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Aleitamento materno: como sobreviver a noites mal dormidas?

Aleitamento materno: como sobreviver a noites mal dormidas?

São muitas as questões das mãe em relação ao aleitamento materno. Para esclarecer todas as dúvidas, Lurdes Silva Ribeiro, enfermeira perita de ginecologia e obstetrícia – integra Consulta de Enfermagem de Amamentação do Hospital CUF Descobertas, simplifica o principal a reter.

Por Jun. 28. 2020

Durante as consultas de enfermagem de obstetrícia, as grávidas colocam-nos esta questão com frequência. Todas sabemos que o puerpério (fase pós-parto em que há a regressão das alterações físicas e psíquicas que ocorreram durante a gravidez) é um período curto, de cerca de seis semanas, mas muito intenso, em que as mães muitas vezes se sentem cansadas, inseguras, emotivas ou ansiosas.

O aleitamento materno em horário livre deve ser incentivado, pois faz parte do comportamento normal do recém-nascido mamar com frequência, sem regularidade quanto a horários, mesmo durante a noite.

Mas qual o benefício do horário livre?

Estes são alguns dos benefícios do aleitamento materno sem restrições:

  • Diminui a perda de peso inicial do recém-nascido;
  • Favorece a recuperação mais rápida do peso de nascimento;
  • Promove uma “descida do leite” mais rápida;
  • Aumenta a duração do aleitamento materno;
  • Estabiliza os níveis de glicose do recém-nascido;
  • Diminui a incidência de hiperbilirrubinemia (icterícia prolongada);
  • Previne o ingurgitamento mamário (acumulação de leite nas mamas, que pode causar dor, inchaço e desconforto para a mãe).

É importante referir que a amamentação frequente, em horário livre, não aumenta o risco de lesões do mamilo. As lesões do mamilo estão mais associadas à técnica da amamentação do que à frequência e duração das mamadas.

A prolactina, hormona associada a produção de leite materno,  atinge os seus níveis mais altos durante a noite/madrugada, pelo que é importante manter a amamentação no período noturno, se o bebé solicitar mama.

Mitos, verdades e uma boa noite de sono

Existe o mito de que bebés com mais de seis meses não precisam ser amamentados durante a noite,  mas muitas vezes não é isso que acontece, mantendo-se a amamentação durante a noite por longos períodos de tempo.

Desde o nascimento do bebé que a mulher que amamenta dorme menos horas do que dormia anteriormente. A necessidade de alimentar o bebé à noite e os seus ciclos curtos de sono interrompem o sono normal da mãe, o que causa cansaço.

Para colmatar esta situação, é importante descansar mais, envolver o pai nos cuidados ao bebé e nos cuidados com a casa.

Adotar hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação cuidada e equilibrada, e exercício físico, é fundamental para ultrapassar este período conturbado – Lurdes Silva Ribeiro, enfermeira

Mesmo que seja difícil dormir o suficiente quando o bebé acorda durante a noite, deve adotar períodos de descanso durante o dia de forma a controlar a fadiga e readquirir a sua energia.

Sempre que se sentir muito cansada pode solicitar ajuda à família para a apoiarem a cuidar do bebé enquanto descansa.

Adotar hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação cuidada e equilibrada, e exercício físico, é fundamental para ultrapassar este período conturbado.

Após o início da atividade profissional da mãe, os períodos de descanso durante o dia deixam de ser possíveis, o que aumenta o cansaço materno, mas se o pai estiver envolvido, existindo uma partilha de tarefas, a mãe vai conseguir superar mais facilmente esta nova etapa.

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