Que é importante beber água e mantermo-nos hidratados já todos sabemos, mas será que temos presente que o bom funcionamento do cérebro também está dependente disso? Talvez não, mas é mesmo isso que acontece.
“O cérebro é um órgão extraordinário, responsável por funções tão importantes como a linguagem, o raciocínio, a inteligência, a concentração e a memória, pelo que, para garantirmos o seu correto funcionamento, há dois fatores essenciais: a nutrição e a hidratação adequadas”, explica Elsa Feliciano, nutricionista.
Foquemo-nos na segunda para perceber a sua importância. “A água representa 75% do volume cerebral, sendo vital assegurar a sua constante reposição através do consumo diário adequado. Vários estudos demonstram que a desidratação moderada pode afetar o funcionamento cerebral e comprometer algumas das suas funções, especialmente em pessoas mais vulneráveis como as crianças e os idosos”, realça a nutricionista.
Mas não é só isso. “Algumas funções cognitivas como a atenção, a concentração e a memória podem ser bastante prejudicadas por uma desidratação de apenas um ou dois por cento”, acrescenta.
Sede e mais sintomas
Quando estamos bem hidratados, “os sinais cerebrais ocorrem de forma mais adequada, pelo que beber água ao longo do dia, mesmo sem sede, é um hábito saudável e que beneficia o corpo humano”, refere Elsa Feliciano.
O primeiro sinal de desidratação é a sede, no entanto, se não ingerimos água, podem suceder-se outros, como “a fadiga, a sonolência, a dificuldade de concentração, a dor de cabeça e, por vezes, até alterações do estado de humor. É fundamental reverter esta situação, uma vez que a água é indispensável nos processos cerebrais e uma excelente condutora de eletricidade, sendo um elemento básico na transmissão da informação dos impulsos nervosos entre os neurónios e as outras células do organismo”, avisa a nutricionista.
Como beber mais água
• Ter sempre uma garrafa de água para beber ao longo do dia;
• Aumentar o consumo de alimentos ricos em água como sopas, leite e iogurtes;
• Utilizar lembretes: despertadores no telemóvel, pôr na agenda ou escrever em post-its;
• Definir objetivos: por exemplo, beber 0,5 l durante a manhã + 0,5 l durante a tarde + 0,5 l ao final do dia ou dis tribuído pelas duas principais refeições;
• Para quem tem dificuldade em beber água, aconselham-se bebidas com água na sua composição como chá, infusões, cevada e águas aromatizadas ou com sumo de fruta natural (todas sem adição de açúcar).
Fonte: Elsa Feliciano, nutricionista
Os alimentos mais ricos em água
“Os alimentos contribuem com cerca de metade das nossas necessidades de água”, afirma a nutricionista Elsa Feliciano.
“Todos os alimentos líquidos, como o leite, os iogurtes, os sumos de fruta ou a sopa, são muito importantes nessa função. Também os legumes e a fruta são, particularmente, ricos em água e, devido ao seu teor de fibra, alguns têm uma enorme capacidade de reter a água, influenciando de forma benéfica o funcionamento do aparelho digestivo”, esclarece Elsa Feliciano.