
Por serem uma uma fonte importante de energia, os nutricionistas costumam recomendar que constituam 45 a 55% da alimentação.
Há que salientar também que nem todos os amidos são iguais. Os que têm um índice glicémico (IG) elevado, como o pão branco, as batatas fritas e os doces, fornecem um breve pico de energia.
Por outro lado, os hidratos de carbono com IG baixo, nomeadamente o pão de centeio integral, o arroz integral, os feijões cozidos e as maçãs, fazem com que se sinta saciada durante mais tempo.
7. Fuja da gordura como quem foge da peste
Ainda que as gorduras tenham o dobro da densidade de calorias dos hidratos de carbono e das proteínas, não deve evitá-las, porque, no final, vai apetecer-lhe comer tudo e mais alguma coisa.
As gorduras fazem com que se sinta saciada durante mais tempo, pois evitam que o estômago fique vazio.
É por isso que se deve consumir uma quantidade certa de gorduras, de modo a que o organismo funcione corretamente. São disso exemplos as gorduras vegetais (azeite, frutos secos e abacate) e as gorduras com ómega-3 (peixes gordos, como sardinha, cavala e salmão).
8. Todos os produtos lácteos engordam
Errado. O leite magro ou meio gordo, o queijo e o iogurte baixos em gordura são tão nutritivos quanto os produtos lácteos gordos.
Continuam a ter proteínas para alimentar os músculos, para ajudar os órgãos a funcionarem corretamente e fornecer o cálcio que os seus ossos necessitam.
9. Como não tem gordura posso comer à-vontade
“Sem gordura” não é sinónimo de “sem calorias”. Apesar de os alimentos com pouca ou mesmo sem gordura terem menos calorias, muitos têm adição de açúcares ou de amido que melhoram a textura e o sabor que se perde quando a gordura é extraída.
Estes ingredientes adicionam calorias aos alimentos. Por exemplo, as gomas não têm gordura, mas 100 gramas têm as mesmas calorias que, aproximadamente, seis fatias de pão.
10. Engorda ingerir bebidas alcoólicas às refeições
O que fundamenta este mito é que o líquido dilui os sucos digestivos e as enzimas atrasam, por isso, a digestão, acumulando um excesso de gordura corporal.
Mas antes pelo contrário. Beber água às refeições melhora a digestão e ajuda a sentir-se saciada mais cedo.
Obviamente, o álcool engorda porque tem muitas calorias, mas é algo que acontece, inevitavelmente, quer beba às refeições ou fora delas.
11. Vou ao ginásio, por isso posso comer o que quiser
Este é um dos mitos sobre alimentação mais comuns. Infelizmente, fazer exercício não chega para queimar calorias suficientes.
Ou seja, depois de deglutir um hambúrguer duplo com queijo e batatas fritas, tem de fazer uma caminhada em passo rápido durante quatro horas, se quiser queimar o que ingeriu. Sim, leu bem: quatro horas.
A menos que reduza o que come, não existem horas suficientes num dia para fazer exercício suficiente para queimar essas calorias, nem o peso que tem a mais vai desaparecer sozinho.