Conheça os sintomas de stresse e aprenda a geri-lo
A ansiedade e o stresse estão a levar as mulheres ao seu limite. A pressão do trabalho e as preocupações constantes são as principais causas.
Vários estudos têm vindo a mostrar que os níveis de stresse das mulheres estão muito superiores aos dos homens. Um inquérito realizado no Reino Unido, mostrou que 74% dos adultos estão numa situação de sobrecarga de stresse, sendo que 81% são mulheres e 67% são homens.
O estudo As mulheres em Portugal, hoje, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, também revelou que as mulheres portuguesas estão sem tempo para elas próprias e, desta maneira, mais suscetíveis a problemas de ansiedade e depressão.
O stresse funciona como uma bola de neve gigante. A falta de tempo, a correria e a pressão para corresponder às expetativas dos outros e, por vezes, às nossas, ajudam a acordar este pequenino monstro que, de um momento para o outro, pode mudar a nossa vida.
Para que evite chegar a um estado de máxima exaustão – burnout -, explicamos-lhe o que é o stresse, quais são as causas, os sintomas, e acima de tudo, ensinamos-lhe como gerir este ‘vírus’ do século XXI.
O que é o stresse?
“De uma forma genérica, o stresse é uma resposta (física ou mental) do organismo a um evento extremo, quando este se sente sob pressão ou ameaçado”, explica à Saber Viver a psicóloga Rita Fonseca de Castro.
Por outras palavras, o stresse tanto pode ser o nosso herói, como o nosso vilão. Consegue salvar-nos de uma situação de perigo ou levar-nos a uma situação de exaustão máxima.
Perante uma situação de ameaça, o organismo vai libertar uma série de reações químicas, que podem provocar uma destas três atitudes comportamentais: luta, fuga ou congelamento. Por isso é que existem pessoas que conseguem reagir rapidamente perante uma situação de perigo e, outras, que acabam por ficar paralisadas.
Estas reações podem ser positivas se tivermos perante uma situação real, como por exemplo, fugir de alguém que nos quer fazer mal. Por outro lado, quando estamos perante situações que não são “palpáveis”, como a pressão que surge no contexto de trabalho, o stresse pode torna-se extremamente perigoso para o nosso organismo.
Quais são as causas?
A mesma situação pode ser interpretada, por várias pessoas, de forma diferente. Na sua grande maioria, o nível de stresse depende da nossa interpretação da situação em questão e da nossa capacidade para lidar com a mesma.
De acordo com a psicóloga Rita Fonseca de Castro, estas são as principais causas de stresse:
• Preocupações ou pensamento excessivos de teor negativo;
• Criação de expectativas irrealistas;
• Adotar uma postura de comportamento muito perfeccionista ou rígida consigo própria ou com os outros;
• Consumo de algumas substâncias, como por exemplo, café ou álcool;
• Excesso de trabalho (sem fim à vista);
• Situações traumáticas;
• Fatores de stresse “crónico”, que podem ser duradouros ou pontuais, como uma situação de desemprego ou um divórcio.
Fique alerta aos sintomas
Tudo começa quando sentimos “a energia a escassear e o cansaço encontra finalmente um terreno fértil para se instalar”, diz-nos Rita Fonseca de Castro.
Estes sintomas são muitas vezes desvalorizados pelas mulheres e surgem “mascarados sob formas tão diversas como o medo, desconforto, irritação, preocupação, frustração ou nervosismo”, adianta a psicóloga Rita Fonseca de Castro.
Principais sintomas de stresse que devemos prestar atenção:
• Aumento da pressão arterial;
• Enxaquecas;
• Alterações ao nível do apetite;
• Dificuldades de concentração;
• Perturbações do sono, como por exemplo, as insónias;
• Sistema imunológico enfraquecido;
• Tensão muscular;
• Perda do desejo sexual.
• Apatia e desinteresse por atividades que costumavam ser prazerosas.
Saiba como gerir melhor o stresse: as técnicas
Gerir o stresse envolve alguma sensibilidade não só da nossa parte, como também da parte de quem está próximo de nós. Precisamos de ter a noção de que existe um problema, identificá-lo e depois aprender a geri-lo.
Em primeiro lugar, é necessário “aprender a conhecer os nossos limites e quais os níveis de tolerância e resistência que temos (que são únicos e diferentes dos que nos rodeiam – e não há “problema” algum em que assim seja), adotando estratégias eficazes para aliviar a tensão emocional quando se percebe que esta pode estar a começar a instalar-se”, explica Rita Fonseca de Castro à Saber Viver.
A psicóloga reforça, ainda, o poder de dizer ‘não’ e de se ter “uma atitude assertiva”. Este comportamento, uma vez assumido, pode prevenir pensamentos excessivos e reforçar a nossa autoconfiança.
Também é importante perceber e aceitar que, muitas vezes, não é possível controlar situações que surgem num contexto externo (caraterísticas ou circunstâncias dos outros, que acabam por nos afetar).
Além de um estilo de vida saudável, estas são as técnicas que poderá utilizar para gerir o seu stresse:
• Praticar meditação. Existem várias apps de meditação guiada, que disponibilizam técnicas de relaxamento para quem está a passar por situações de stresse;
• Melhorar a sua atividade física. O desporto é um excelente aliado para controlar os níveis de stresse;
• Ter uma alimentação mais saudável;
• Explorar atividades que a façam feliz;
• Psicoterapia;
• Ter a capacidade de rir de si própria.
“Com o stresse a depender da forma como cada pessoa avalia cada situação e da sua capacidade para lidar com a mesma, o sentido de humor pode ser uma ferramenta para explorar alternativas de resposta a situações stressantes, permitindo fazer avaliações mais positivas mesmo perante as adversidades”, diz-nos Rita Fonseca de Castro. Conheça os alimentos que melhora o humor.
Fontes: estudo Mental Health Foundation’s 2018 ; As mulheres em Portugal, hoje
Pronta para gerir o seu stresse? Conheça, ainda, os sinais de ansiedade.