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Sabia que as crianças desidratam mais rapidamente? Esteja atenta a estes sinais e proteja-as

Sabia que as crianças desidratam mais rapidamente? Esteja atenta a estes sinais e proteja-as

No verão, o calor intenso e a exposição solar exigem uma hidratação extra, especialmente para as crianças, que desidratam muito mais rapidamente. Sara Narciso Ferreira, pediatra no Hospital e Clínica CUF de Alvalade, explica-lhe como identificar os sintomas deste problema e como o prevenir.

Por Jul. 14. 2022

No verão, são precisos cuidados redobrados para evitar a desidratação nas crianças, uma vez que o calor aumenta a transpiração e, como consequência, aumenta a perda de água.

Ao contrário dos adultos, as crianças desidratam muito mais rapidamente. A percentagem de água constitui 60% a 70% do seu peso corporal, têm maiores perdas corporais, menor capacidade de demonstrar sede e, em muitas idades, incapacidade de ter acesso a líquidos.

Nesta estação, também existem muitas vezes quadros de vómitos e diarreia que, juntamente com as temperaturas elevadas, aumentam o risco de desidratação neste grupo etário.

Deve também valorizar o choro sem lágrimas, o cansaço e sonolência, a boca seca e a irritabilidade
Sara Narciso Ferreira, pediatra

Sinais e sintomas a ter em atenção

Os sinais e sintomas de desidratação podem variar desde irritabilidade e fadiga, até à exaustão pelo calor.

Para identificar se existe desidratação deve estar atenta:

  • À existência de urina mais escura e presença de odor mais intenso (nos bebés menos fraldas com urina por dia)
  • Deve também valorizar o choro sem lágrimas, o cansaço e sonolência, a boca seca e a irritabilidade

Se notar algum destes sintomas incentive e acompanhe a ingestão de líquidos.

Devem ser dados líquidos à criança mesmo que ela não peça ou não tenha sede. Se estiverem na praia, piscina ou a correr ao sol, ofereça água a cada 30 minutos
Sara Narciso Ferreira, pediatra

O que fazer caso identifique estes sintomas?

Ofereça água e, se existir aumento das perdas com vómitos e/ou diarreia, deve oferecer soro de hidratação oral fresco e fracionado (uma colher de chá a cada dois minutos). Este pode ser adquirido nas farmácias e parafarmácias.

Se os sintomas se mantiverem, vómitos persistentes ou recusa da criança para ingestão de líquidos, deverá existir uma observação médica.

Como prevenir

Como sempre em pediatria, a prevenção é diferente consoante a idade da criança. Os bebés que estão a amamentar de forma exclusiva não precisam de beber água, uma vez que o leite materno lhes fornece os líquidos necessários, no entanto, o calor faz com que o bebé precise de um maior aporte, pelo que o deve colocar à mama com maior frequência.

A partir dos 6 meses é necessário um consumo adicional de água. Os bebés alimentados com biberão podem receber um reforço de líquidos com biberões de água.

À medida que a criança cresce, a hidratação já não virá apenas do leite materno ou da água, mas também da ingestão de outros alimentos.

As frutas de verão, como melancia, melão ou meloa, contêm uma alta percentagem de água, o que as torna um importante aliado na hora de manter o corpo bem hidratado. Podem ser oferecidas frescas várias vezes ao dia.

Devem ser dados líquidos à criança mesmo que ela não peça ou não tenha sede. Se estiverem na praia, piscina ou a correr ao sol, ofereça água a cada 30 minutos. Devem ser evitados sumos e bebidas gaseificadas.

Assim, esteja atenta à cor e ao odor da urina. O normal é uma urina amarela, clara, sem odor intenso. Utilize roupa adequada e leve, respirável, feita de algodão e que permita a liberdade de movimento.

No verão, não se esqueça de manter os pequeninos hidratados!

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