Ainda antes de haver um único caso em Portugal, já as redes sociais ferviam com a possibilidade de tal vir a acontecer. Agora com dois casos confirmados de coronavírus em território nacional, o pânico está oficialmente instalado.
Para Fabiano de Abreu, psicanalista e filósofo, “a primeira sensação que muitos têm ao depararem-se com o desconhecido e com a possibilidade de contágio é o pânico, seguido do medo de sair de casa por não se sentirem seguros.”
De forma a evitar o pavor coletivo, o psicanalista reforça que o primeiro ponto é entender o motivo, razão e as circunstância de tudo na vida. “Temos a obrigação racional de saber essas três coisas para que possamos iniciar o processo de autoconhecimento, que é o necessário para encontrarmos o equilíbrio e viver bem a nossa rotina. O coronavírus é menos letal que muitos outros como o H1N1 e o SARS, tendo mortalidade abaixo dos 2%. Saber quais os seus sintomas, formas de contágio e procedimentos é uma ajuda para que o nosso instinto de sobrevivência, que está no nosso inconsciente, não vença o nosso consciente.”
Embora o nosso instinto de sobrevivência ative a nossa ansiedade, tal traz consequências positivas e negativas. Por exemplo, “a nossa ansiedade pode ter duas vertentes, uma boa e a outra má. A boa é que nos prepara para tomarmos medidas para lidar com os problemas. A má é que pode causar pânico quando não sabemos como agir, ou quando não temos o que fazer e ficamos apenas na expectativa”, explica o psicanalista.
Sobre este assunto que está na ordem do dia, siga os conselhos de Fabiano de Abreu e não deixe que o pânico causado pelo surto da doença atrapalhe o seu dia a dia.
8 dicas para evitar o pânico causado pela chegada do coronavírus
1. Não veja todas as notícias sobre o caso mas apenas as essenciais para se manter informada. Procure só pelas respostas estritamente necessárias;
2. Esteja ciente dos sintomas, que são febre (mais de 37,5ºC), tosse seca e falta de ar. É importante identificar que não são os mesmos da gripe e que, caso os sinta, ligue para a saúde 24 (para não correr o risco de contagiar outras pessoas);
3. Não frequente zonas turísticas e lugares públicos que tenham muitas pessoas. Evite multidões;
4. Compre comida suficiente para que não tenha de ver o pânico dos outros no supermercado. Prateleiras vazias podem impulsionar medo e pânico. Entenda que há pessoas que não conseguem controlar o pânico e isso pode não estar relacionado com a epidemia;
5. Use a ansiedade a seu favor. Ocupe o seu tempo e preocupe-se menos. E não se esqueça que as chances de viver são bem maiores do que as de morrer, e que o stresse baixa a imunidade.
A meditação é a busca do equilíbrio e é essencial para que possamos manter-nos conscientes e com alta imunidade.
6. Aumente o consumo de vitamina C e chás que aumentem a imunidade como limão, gengibre e chá verde. Alimente-se bem.
7. O medo provoca uma sensação de prazer quando é com o outro e não consigo mesmo. Não se sinta mal por isso, pois é uma defesa do nosso organismo que está em alerta através do instinto de sobrevivência.
8. Tenha fé nas suas convicções e pense que a epidemia é mais uma crise que vamos ultrapassar.