Ter uma noite descansada pode ser já, para muitas, um desafio equivalente ao de equilibrar-se em cima de algo quando o “chão é lava”. Porém, nos dias em que menstruamos, o nível de dificuldade consegue passar para o patamar seguinte.
Claro que isto não é regra. Afinal, todas as pessoas que menstruam são diferentes. No entanto, existem estudos que revelam “alterações na qualidade e duração do sono”, nalguns casos, “devido às flutuações das hormonas”, salienta Chester Wu, especialista em medicina do sono e psiquiatria, em entrevista à Forbes.
Além disso, devemos acrescentar à equação as dores e o desconforto. Ah, e o constante receio de sujarmos o pijama (e os lençóis, o resguardo e o colchão) que, não é que seja problemático, mas, se há altura em que não temos vontade de lavar roupa, é durante a primeira semana do nosso ciclo menstrual.
Tudo isto contribui, de forma mais ou menos consciente, para problemas ao adormecer ou ao longo da noite. Deste modo, para os contornar, reunimos uma série de dicas para ter o descanso que merece.
Como dormir melhor durante a menstruação
1. Arranjar a posição certa
De acordo com diferentes investigações, destacadas pela Medical News Today, “dormir em posição fetal pode ajudar a minimizar as dores menstruais para algumas pessoas”. Ao fazê-lo, os músculos abdominais ficam relaxados, o que “diminui a intensidade das cólicas na zona inferior do abdómen”.
Outros estudos referem que dormir de barriga para cima também ajuda com as dores no fundo das costas, associadas à menstruação, assim como as cólicas. Isto é explicado pela redução da pressão no abdómen e o facto de não estar deitada diretamente sobre o seu estômago.
Colocar um almofada por baixo dos joelhos, elevando-os, pode ser também benéfico, uma vez que retira a pressão da zona inferior das costas.
2. Praticar exercício com regularidade
Não é uma novidade que o exercício físico contribui positivamente para uma melhor noite de sono. Quem o pratica regularmente “tem, não só um sono mais eficaz, como com mais qualidade”, esclarece Jolene Brighten, endocrinologista e autor do manual de saúde feminina Is This Normal?, numa conversa com a Forbes.
Porém, a prática de atividade física está também associada à redução da intensidade das dores menstruais. Segundo uma investigação de 2019, exercitar-se três vezes por semana, durante 45 minutos a uma hora, melhora os sintomas de algumas pessoas que menstruam.
Investigadores de um outro estudo concluíram ainda que, quando comparado com exercícios de aeróbica, “praticar yoga é mais eficaz no tratamento de dores ligadas ao período”.
3. Hidratar é a palavra de ordem
Não se esqueça de beber água. Fazê-lo ao longo do dia, alivia o inchaço habitual e o desconforto durante a menstruação, o que trará uma melhor noite de descanso.
4. O poder do calor
Colocar toalhas aquecidas em cima da barriga quando temos cólicas é algo que as nossas avós sempre nos ensinaram. E não estavam erradas. Ao pousar algo quente, como uma botija de água quente, nessa área, ajuda no desconforto, alivia as dores e relaxa os músculos.
Pode também tomar um banho quente antes de dormir, o que promove o relaxamento e, por consequência, auxilia no sono.
5. Usar os produtos menstruais mais indicados
Muitas vezes, acordamos durante a noite a pensar que o sangue passou para todo o lado ou com a consciência de que temos de trocar o penso ou tampão, asap. Frequentemente, não é mais do que um receio desnecessário, pois, quando chegamos à casa de banho, apercebemo-nos que não há mais do que uma gota a tingir o branco.
Assim, para impedir que isto aconteça e consigamos dormir 8 horas sem interrupções, é ideal escolher um produto de recolha menstrual adequado ao seu fluxo. Assim, sente-se mais segura de que não terá uma tarefa extra pela manhã.
Caso sinta necessidade disso, opte por colocar um penso indicado para a noite, mais absorvente, ou combine um tampão com um penso normal. Também existem cuecas menstruais pensadas para períodos de tempo mais longos, por isso também tem essa solução.
Dicas à parte, queremos salientar que, não, as dores menstruais não são normais. Deste modo, caso sinta que o período é um bilhete para o inferno, considere consultar um profissional de saúde.