O pavimento pélvico é composto por tecidos lisos, músculos e ligamentos que suportam os orgãos pélvicos.
Durante a gravidez, com o crescimento do bebé, dá-se um aumento da pressão intra-abdominal que enfraquece o pavimento pélvico e altera a posição normal dos órgãos pélvicos suportados por essa musculatura. Um dos sintomas da descida dos órgãos que se apoiam no pavimento pélvico é a incontinência urinária.
O aumento do número de micções ao longo do dia é algo normal na gravidez. Já a incontinência urinária de esforço (por descida da bexiga e da uretra) ou de urgência (que não permite chegar à casa de banho a tempo e dá origem a perdas de urina) podem indicar fragilidade do pavimento pélvico.
E aí deve falar com o seu médico e fazer alguns exercícios que permitam trabalhar o períneo durante a gravidez e no pós-parto.
Para a enfermeira Carmen Ferreira, especialista em Saúde Materna e Obstetrícia pós-graduada em Saúde da Mulher e da Criança, “é determinante começar o quanto antes com exercícios específicos para esta zona do corpo. Os exercícios de Kegel podem ser uma opção, mas devem ser mais uma vez adaptados a cada caso.”
“Muitas mulheres podem até ter o períneo demasiado rígido, o que também não é benéfico, especialmente para o momento do parto. Atualmente, existem no mercado aparelhos de biofeedback que ajudam a perceber o grau de contração destes músculos durante a realização dos exercícios do períneo e assim melhorar a eficácia dos mesmos”, refere.
Como fortalecer o pavimento pélvico
Soraia Coelho, fisioterapeuta e especialista em reabilitação do pavimento pélvico, explica o que tem de fazer para fortalecer esta musculatura.
1. Sente-se com os músculos das coxas, nádegas e estômago relaxados;
2. Incline-se para trás até sentir o osso do cóccix a fazer pressão sobre a cadeira, e depois à frente, até sentir pressão sobre o osso púbico. O seu pavimento pélvico encontra-se nessa zona;
3. Aperte o anel do músculo ao redor da vagina como se estivesse a tentar suster a urina. Agora relaxe esse músculo. Aperte e solte algumas vezes até ter certeza de que encontrou os músculos certos.
Tente não apertar as nádegas, fechar as pernas ou contrair a barriga. Deverá sentir como que a sua zona genital se afastasse da cadeira.
Esteja alerta para estas situações:
• Caso não sinta dor ao efetuar as contrações ou não sinta tensão, poderá iniciar com umas contracções rápidas e outras mantidas. Por exemplo, “3 segundos de contração, 6 segundos de pausa e até 8 segundos de contração e 8 segundos de pausa”;
• A especialista alerta para que, se não sentir um “aperto e elevação” distintos dos músculos do pavimento pélvico, peça ajuda ao seu profissional de saúde para perceber se os músculos estão a funcionar corretamente;
• Em caso de dor ou dificuldade em contrair, procure um fisioterapeuta especializado em reabilitação pélvica e uroginecológica.
Prepare-se para os próximos 9 meses e descubra o que todas as grávidas devem saber.