Saúde

Porque é importante fortalecer o pavimento pélvico na gravidez

Provavelmente nunca se preocupou muito em querer saber mais sobre o estado do seu pavimento pélvico, correto? Até ao dia em que começa a sentir alguma dificuldade em suster a urina. Descubra o pode fazer para fortalecer esta musculatura.

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Porque é importante fortalecer o pavimento pélvico na gravidez Porque é importante fortalecer o pavimento pélvico na gravidez
© pexels
Tânia Alexandre
Escrito por
Jun. 10, 2019

O pavimento pélvico é composto por tecidos lisos, músculos e ligamentos que suportam os orgãos pélvicos.

Durante a gravidez, com o crescimento do bebé, dá-se um aumento da pressão intra-abdominal que enfraquece o pavimento pélvico e altera a posição normal dos órgãos pélvicos suportados por essa musculatura. Um dos sintomas da descida dos órgãos que se apoiam no pavimento pélvico é a incontinência urinária.

Os exercícios de Kegel podem ser uma opção, mas devem ser mais uma vez adaptados a cada caso – Carmen Ferreira, enfermeira

O aumento do número de micções ao longo do dia é algo normal na gravidez. Já a incontinência urinária de esforço (por descida da bexiga e da uretra) ou de urgência (que não permite chegar à casa de banho a tempo e dá origem a perdas de urina) podem indicar fragilidade do pavimento pélvico.

E aí deve falar com o seu médico e fazer alguns exercícios que permitam trabalhar o períneo durante a gravidez e no pós-parto.

Para a enfermeira Carmen Ferreira, especialista em Saúde Materna e Obstetrícia pós-graduada em Saúde da Mulher e da Criança, “é determinante começar o quanto antes com exercícios específicos para esta zona do corpo. Os exercícios de Kegel podem ser uma opção, mas devem ser mais uma vez adaptados a cada caso.”

“Muitas mulheres podem até ter o períneo demasiado rígido, o que também não é benéfico, especialmente para o momento do parto. Atualmente, existem no mercado aparelhos de biofeedback que ajudam a perceber o grau de contração destes músculos durante a realização dos exercícios do períneo e assim melhorar a eficácia dos mesmos”, refere.

Como fortalecer o pavimento pélvico

Soraia Coelho, fisioterapeuta e especialista em reabilitação do pavimento pélvico, explica o que tem de fazer para fortalecer esta musculatura.

1. Sente-se com os músculos das coxas, nádegas e estômago relaxados;

2. Incline-se para trás até sentir o osso do cóccix a fazer pressão sobre a cadeira, e depois à frente, até sentir pressão sobre o osso púbico. O seu pavimento pélvico encontra-se nessa zona;

3. Aperte o anel do músculo ao redor da vagina como se estivesse a tentar suster a urina. Agora relaxe esse músculo. Aperte e solte algumas vezes até ter certeza de que encontrou os músculos certos.

Tente não apertar as nádegas, fechar as pernas ou contrair a barriga. Deverá sentir como que a sua zona genital se afastasse da cadeira.

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O prolapso de órgãos pélvicos (POP) acontece quando um dos órgãos (bexiga, útero ou intestino) desce do lugar natural deles. Os sintomas relacionados diretamente com o prolapso podem ser: abaulamento ou sensação de peso na região pélvica, problemas urinários e para evacuar, além de desconforto no sexo.⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Na maioria das vezes, os sintomas do prolapso estão relacionados à posição em que estamos, sendo menos perceptíveis pela manhã. Com o passar do dia, por ficarmos mais em pé, eles se tornam mais evidentes. A prevalência é próxima de 22% em mulheres entre 18 e 83 anos, variando até 30% em mulheres na faixa etária dos 50 aos 89 anos. 50% das mulheres que já tiveram filhos vão ter algum grau de prolapso, seja com ou sem sintomas. ⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ O prolapso tem tendência a piorar com a idade, sendo que os fatores de riscos aumentam com a quantidade de partos e as intervenções que foram realizadas durante eles. Retirada do útero e cifose torácica muito grande também são fatores de riscos, entre outros. ⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ O melhor tratamento ainda é exercício, pois pacientes que realizaram cirurgias têm 50% de chances de ter novamente – e dessas 30% terão uma segunda cirurgia em 2 anos. Ilustração: @marcellabriotto #lauradellanegra #assoalhopelvico #pop

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Esteja alerta para estas situações:

Caso não sinta dor ao efetuar as contrações ou não sinta tensão, poderá iniciar com umas contracções rápidas e outras mantidas. Por exemplo, “3 segundos de contração, 6 segundos de pausa e até 8 segundos de contração e 8 segundos de pausa”;

A especialista alerta para que, se não sentir um “aperto e elevação” distintos dos músculos do pavimento pélvico, peça ajuda ao seu profissional de saúde para perceber se os músculos estão a funcionar corretamente;

• Em caso de dor ou dificuldade em contrair, procure um fisioterapeuta especializado em reabilitação pélvica e uroginecológica.


Prepare-se para os próximos 9 meses e descubra o que todas as grávidas devem saber.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº 227, maio de 2019.

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