© Unsplash
Doar óvulos: tudo sobre o processo e os requisitos para ser dadora

Doar óvulos: tudo sobre o processo e os requisitos para ser dadora

Graças à doação de óvulos, muitos casais com problemas de fertilidade podem cumprir o sonho de serem pais. Este é um ato voluntário e altruísta.

Por Mai. 28. 2021

Infelizmente, os problemas de infertilidade são cada vez mais frequentes. Os motivos que levam uma mulher a não conseguir engravidar são muito e diferentes, tais como falência ovárica, alterações genéticas e idade avançada, entre outros, e há por isso cada vez mais necessidade de recorrer à fertilização in vitro. Mas, para tal, é necessário uma dadora de óvulos.

Assim, através da doação de óvulos, a dadora estará a ajudar outra mulher a realizar um sonho – ser mãe.

Requisitos para doar óvulos

  • Ter entre 18 e 33 anos;
  • Estar em boa forma física e psicológica e com plena capacidade de decisão;
  • Não ter doenças genéticas conhecidas na família.

São realizados estudos com uma série de testes, entre os quais exames analíticos, análise do histórico familiar e pessoal, consulta com um ginecologista e realização de uma consulta de psicologia – tudo para avaliar a saúde física e psicológica da candidata.

O processo

1. Estimulação ovárica

O processo é simples e tem uma duração aproximada de 10 a 14 dias.

A dadora realiza um tratamento sob controlo médico que exige administração diária (via subcutânea) de medicação durante um período entre 10 e 12 dias. Esta medicação tem como objetivo conseguir mais de um óvulo de forma a que a doação seja o mais eficaz possível.

Quando os médicos consideraram ser o momento adequado de desenvolvimento dos óvulos, programa-se a sua extração.

Para que perceba melhor, em todos os ciclos menstruais há a ovulação com a libertação de um só óvulo. Neste processo de estimulação ovárica, promove-se o crescimento de vários folículos que se perderiam se nada fosse feito. Por isso, neste processo, a dadora não perde óvulos nem fica infértil, há apenas um aproveitamento dos óvulos que não iriam ser fertilizados.

2. Punção folicular

Depois da estimulação ovárica, e quando os folículos estiverem maduros, é hora de avançar e realizar a punção folicular.

Realiza-se através de uma ecografia ginecológica sob efeito de uma pequena sedação. É uma intervenção simples que só demora cerca de 20 minutos.

A intervenção é segura, não tem efeitos secundários e após duas ou três horas, aproximadamente, pode seguir com a sua vida normal, respeitando as indicações médicas.

Riscos

O processo de doação de óvulos é, de forma geral, tolerado pelas mulheres sem quaisquer complicações, contudo, podem ocorrer alguns riscos de uma forma excecional, tais como: síndrome de hiperestimulação ovárica (que consiste numa resposta exagerada ao tratamento), infeção, hemoperitoneu ou torção ovárica.

Em todo o caso, o tratamento da dadora é personalizado e monitorizado com rigor para minimizar possíveis consequências.

Outros aspetos a ter em conta

Contraceção

A mulher pode ser dadora se tomar anticoncetivos? Sim, mas não poderá tomá-los durante o ciclo de tratamento.

O processo de estimulação ovárica consiste em conseguir que, com recurso à medicação, o ovário produza mais óvulos, portanto, durante os dias que dura o tratamento, a mulher não pode pode tomar anticoncetivos.

Relações sexuais

Não é recomendável manter relações sexuais desde que se inicia a estimulação ovárica até à nova menstruação depois da punção folicular, tanto pelo risco de gestação múltipla (dois ou mais fetos), como pelo risco de torsão ovárica.

Doar óvulos é recompensado monetariamente?

A Lei Portuguesa determina que a doação de óvulos seja um processo voluntário, anónimo e altruísta. As dadoras são recompensadas pelas despesas ou prejuízos, direta e imediatamente resultantes das suas dádivas, num valor máximo de 877,62€.

Para além disso, ficam ainda isentas do pagamento de taxas moderadores no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Mais sobre gravidez