Saúde

Tempo ao ecrã contribui para atrasos na comunicação de bebés, diz estudo

Quando expostos a mais de 4 horas por dia a dispositivos eletrónicos, os bebés com 1 ano tendem a retardar o desenvolvimento de diferentes capacidades.

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Tempo ao ecrã contribui para atrasos na comunicação de bebés, diz estudo Tempo ao ecrã contribui para atrasos na comunicação de bebés, diz estudo
© unsplash
Inês Aparício
Escrito por
Ago. 22, 2023

O impacto (negativo) dos ecrãs na saúde não é novidade nenhuma. Porém, existem novas conclusões retiradas acerca deste tema, vindas de um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association Pediatrics.

Segundo o relatório, os bebés com 1 ano que são expostos durante mais de 4 horas por dia a ecrãs tendem a desenvolver atrasos na comunicação e capacidade de resolução de problemas quando chegam aos 2 e 4 anos.

Este mesmo retardamento é também visível nas competências pessoais e sociais, além de motricidade fina. No entanto, contrariamente às anteriores, parecem minimizar aos 4 anos.

Sem seguir os conselhos da OMS

Apesar destes resultados, fruto de uma análise a 7.097 crianças, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a American Academy of Pediatrics avançaram já orientações que recomendam a limitação de tempo nos ecrãs a um limite diário de 1 hora para crianças entre os 2 e os 5 anos.

Deste modo, não é de estranhar o resultado deste estudo, ainda que não distinga o tempo usado para entretenimento ou focado na questão educacional.

Colocando de parte as indicações de ambas as organizações, 2.095 crianças – das 7.097 totais deste estudo – despendem entre 1 e 2 horas a ver televisão, jogar videojogos ou a utilizar variados dispositivos eletrónicos. Já 1.272 fazem-no entre 2 e 4 horas e 290 por mais de 4 horas, por dia.

Isto poderá estar relacionado com “a rápida proliferação de dispositivos eletrónicos e da pandemia”, sugere o estudo.

Primeiras mães e menos condições

Aferindo as conclusões, os investigadores explicam que, de uma forma genérica, os bebés expostos mais horas a ecrãs são filhos de mães pela primeira vez, mais jovens, e que sofrem de depressão pós-parto.

Também as famílias com níveis de educação e formação inferiores, e com situações financeiras mais precárias estão por trás dos casos de crianças que passam mais tempo em dispositivos eletrónicos.

David J. Lewkowicz, psicólogo do desenvolvimento no Centro de Investigação Infantil de Yale, nos Estados Unidos, explicou, em entrevista ao New York Times, que “as interações face-a-face entre pais e filhos é crucial para dar aos bebés um conjunto rico de informações, incluindo sobre a forma como as expressões faciais, palavras, tom de voz e feedback físico se conjugam para se expressarem”.

E “isso não acontece quando estão em frente a um ecrã”, concluiu.

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