O mês de janeiro chega como um convite à renovação. Para muitos o início do ano é sinónimo de promessas, resoluções e o desejo de começar o ano de forma mais leve e regrada. Entre essas resoluções está o Dry January — um movimento cada vez mais em voga que sugere passar o mês inteiro sem consumir álcool, com o intuito de ser uma oportunidade de reconexão com o corpo e a mente.
À primeira vista, um mês sem álcool pode parecer apenas um teste de força de vontade. Mas a verdade é que essa pausa tem muito a ensinar sobre o impacto do álcool na nossa saúde e na nossa relação com ele.
Do ponto de vista nutricional, o álcool traduz-se como “calorias vazias” pois apenas fornece energia, mas sem nutrientes essenciais. Um copo de vinho ou uma cerveja pode parecer inofensiva, mas o consumo frequente adiciona calorias extras que muitas vezes passam despercebidas para além do impacto que o mesmo tem a nível hepático quando consumido excessivamente.
É sabido que o álcool também interfere na absorção de nutrientes. O corpo, ao priorizar a metabolização do etanol, pode negligenciar a absorção de vitaminas e minerais importantes essenciais ao nosso organismo. Para além disso, o consumo de álcool promove a desidratação e consequentemente aumenta a sensação de cansaço, bem como altera a normal recuperação muscular e celular.
Por isso, este movimento (apesar de parecer extremista) pode ajudar o corpo a reorganizar-se após o período de mais excessos que passamos e consequentemente trazer mais saúde. Assim, se tentarmos minimizar ao máximo o seu consumo e começarmos a explorar alternativas de outras bebidas (sem álcool), como águas aromatizadas, infusões, mocktails e até kombuchas, poderá ser uma excelente oportunidade para iniciarmos o ano com o nosso corpo mais alinhado e hidratado.
Em momentos sociais geralmente é quando acontecem mais exageros. Por isso, acredito que se moderarmos o consumo do mesmo, ao invés de continuarmos com o consumo diário e excessivo, poderá ser uma excelente forma de também darmos oportunidade a perceber que existem outras bebidas igualmente saborosas e claramente com um impacto menos negativo para a nossa saúde.
Não sou a favor de demonizar nada nem de extremismo, mas sim de trazer mais consciência. E talvez, se com este pensamento iniciarmos janeiro com o intuito de cuidarmos mais de nós e da nossa saúde, podemos ter um excelente ponto de partida para um ano com mais leveza, energia e, quem sabe, com uma relação mais consciente com tudo o que colocamos no nosso corpo.